Um minuto e mais uma hora

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Era tanto tempo pensando nele, na sua boca rosa, nas mãos pálidas, nos ombros largos, naquele olhar... Tudo que só de imaginar, já consigo amar. -Helena pensou.
Helena passou a viagem toda em silêncio, quieta. E sua amiga fez de tudo para anima-la, embora o frio tenha pego o animo de ambas.
-Pagamos para vir até aqui.
-Nina, chegamos de viagem há duas horas. Nem dormimos, nem desempacotamos as malas. A viagem nem começou...
-Mas amanhã já teremos a despesa da diária, amiga.
-Eu sei, eu sei. Temos grana para bancar.
Helena não saía da pequena cama que havia grudada na janela que dava para ver o horizonte, os altos prédios da cidade.
-Você tem que se animar mais para a vida, agora já sabe que Derik gosta de você também...
-Eu sei. Queria tanto vê-lo. A saudade está me consumindo.
-Tem de se manter calma e aproveitar. Ele não gostaria de saber que está assim tão aflita por ele.
-É, acho que não.
-Então! Mas um motivo para tentar esquecer, amiga.
-Lembro de quando tentei esquecer, isso só piorou as coisas na minha vida.
-Mas você quis esquecer do jeito errado
-Como?
-Você foi ingênua e incapaz de remendar seus erros. Causou mais dor e sofrimento para todos. Mesmo aquilo já ter passado há anos, dias passados interferem no que somos.
-Assim como as dores...
-As lágrimas...
-Os medos...
-As atitudes mal pensadas...
-Tudo.
Assim, Nina e Helena tinham tirado a principal conclusão da vida: não devemos nos martirizar por ninguém, nem por nós mesmos, nem quando a pessoa corresponde nosso amor. Não devemos viver presos uns aos outros, nem em memórias. Temos que viver o agora enquanto há tempo, pois quando não tiver mais, não dará para correr no que ficou para atrás. Foi isso que motivou Helena a continuar sua viagem.

Um cara bem mais velho que euOnde histórias criam vida. Descubra agora