Capítulo Dezoito ‒ Delírio

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Mira mi amor

Quisiera hacerte entender

Luzes fracas, mas piscantes, atrativas aos olhos daqueles que dançavam de forma alucinada.

Corpos suados, grudando uns aos outros na pista de dança.

Como los besos de tus labios

Me enloquecen a mí me tienen cayendo

Cayendo

No meio da pista, um trio se destacava, enquanto dançavam de corpos grudados, no ritmo da música eletrônica estourava nos alto-falantes. Diego mantinha-se nas costas de Evelyn, envolvendo suas mãos na cintura fina da loira. Pablo grudara seu corpo pela frente dela, prendendo as mãos do Tigre nas suas, apertando o quadril da mulher. Sua boca mantinha-se no pescoço dela, percorrendo-o até a orelha.

Mira mi amor

Quisiera hacerte entender

Como los besos de tus labios

Me enloquecen a mí me tienen cayendo, cayendo.

—Vamos sair daqui... ‒ murmurou Evelyn ‒ Por que não pretendo acabar minha noite apenas provando da boca de vocês... Eu quero mais, muito mais...

Bésame la espalda,

Léntame las curvas de mi cuerpo con tu lengua.

Si me escuchas no sé qué estoy diciendo,

Estoy cayendo.

Diego e Pablo se olharam. Não precisou de uma segunda ordem para que os três desaparecessem daquele lugar.

~*~

Pablo deu um salto ao despertar. Olhou para os lados, percebendo que estava no sofá da sala de estar de Victor, coberto com uma manta. Olhou o relógio no pulso, percebendo que era quase sete da noite.

—Merda, quem me deixou dormir tanto assim? ‒ ele resmungou, coçando a cabeça.

—Eu dei ordens para que te deixassem dormir.

Pablo ergueu o olhar, vendo Victor sentado, o observando. Pablo arqueou a sobrancelha, ajeitando-se no sofá, sentando-se.

—O que foi? ‒ ele perguntou, na defensiva ‒ Está tentando ver se eu estou bem? Toque minhas mãos e perceberá.

Victor ergueu-se, ajoelhando diante do menor, que estava cada vez mais desconfiado.

—Eu quero te pedir desculpas.

Pablo abriu a boca, mas logo a fechou. Não sabia bem o que dizer com aquela resposta. Esperava tudo, mas Victor pedindo desculpas assim? Ainda mais quando ele nem sabia sobre o que o irmão estava se desculpando.

—E a que devo o pedido de desculpas? ‒ perguntou, ainda se mantendo defensivo.

—Pela forma como estamos o tratando, Pablo. ‒ ele respondeu, pegando as mãos do irmão ‒ Eu só quero te manter seguro. Você e Christian são as coisas mais importantes pra mim. Pablinho, tu é meu irmão. Meu melhor amigo. Aquele que sempre esteve por mim. Chris é o amor da minha vida, meu tudo. Parte de mim que eu tive a bênção de encontrar. Se algo acontecer com um dos dois, eu não sei o que faria...

Pablo sentiu os olhos encherem-se de lágrimas ao ouvir aquilo. Era lógico que ele sabia de tudo aqui, mas Victor não era conhecido por deixar seu lado emotivo falar. Era mais fechado. Mais até que o Diego. Então ouvir aquilo do Alfa malvado, cruel e sanguinário, porém justo, era algo novo.

Matilha Villanueva - Para Sempre MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora