Capítulo Nove - Passado - Parte II - Wendigo

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—Você era o que afinal? – perguntou Christian, de boca aberta.

—Eu era o Executor e Estrategista da Matilha, Chris. – Pablo estava afundado na poltrona, olhando para o teto – Não sou mais Executor, mas ainda tenho meu posto de estrategista, por conta dos meus poderes, eu tenho mais facilidade de prever se um plano dará ou não certo.

—Humm... – o outro ficou pensativo – Mas o que um Executor de Matilha realmente faz? É o que eu estou pensando?

—Matar. É isso que um executor faz. Ele é o Assassino. Aquele encarregado de eliminar alguém. Era isso que eu fazia. Por ser o melhor atirador na época, sempre que haviam trabalhos que envolvessem mortes eu estava neles.

Chris não encarou Pablo. Estava chocado. Sabia que o rapaz não deveria ser subestimado pelo seu tamanho ou aparência "frágil", pois ele não era nada disso. Mas não passou pela sua cabeça que Pablo poderia ter sido um assassino no passado. Não tinha como classificá-lo assim, olhando para seu sorriso fácil e olhos dóceis.

Poderia ser esse o equivoco de seus inimigos.

Evitando comentar o que o rapaz lhe havia respondido, ele seguiu para a próxima questão.

—Você judiou de Diego. – comentou.

Pablo soltou uma risada.

—Ele mereceu. Nessa época, Diego era tão quadrado, você não faz ideia. Todo certinho. Pelo menos algo bom eu consegui na minha vida. Eu mudei a forma dele ver a vida... – Pablo abriu um pacote de bolacha e começou a comer – E não. – antes de Christian formular a perguntar, o menor já respondia – Eu não passei a noite com o rapaz do jogo de sinuca. Diego deixou claro na época que não queria um companheiro, eu apenas saí com o cara, bebemos e o dispensei. Eu não ia deixar que minha noite acabasse mal. Pelo menos e saiu de lá pensando que eu estava fodendo com alguém.

Christian riu. Estava com dó de Diego. Pablo era vingativo.

—Por que Diego mudou de nome, Pablo?

O Lobo Branco olhou para fora, enquanto devorava o pacote de bolacha.

—Ele nunca quis me contar sobre o motivo de ter mudado de nome...

—Hummm. – Christian achou isso estranho. Um lembrete mental de perguntar ao Victor sobre isso. Nisso, ele percebeu algo. Encarando Pablo, indagou – Que idade vocês têm? Por que Victor parece ter vinte seis anos, mas percebo que tem muito mais...

—Victor tem cento e vinte dois anos, Chris. – o rapaz soltou uma gargalhada, ao ver o amigo se engasgar com uma bala – Cara, podemos viver por centenas de anos, lembre-se disso.

—Não pensei que fosse tanto assim. – se esganiçou – Diego tem quanto? E você?

—Diego tem cento e setenta e dois anos. Eu tenho trinta e quatro. Na idade humana, Victor teria vinte cinco, Diego uns trinta e eu aparento vinte anos.

—Isso que você está me contando, quanto tempo tem?

—Eu tinha vinte quatro. Faz dez anos. Mais alguma coisa?

—Raul?

—Ele foi beta do Victor. Na época, Victor tinha eu e ele como seu apoio. Não precisava de dois. Depois que Diego entrou pra matilha o Alfa o colocou como beta. Eu fiquei algum tempo afastado. Antes que pergunte eu vou te explicar isso. Raul foi assassinado ano passado. Héctor entrou no lugar dele. – Pablo o encarou – Algo mais?

—Não. Continua, por favor.

~*~

—Tem certeza de que quer ir, Pablo? – perguntou Victor.

Matilha Villanueva - Para Sempre MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora