Um pouco de desafeto

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"O nome dele é Derik. Eu acho ele esquisito. Um homem de vinte e nove anos, pele branca com sardas, olhos azuis esbugalhados, lábios rosados, cabelos pretos e que se veste de cores pretas... Muito esquisito não?
Garotas da minha idade piram quando veem ele, simplesmente 'dão em cima' dele mas ele nem sequer liga para as otárias.
Ele sempre implicou comigo, e sempre quis tentar roubar o lugar do meu pai.
Minha mãe engravidou de mim aos quinze anos de idade, quando meu pai tinha vinte e cinco. Ele já tinha emprego, e então me assumiu.
Meu pai sempre foi generoso, pagou todos os estudos da minha mãe para que eu não fosse um problema para a vida econômica dela.
Eu tenho muitas amigas na escola e todas elas dizem para eu seduzir o Derik mas eu não consigo acha-lo tão máximo assim.
Por dentro ele é horrível, sei disso porque conheço.
Eu não gosto desse tipo de homem estranho que se veste de cores neutras, esses garotos emos... Ai credo. Deus é mais."
Helena estava finalizando o diário quando Derik entra no quarto dela, sem bater na porta nem nada. Como se já fosse de casa.
Helena fecha rápido o diário.
-O que você veio fazer aqui?
-Vim saber o que a princesinha está aprontando no quarto.
-Nada que você precise saber.
-Se eu estou perguntando é porque eu quero saber, ora.
-Derik, eu estou falando sério. Por favor sai daqui.
Derik tentou pegar o diário mas Helena segurou entre os braços.
Derik riu um pouco.
-Eu vim aqui só implicar com você mesmo. Pouco me importa o que você faz e deixa de fazer.
Derik bateu a porta do quarto.
Helena voltou a escrever.
"Eu não aguento mais esse maldito me espionando e com esses tipos de brincadeira, eu conto para a minha mãe mas ela fala: 'ele só quer chamar sua atenção...' Como se ele fosse um bebê que precisasse de amor e carinho... Me poupe, se poupe, nos poupe.
Para ficar pior, amanhã eu tenho aula e advinha quem vai me levar a escola? Sim Derik... E as meninas irão babar por ele... Como sempre."
A mãe de Helena chega em casa.
-Oi Derik.
-Oi amor. Ele beija o rosto dela.
-Onde está a Helena?
-Oi mãe. Estou aqui.
A casa de Helena era térrea então dava para ouvir todas as vozes, não importa o cômodo que a pessoa estivesse falando.
Derik sentou-se na poltrona da sala e começou a tocar a guitarra num volume bem alto. A mãe de Helena; Mia não se importava com o barulho.
-Derik. -Helena gritou. -Dá para parar?-Gritou mais uma vez. -Os vizinhos vão se incomodar com você. -Acrescentou.
-Não me importo. -Continuou o som.
Helena estava se incomodando. Bateu à porta do quarto dela, fazendo um barulho bem mais alto do que o da guitarra.
-Helena! -Derik gritou. -Como pode bater à porta tão forte? Tá maluca?-Deu um grito mais alto.
-Só você que pode fazer barulho nessa espelunca?
-Helena, respeita o Derik. -Mia gritou dando ordem a ambos. -Derik respeite minha filha. Vamos viver em harmonia por favor?
Derik continuou tocando a guitarra.
-Shi. Abaixa o volume.
Derik abaixou o volume da guitarra.
Mia foi até o quarto de Helena, entrou, sem bater na porta. Apenas entrou invadindo a privacidade da garota.
-O que você está escrevendo.
-Nada... -Helena fecha o caderno depressa.
-Helena, Helena. Cuidado com o que você escreve aí...
-Cuidado quem tem que tomar é você!
-Por que?
-Você pôs esse traste dentro de casa.
-O que o Derik te fez para você ter tanto ódio dele?
-Ele existe.
-Para de implicar com ele.
-Ele é estranho demais para mim.
-Querida, você precisa aceita-lo pois eu o amo muito, e iremos nos casar. Namoramos há dois anos... E...
-Chega! -Helena interrompe a mãe. -Eu não quero mais saber de você falando sobre Derik.
A mãe se retirou do quarto, com um olhar triste.
Derik entra no quarto.
-O que você disse a ela?
-Disse o que ela precisava ouvir, ora.
-Olha aqui menina... -Derik aponta o dedo para Helena.
-O que você pensa que vai fazer comigo? -Helena dá um sorriso sarcástico. -Não cansa de ser otário não? Eu ainda vou separar vocês dois.
-Eu amo a sua mãe. E nem seus planinhos doidos de garotinhas patricinhas mimadas, irão mudar isso.
-Será o que veremos.
-Então tá. Tente para ver.
-Eu tentarei. Derik. -Helena deu um sorriso sarcástico e olhou dentro dos olhos de Derik.
Derik saiu do quarto.

Um cara bem mais velho que euOnde histórias criam vida. Descubra agora