Capítulo 11

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A manhã de domingo estava extremamente fria, meu celular marcava 14 graus, com sensação térmica de 10. Mesmo com todo esse frio, a última coisa que eu queria era ficar na cama, não aguentava mais ficar pensando, isso só me deixava mais louco, eu vivia pensativo, desde que reli aquela carta eu estava assim, não consegui dormir direito, todas aquelas lembranças do passado estavam voltando, eu tentava não pensar nisso, eu juro que tentava, que tudo que eu queria era esquecer todo aquele pesadelo que vivi no fim do ensino médio, eu ainda era um adolescente, jovem, que não via as coisas como elas realmente eram, eu não conseguia entender o mundo hipócrita e nojento em que eu vivia, eu mudei tanto, me tornei alguém frio e até certo ponto idiota, foi o jeito que eu encontrei para curar a dor, era fazendo ela nas outras pessoas, não me apegando mais, até que conheci o Artur e tudo mudou.

Com ele era diferente, ele reacendeu aquela chama novamente, fez com que eu esquecesse da idéia de que me apaixonar era burrice, eu tinha essa regra de nunca me apaixonar, foi o jeito de parar de doer e evitar que tudo acontecesse novamente, mas aquele garoto de olhos verdes fez o meu mundo girar, ele era diferente dos outros, eu não pude evitar que acontecesse, por mais que eu quisesse, ele me conquistou, e agora éramos felizes, mas a questão era : Até quando?? . E se tudo acontecesse de novo, acho que amo tanto o Artur que dessa vez eu não superaria, meu mundo acabaria, se eu o perdesse.

Meu deus, eu tenho que parar de pensar assim, quem vive de passado é museu, eu não podia ter medo do futuro só por causa das dores do passado, isso era loucura, eu precisava parar de pensar nisso, aquilo já passou, Pedro decidiu seguir a vida dele e eu tive de fazer o mesmo, e se pensar bem, tudo que passei foi até que bom, afinal me trouxe bastante diversão, coisas boas e o Artur é claro. Antes eu era um medroso, não tinha personalidade, qualquer um fazia minha cabeça, me fazia de trouxa e passava por cima de mim, mas hoje sou alguém diferente, hoje tenho uma grande alto estima, falo o que penso, vivo a vida que eu quero, e estou com a pessoa que amo. Na verdade tudo que passei foi uma lição, me fez crescer e evoluir, e hoje sou feliz graças a isso, agora era hora de parar de pensar nisso.

O dia estava nublado, e mal dava de ver a rua de tanta neblina. Fui até a padaria, estava bem agasalhado, e obviamente não era o único, por que o tempo estava congelando. Cheguei lá e fiz o pedido de sempre, uma voz conhecida me comprimentou.

- Higor??? - Me virei e era a Luíza.

- Oi Lu, desculpa, não te vi, como vai? - A comprimentei com um beijo no rosto.

- Bem e você?

- Bem também.

- Eu gostaria de me desculpar ainda por aquele mal entendido, eu juro que não sabia que o Thiago era... - Eu não a deixei terminar.

- Lu, relaxa, ta tudo certo, ele também me enganou, e olha que conheço ele a bastante tempo, então deixa pra lá, já está tudo certo. - Respondi sorridente para ela.

- Fico aliviada de saber disso. - Ela me respondeu com aquele sorriso lindo.

- Já percebeu que a gente só se encontra na padaria ou vindo para cá??

- Verdade né. - Ela respondeu. - É que eu to morando aqui perto.

- Ta morando aqui? - Lembrei que ela e Artur terminaram exatamente por que ela não queria vir morar aqui.

- Sim, por que o espanto?? - Ela riu.

- É que eu pensei que você e o Artur tinham terminado por que você não queria vir para cá.

- Isso foi a desculpa que a gente usou para terminar o namoro na época.

- Desculpa?? - Perguntei

Era pra ser só amizade, mas... (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora