Morte é só o princípio

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Por vários minutos eles correram pela mata, até pararem atrás de uma grande rocha e colocarem Pablo no chão, quando ele berrou, suplicando que parasse. O rapaz se encolheu, gritando pela dor aguda em sua barriga. Ela havia endurecido e a força que sentia para baixo, contra a sua marca, ele já sabia o que significava.

Seu filho iria nascer.

— Minha nossa, o que vamos fazer? Ele tá sangrando muito! – exclamou Christian.

— Você tem curso de primeiros socorros, não é? – perguntou Adam.

— Eu tenho, Adam. Mas é o básico, Pablo tá perdendo muito sangue e precisa urgentemente de socorro médico.

— Calem a boca! – gritou o rapaz, fazendo-os encará-lo – Meu filho tá protegido, eu não consegui me proteger, mas protegi ele. Estou em trabalho de parto, então melhor conseguirem algo pra colocarem ele quando nascer!

— Sé-sério...? – sussurrou Luka, que estava mais pálido do que já era.

— Sim! As contrações começaram, a minha queda e a facada agilizaram o processo, então acho bom me ajudarem... Oh, meu Deus! – ele gritou quando uma nova contração o pegou.

Christian se sentou no chão, colocando Pablo entre suas pernas. Ele o agarrou contra seu peito, limpando o rosto do amigo, que encostou a nuca em seu ombro.

— Puxem as calças dele. – ordenou Christian – A cada contração a cicatriz se abrirá mais. A coisa vai ficar louca quando a bolsa das águas estourar, então fiquem de olho!

Os dois acenaram, fazendo o que foi pedido. Raphael sentou no lado do pai, evitando de olhar e tampando os ouvidos a cada grito de Pablo. O menino tirou o casaco que usava para que pudessem colocar o bebê ao nascer.

Luka mantinha a ferida da facada pressionada enquanto Adam olhava para a cicatriz. A cada nova contração ela se abria mais. Muito sangue saía por ali e ele sentia que algo estava errado.

Já estava amanhecendo e não se ouvia mais o som de batalha. Presumiam que haviam conseguido parar as Guaxas enlouquecidas.

E estavam certos.

Diego estava fora de si, ele sabia que Pablo estava seriamente ferido e que tanto ele quanto seu filho corriam risco de vida.

E ele não estava lá com seu companheiro.

O homem sozinho havia destruído quase toda a área, ignorando a dor em suas patas por andar na área que ainda estava em chamas.

Ele queria o culpado, queria estraçalhá-lo, destruir sua garganta com os dentes.

Matt estava condenado.

Eles se olharam, vendo que haviam acabado com os malditos. Alice estava encostada contra uma árvore, arfando.

— Precisamos achar Pablo e os outros. – ela falou – Victor, Diego, venham comigo. Elliot e Oliver, levem o corpo do Náhua para um dos carros. O restante se dividam com Evelyn e Hector e façam uma varredura nos arredores para saber o que mais está escondido por trás dessas árvores.

Eles acenaram.

E correram em direção ao cheiro de sangue, que a cada passo ficava mais forte.

Os gritos dele já eram ouvido e Diego gelou. Os três pararam e se olharam.

— Ele está em trabalho de parto. – falou Victor.

— Muito cedo pra isso, Victor. – sussurrou Diego – Ele não está nem com oito meses ainda.

Matilha Villanueva - Para Sempre MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora