-Você combinou que ia me deixar no aeroporto para decolar e agora fica de frescura... -Falou brava no telefone, se esgoelando.
-Eu sei, eu sei... Não vou furar com você.
-Mas parece que vai sair dos nossos combinados, a minha mala já está pronta e a de Nina também.
-Eu sei, eu sei.
-Já arrumei minhas coisas, faz uma hora que estou esperando e você ainda não chegou. E o pior, meu carro está no mecânico, essa hora o metrô deve está lotado... A culpa é sua.
-Não me culpe, culpe o trânsito.
-Então você está vindo?
-Sim, não ia furar com você.
-Seria grande o vacilo mesmo, cara.
-Relaxa, vou chegar aí a tempo.
-A Nina está aqui... Estamos ansiosas por você, e até agora nada.
-Seja paciente.
-Estava até meia hora atrás.
-Vou desligar agora, beijos.
-Tchau. -Helena desligou na cara de Derik e jogou o telefone em cima do sofá.
-O que ele disse? -Nina perguntou ansiosa, e enquanto Helena falava, roía as unhas.
-Falou que estava preso no engarrafamento.
-Mas ele mora tão perto de você, Hê.
-Também acho, Nina. Mas na verdade, deve ainda estar em casa...
-Creio que esteja mesmo, mas seria um grande vacilo se ele fizesse isso conosco.
-Aí que vontade de matá-lo.
-Amiga, controle-se.
-Estou me controlando... Tinha que ser ele para estragar as coisas.
-Vai dar tudo certo, vamos ir para Austrália.
-Eu já estou me imaginando lá...
-Será o melhor mês da minha vida.
-Das nossas! -Helena puxou Nina que estava sentada na poltrona da sala e abraçou-a.
-Trate de tirar fotos bonitas viu, Helena.
-Vou fazer o que sei de melhor... Fotografar!
-Fotografias da nossa primeira viagem.
-Primeira de muitas!
-Espero conhecer muita gente bacana.
-Também espero, australianos lindos, isso principalmente.
As meninas riram das palavras atrevidas ditas por Nina.
-Eu queria fazer um livro sobre nossas viagens, e essa viagem será nossos primeiros capítulos.
-Excelente ideia, amiga. Como sempre, brilhante.
A campainha tocou, Derik estava falando a verdade. Estava vindo e frequentou um grave congestionamento pois havia uma batida de carros. Helena estava arrumando as últimas coisas da mala quando ele chegou, tanto que quem abriu a porta foi Nina.
-Cheguei.
Nina manteve-se em silêncio mas deixou a porta aberta. Helena correu até ele e deu um abraço.
-Que bom que você veio. -Suspirou fundo. -Achava que ia nos deixar na mão.
-Seria um baita vacilo da minha parte fazer isso com vocês.
Nina manteve-se quieta o tempo todo, pegou as malas de Helena e a dela para perto da porta enquanto os dois conversavam.
-Nós teremos muitas fotos e coisas novas para contar.
-Adoraria saber de tudo.
Nina não achava que Helena e Derik combinariam, mas nunca falou pois não queria magoar a melhor amiga usando sua sinceridade. Achava que ele era um cara estranho demais, reservado de mais. Com um comportamento desprezível e que era velho demais para sua amiga. Até certo ponto estava certa. Mas Helena o amava demais, aceitava seus defeitos e amava suas qualidades, coisas de quem ama de verdade. Quem ama não fica selecionando a pessoa "perfeita" para amar incondicionalmente.
-Vamos? -Derik perguntou.
-Vamos, Derik! -Helena disse enquanto dava uma série de pulinhos, animada.
As malas acabaram ficando sob responsabilidade de Nina, que teve de carregá-las todas pelas escadas pois os elevadores estavam ruins. Helena estava muito "ocupada" em outros assuntos. Nina cansou-se. Na hora de por as malas dentro do porta-malas do carro, foi um horror. Precisou pedir ajuda ao Derik, porque se não pedisse ele não ajudaria.
-Nada gentil da sua parte me deixar com essas malas pesadas, segurei-as até descer nas escadas e você a Helena não fizeram nada. Só riram e conversaram.
-Ih é, esqueci de ajudar você com as malas. Ajudo agora.
-Seria mais útil ter ajudado antes na parte mais complicada.
-Desculpa.
-Desculpas não vão repor meu suor gasto.
-Foi bom exercício físico.
Nina fez uma cara de raiva, deixando claro que achou degradante essa piada.
-Foi mal, foi mal. Não leve para o lado pessoal.
-Você me chamou de gorda e ainda me fez descer as escadas com duas malas pesadas e ainda quer que eu fique rindo por aí. Não sou tonta.
-Ei, pessoal. O que está havendo aí? -Helena gritou da janela. -Quero chegar no aeroporto hoje.
-Vamos parar de discutir que eu não quero perder saliva e tempo, com risco de estragar minha viagem por causa de certos indivíduos nojentos. -Nina olhou com cara de deboche para ele.
Derik colocou as malas no porta-malas do carro, e partiram. De lá ninguém disse mais nada.
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Um cara bem mais velho que eu
RomanceHelena é uma garota de nova Iorque que viu o pai ser morto em um grave acidente. Porém, a sua mãe já estava em um relacionamento com Derik e ele decide se mudar para a casa das duas, até o dia do casamento dele com a mãe chegar...