Capítulo 18

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Era a madrugada de quinta para sexta feira, por volta de 1hr da manhã, eu estava no meu quarto, arrumando minhas malas, eu considerava essa uma das piores partes para mim, pelo fato de que eu era muito complicado para tal tarefa, uma hora eu colocava coisas demais e achava que devia tirar algumas, e acabava tirando demais, e recomeçava desde o zero de novo, e assim ia. Artur tentava dormir na minha cama, porém eu estava fazendo tanto barulho, que ele só tentava dormir e ficava resmungando.

- Vai dormir Higor, amanhã você arruma isso, é só uma mala. - Ele ficava repetindo.

Eu nem respondia, continuava concentrado em minha tarefa, calças, blusas, sapatos e outras coisas voavam pelo ar, eu já estava perdendo a paciência, nunca ficava do jeito que eu queria, porém continuei. Já passava das duas, e eu continuava a bagunça, Artur já estava perdendo a paciência comigo, e jogou um travesseiro em minha cara.

- Vai dormir criatura. - Ele falou irritado.

- Não enquanto eu não terminar aqui. - Falei jogando o travesseiro de volta a cama.

- Senhor Higor Gonçalves se você não vier dormir agora mesmo, amanhã vou contar pra tua mãe que não andas dormindo direito. - Artur me olhou com aquela cara de quem não estava brincando.

- Você não teria coragem. - Falei irritado.

- Quer apostar?? - Ele me encarou.

Fiquei pensando nas horas e horas que minha mãe ia ficar me dando sermão por não estar dormindo a noite, o quanto isso era perigoso e prejudicial à saúde e todo esse bla bla bla, após essa visão olhei para o Artur.

- Que golpe baixo. - Respondi indignado.

- Eu prefiro chamar de estratégia. - Ele respondeu sorrindo.

- Satisfeito?? - Perguntei ao me deitar na cama ao seu lado.

- Muito, agora relaxa e dormi agarradinho com o teu boy.- Ele disse.

- Desculpa, é que sempre que eu vou pra casa dos meus pais, eu fico muito nervoso, não sei explicar, ainda mais dessa vez que você vai junto.

- O problema sou eu então?? - Ele perguntou meio triste.

- Não amor, claro que não, não fala bobagem, eu só to nervoso, só isso. - Respondi me virando pra ele e o olhando nos olhos.

- Calma tabom, vai dar tudo certo, confia em mim. - Ele deu aquele sorriso perfeito.

- Eu confio amor. - Respondi.

- Então agora vamos dormir, porque amanhã temos um longo dia pela frente.

- Vamos sim.

Por mais que eu tentasse, não conseguia dormir, eu pensava demais no dia seguinte, tinha medo de dar alguma pista e meu pai perceber algo, não tinha medo por mim, e sim pelo Artur, tinha medo que meu pai descobrisse e acabasse magoando meu grandão, ele estava tão feliz em conhecer os sogrões, imagina se ele se decepciona e fica magoando, meu pai podia dizer coisas muito absurdas para ele, mas eu tinha que manter a calma, vai ficar tudo certo, pensa positivo Higor, você consegue, não deve ser tão difícil fazer seu pai adorar o Artur né??? Ou será que é???

Acordei ou melhor levantei por volta das 8hrs da manhã de sexta feira, mesmo passado a noite em claro devido ao nervosismo, não tinha olheiras ou qualquer coisa do tipo, minha aparência estava ótima, e isso era bom, já que se minha mãe ver qualquer coisa errada, já acha que preciso ir ao médico. Fui até a cozinha e comecei a preparar o café, a manhã estava linda, com aquele sol que da graça em contemplar, enquanto Artur ainda dormia, eu fui até a padaria e comprei as coisas para o café da manhã, durante esse processo minha mãe ligou mais algumas vezes, querendo confirmar tudo. Fora as milhares de ligações dela e eu ouvindo ao fundo meu pai dizer " Deixa o guri em paz mulher ", a manhã foi tranquila, Artur dormiu por mais um pouco, até que levantou, fez a higiene e se sentou a mesa comigo.

Era pra ser só amizade, mas... (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora