Origens

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— Ele está voltando.

— Céus, graças a Deus.

— Pablo? Vamos, Pablo, abra os olhos, querido.

Pablo abriu os olhos, sentindo-se confuso. Olhou o teto, vendo o topo de uma cama de dossel. "Que diabos é esse lugar?"

O rapaz então olhou para o lado vendo duas pessoas ali com ele. Sentiu sua mão sendo pega e então olhou para o outro lado da cama, se deparando com Christian e Raphael, que encontrava-se no colo do pai, agarrado a ele e parecendo completamente apavorado.

— O que aconteceu? – ele perguntou, tentando se levantar. Mas travou, chiando com a dor aguda em seu ombro.

— Vai com calma, Pablo. – falou Christian o empurrando delicadamente de volta para a cama – Você está ferido.

— Náhua logo estará aqui e cuidará do seu ombro, filho.

Pablo se virou para encarar o homem que falava. Era o mesmo do Texas, realmente esperava que não fosse, mas era.

— Miguel? Miguel Hernandes?!

Ele acenou e Pablo sentou-se em um pulo, saltando da cama. Mas cambaleou, só não caindo por que Christian e Raphael o seguraram.

— Pablo... – Miguel parou quando o rapaz ergueu a mão.

— Eu não lembro, Miguel. Não lembro, pois minha avó apagou minha memória. Mas não é por que não lembro que não sei que foi você que ordenou a morte dos meus pais, da minha família! – Pablo praticamente gritou aquilo – Minha irmã sobreviveu e ela me contou o que me esconderam!

— Pablo, se acalme... – Miguel ergueu as mãos em rendição – Pense no seu bebê...

— Você me queria! – ele berrou, se soltando de Christian e Raphael. Aproximou-se de forma furiosa em direção a ele, apontando o dedo – Você me queria pelos meus poderes! Pelo o que eu sou! Por essa maldição que carrego comigo! E agora manda esse pau mandado me sequestrar para o quê? Pra pegar meu bebê? Você, VOCÊ! Não vai pegar meu bebê! Eu JURO que mato você antes de tocar um dedo no meu filho!

— Pablo! – o homem rosnou, erguendo seu tom alfa na tentativa de controlar Pablo, que rosnou de volta – Se acalme!

— Você não é meu Alfa! Eu não te reconheço como tal! Então não tente isso comigo, seu maldito!

Miguel se aproximou e Pablo retrocedeu, rosnando de forma furiosa. Ele o pegou pelos ombros, tomando cuidado com a ferida do lado esquerdo, o puxando para a cama e o fazendo se sentar. Ajoelhou-se diante do rapaz, mantendo as mãos em seus joelhos, por mais que Pablo tentasse repelir o contato.

— Eu não vou fazer mal a você ou ao seu filho. Juro isso pra você, Pablo. – falou o homem – Tanto que quando vi seu estado, ordenei um belo castigo a Matt pelo o que fez com você. E trouxe seu amigo para cá junto do pequeno para fazerem companhia a você. Eu juro pra ti que não quero fazer mal a você.

— E a mim, que sou companheiro do seu inimigo número um você quer, não é?!

Miguel encarou Christian ao ouvir o questionamento.

— Meu problema é com Victor. Não irei descontar minhas diferenças com ele em você ou no menino. – ele se ergueu, se aproximando de Christian, que tentou se afastar. Ele o fez se sentar ao lado de Pablo e puxou o menino para junto do pai. Se aproximou dele, o cheirando. Então se arredou, arqueando uma sobrancelha.

— O que foi? Cheirando meu companheiro? – rosnou Christian.

— Não, cheirando outra coisa. – respondeu o homem – Cheirando seu filho.

Matilha Villanueva - Para Sempre MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora