Capitulo 2

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Ele passou por mim, e se deitou na maca, com luvas na mão, pegou a barra, e a levantou com um urro, que sempre sai na academia.

- Quer ajuda? - Perguntei ao ver seu esforço.

- Não, ta de boa, aqui é homem rapa. - Retrucou ele com um sorriso lindo.

- Então ta, quero ver o homem quando eu aumentar o peso. - Após provoca-lo, me sentei no banco ao lado.

Após três séries de trinta, ele terminou.

- Sabia que o correto é fazer uma pausa a cada seção, para descansar o corpo.

- Sabia que o correto é não se meter no treino dos outros. - Retrucou.

- Ok então, só quis ajudar. - Demonstrei a raiva perante a grosseria dele.

Admito que aquelas palavras me rasgaram como uma faca, nunca fui tratado assim, por que geralmente eu sou o cara que retruca tudo, e ninguém nunca teve mais autoridade que eu, obviamente isso estava para mudar, finalmente tinha chegado alguém que não tinha medo de me encarar, que ia me mostrar que o mundo não pertencia a mim, no início isso me irritou, porém com o tempo fui me acostumando com a ideia, e hoje vejo que foi uma das melhores coisas que me aconteceram, me tornei uma pessoa muito melhor, mas ainda dou umas reviravoltas, folgado hoje comigo não se cria.

- Haha, você é aquele tipo de pessoa. - Ele tornou a falar.

- Que tipo de pessoa? - Fiquei intrigado.

- Que pensa que o mundo gira ao seu redor.

- Não sou não. - Eu sabia que era, mas não admitia tão facilmente.

- É sim, eu venho te notando de ontem para hoje, lá na faculdade deu pra notar.

- Você só falou comigo uma vez, como ia notar algo ao meu respeito. - Eu estava indignado, embora ele estivesse certo.

- Mas tive bastante tempo para notar no intervalo, você gosta de ser o gostosão. - Então ele andava me notando, bom saber.

- E desde quando te dei a permissão pra me espiar, ou me críticar. - Meu humor não mudou.

- Não preciso da sua permissão, eu olho pra quem eu bem entender.

Aquelas palavras só conseguiram me irritar mais ainda, quem ele pensava que era pra falar comigo assim.

- A educação mandou lembranças. - Retruquei.

- A humildade também. - Ele retribuiu com um sorriso sarcástico, que só me irritou mais.

- E quem tu pensa que é pra falar de mim assim. - Eu estava puto da cara com o atrevimento dele.

- O primo da garota pra quem você se gabou que era bom de cama. - Ok,sem argumentos contra essa.

- Você é parente da Victoria?? - Meu rosto começou a avermelhar, estava muito envergonhado nesse momento.

- Sim, primos por parte de mãe, e depois do que ela falou, dei uma observada em ti,ela não exagerou nem um pouquinho. - Embora eu estivesse todo vermelho de tanta vergonha, ele falava naturalmente, como se aquilo fosse normal para ele.

- Ok,eu admito, sou um pouquinho narcisista. - Eu estava perdendo nessa conversa.

- Deu para ver o pouquinho. - Ele deu uma risada gostosa.

- Você realmente parece bem com isso tudo, não ficou com raiva de mim, por dar em cima da tua prima? - Perguntei surpreso.

- Claro que não, ela é uma mulher muito linda, que gosta de tranzar sem compromisso, por que eu me meteria na vida dela. - Outra vez, ele falava naturalmente.

Era pra ser só amizade, mas... (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora