Um cara bem mais velho que eu

Tudo está mudado

"Eu estou começando a gostar de Derik, demorou tanto para falar isso mas tudo bem. Ele é um cara bem legal. Precisei de cinco meses para reconhecer isso.
Eu devia ter aceitado ser sua amiga, ele gosta de brincar, de rir... Me dá conselhos... Era tudo que eu precisava.
Me sinto tão feliz por ter um amigo dentro de casa. Mas enfim, ele sempre compra as minhas guloseimas(mesmo quando a minha mãe não deixa) e sempre ouve meus desabafos e meus segredos. Até agora tudo que contei ele não revelou."
Era uma tarde de maio, e chovia muito. Mia precisou sair para resolver alguns problemas.
-Querida, vou sair hoje. Se comporte.
-Tchau mãe.
Derik estava na cozinha, preparando um chocolate quente pois o frio era bem intenso. Ele foi até o quarto de Helena.
-Está frio, não?
-Muito.
-Helena, não é melhor você vestir algum agasalho? -Derik sugeriu. -Pode pegar algum resfriado.
Derik pegou um agasalho que estava em cima da escrivaninha de Helena, e pôs na menina. -Já já trago seu chocolate quente. -Ele sorriu enquanto acariciava o rosto dela.
Derik sentou-se no sofá e estava assistindo a um programa de televisão.
Helena sentou-se ao lado dele. Derik abriu os braços, abraçando-a.
Eles ficaram abraçados durante o filme todinho.
Helena pôs a cabeça encima do ombro de Derik apoiando-se nele.
Era um casal muito bonito de se ver.
Eles passaram a tarde assistindo filmes, juntos.
Derik e Helena estavam se tornando mais inseparáveis que irmãos.
Mia tinha chegado em casa.
-Olá queridos. Mas que fofos vocês!-Gritou. -Eu gosto de ver vocês assim, unidos.
Helena olhou para Derik com olhar de desconfiança.
Derik levantou-se e deu um beijo na boca de Mia.
-Fiz um chocolate quente para mim e ela. E resolvemos assistir à filme. Nada demais.
-Eu sei que não foi nada demais. Você não seria nem maluco de se apaixonar por uma criança. -Mia olhou para Derik com um olhar ameaçador. -Ainda mais quando essa criança que me refiro, é minha filha. -Acrescentou. -Eu te amo, mas você não sabe do que eu seria capaz de fazer se algum pedófilo chegasse perto da minha filhinha.
Derik ficou em silêncio.
-Helena.
-Oi, minha mãe.
-Quero conversar com você, no seu quarto.
-Já vou, mãe.
Helena e Mia caminharam até o quarto.
-Eu observei você e Derik hoje... Ele te obrigou a sentar ao lado dele?
-Não mãe. Eu sentei ali por livre e espontânea vontade.
-Tem certeza? Saiba que qualquer coisa que ele fizer para você, pode me contar. Eu o amo. Mas não tanto quanto você.
Mia beijou a testa de Helena e saiu do quarto.