Matilha Villanueva - Para Sempre Meu

Encontro com o Passado

— Maria está ficando cada vez melhor.

— Sim, ela é uma excelente bailarina. Se continuar assim poderá concorrer na capital. – Pablo observava sua filha girar pelo local, tendo um sorriso de orgulho no rosto enquanto batia palmas animadamente conforme o número chegava ao fim.

Christian bateu palmas junto do amigo, ao ver o número se encerrar. Estavam no meio da festa e Maria brilhava em sua apresentação na festa de aniversário de Victor. Porém, o rapaz olhava tudo com mais atenção e, apesar de todos estarem festejando, rindo e comendo, ele via os olhares preocupados, observando cada movimento que parecesse suspeito. O exército inteiro de Victor estavam sabendo das visões do pequeno Daniel e mantinham a vigília no local com muito mais atenção do que fariam em uma festa normal.

Victor estava ali com ele, laçando sua cintura com uma mão e a outra vagava de forma distraída sobre as costas de Pablo e o rapaz sabia que aquilo era para lhe transmitir tranquilidade e até mesmo força. Diego estava do outro lado, esperando a filha sair para pegá-la. Foi o único momento que saiu de perto do companheiro.

Ele olhou para o lado, sorrindo.

— Como se sente? – perguntou Christian, como se estivesse perguntando qualquer outra coisa para o rapaz.

— Dolorido e cansado, mas Daniel está bem mais calmo e não me sinto sendo massacrado por dentro como hoje mais cedo. Está dormindo, pois ficou bem quieto nos últimos trinta minutos.

— Isso é bom. – falou Victor – Agora é só ele não ter mais visões...

— Sim. Logo estarei bem e ele também.

— Papai, papai, papai! – Pablo abriu um grande sorriso enquanto se abaixava e abria os braços para agarrar Maria que vinha correndo em sua direção.

Ele não pode deixar de revirar os olhos entre risadas ao ver que ela, assim como Diego, tomava um cuidado gigantesco para abraçá-lo. Ela laçou o pescoço dele com os bracinhos, que prontamente teve o abraço devolvido com força.

— Como acha que me saí? – ela perguntou ao se afastar um pouco para encará-lo.

— De forma brilhante, querida. Como era esperado, pois você é uma rainha.

— Nossa, seu exagerado!

— Ué, não é minha rainha?!

— Princesa. Rainha só depois que casar com Raphael.

Diego rosnou e Pablo riu.

— Minha princesa então. – ele tornou a beijá-la, recebendo o carinho de volta – Que tal irmos comer alguma coisa em uma dessas barracas? E eu também preciso me sentar.

— Senhor está bem? – ela parecia preocupada.

Pablo acariciou o rosto da pequena e sorriu.

— Seu irmão é pesado, amor. Olha o meu tamanho, estou virado em uma bola de toneladas. Vamos, eu estou com fome. Evelyn e Hector não vão se juntar a nós?

— Não, eles foram para o outro lado. – o olhar de Diego respondia o questionamento de Pablo. Hector estaria de olho na outra área da festa.

Ele se ergueu, tendo as mãos de Victor e Diego em suas costas enquanto seguiam para a barraca a qual era destinada à Victor. Sentaram-se e logo pratos de doces e salgados foram colocados ao longo da mesa. Pablo sentou-se entre os alfas e por algum tempo conseguira se distrair com os demais ali enquanto conversava e comia. Ele, de fato, começou a acreditar que poderia ter um dia pacífico. Que as visões de seu filhote fosse algo para o futuro e não para a festa de aniversário de seu irmão.