Capítulo 12

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Cheguei a casa da Nat pela manhã, bati a porta e logo ela veio abrir, ela ficou assustada ao ver minha aparência, e não demorou a perguntar.

- Meu Deus meu lindo, você ta bem?? - Me abraçou.

- Não muito Nat, desde que fui inventar de ler essa maldita carta. - Levantei a mão e mostrei a carta.

- Ta remexendo no passado de novo né.

- Não é bem isso, sei lá, estava indo tudo tão bem e eu já até havia esquecido disso, mas ao reler tudo voltou a minha cabeça, e o medo de perder o Artur já está me enlouquecendo. - Soltei um suspiro e cai no sofá.

- Mas por que esse sentimento todo?? - Perguntou se sentando ao meu lado.

- Lembra do conteúdo?? - Mostrei a carta novamente.

- Um pouco, já faz tempo que a li.

- Mas lembra de quem escreveu, e do que aconteceu certo?? Te contei tudo depois que viramos amigos.

- Lembro sim, e você tem medo que o Artur faça o mesmo, é isso?

- Não que ele faça o mesmo, mas que nossa história tenha um destino semelhante, e isso me assusta. - Passei a mão sobre a testa.

- Eu entendo, mas não podes viver com esse pensamento Higor, passado é passado.

- Eu sei, mas não consigo mais esquecer, por que eu fui reler a essa maldita carta, por que guardei essa merda, deveria ter esquecido tudo junto de Pedro.- Falei Indignado.

- Talvez pra se lembrar de tudo que você já sofreu, agora eu posso reler?

- Claro. - Entreguei a carta a ela.

Natália pegou a carta de minha mão e a abriu lentamente, o papel estava bem amassado e acabado com o passar dos anos, aquele cheiro de papel mofado era bem forte, após botar o envelope sobre a mesinha a frente do sofá, e abriu o papel que estava dobrado e começou a ler apenas para ela.

" Oh meu lindo pequeno, eu sei que você vai me odiar tanto após ler essas palavras, me dói o coração escrever isso a você, pode me chamar de covarde por não ter tido coragem de te contar tudo pessoalmente, explicar o porquê de minhas complicadas escolhas. Como você sabe, não foi o único a descobrir coisas novas esse ano, nosso amor foi algo extraordinário para mim, principalmente pelo fato de que éramos melhores amigos desde a infância, e de repente somos dois adolescentes de 17 anos que descobrem que se amam, não foi nada fácil para nós admitir isso, porém nosso amor foi maior que isso, ficamos juntos por 6 meses, os melhores da minha vida, pode ter absoluta certeza. Eu sei que você deve estar querendo saber onde estou, e por que sumi e a duas semanas não dou noticias, mas acontece que fui contar para meus pais sobre meus sentimentos por você, e bem eles não aceitaram muito bem, e me mandaram morar com minha vó, fui embora sem me despedir, por que não queria tornar isso pior do que já está, e certamente eu não teria coragem para falar isso para você pessoalmente, eu sei que demorei para explicar o porquê da minha partida e peço desculpas, o que mais doi é saber que você deve estar me odiando agora, mas isso tudo é para o nosso bem, espero que um dia ainda possamos ficar juntos, por que sei que seu coração ainda pertence a mim, como o meu ainda pertence a você, eu te amo meu pequeno e talvez até um dia, do seu amado Pedro."

Natália terminou de ler e pos a carta de volta ao envelope, fechou e a deixou em cima da mesa, e voltou seu olhar para mim.

- Eu realmente entendo seu medo Higor, não deve ter sido fácil para você passar por tudo aquilo. - Ela me olhava.

- Doeu muito Nat, se encontrasse Pedro hoje, não saberia minha reação, por que a dor que ele me causou foi tanta que me fez até prometer nunca mais me apaixonar novamente, ainda mais com aquela última parte da carta. - Respondi sério.

Era pra ser só amizade, mas... (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora