Desejo Delinquente

Capítulo 16 "Eu continuo não acreditando que você é minha"

"I still can't
believe that
you're mine"

A melodia lenta ainda toca nos alto-falantes. Alexander aproveita as batidas suaves para movimentar as suas mãos pela minha barriga, por cima do fino tecido do vestido. Enquanto ele me acaricia, eu danço para ele. Eu me movimento em seu corpo. Exclusivamente nele e para ele.

Neste momento não existe mais ninguém no clube, além de nós dois e a nossa tensão sexual, que mais parece com uma bomba nuclear.

A cada toque, sinto que a explosão se aproxima. Porém nem irá fazer efeito. Nós já temos o fogo. Nós já estamos em combustão há muito tempo. Estamos apenas esperando a guerra; porque na guerra tem ódio, tem fogo, e muito, mais muito desejo. Na guerra, o desejo é de vencer. O desejo é apenas de ter a vitória. No nosso caso, a vitória será sairmos vivos desse fogo que chamusca a nossa pele.

E o nosso desejo, pelo menos o meu, é que nós dois nos queime, mas que nos incendeie usando apenas essa chama e a quentura natural que irá emanar dos nossos corpos juntos em uma complexa, porém simples, união.

E é quando Alexander começa a subir a sua mão que percebo aonde ele quer chegar. Com a boca bem próxima do meu ouvido, ele cantarola baixinho.
A música acaba, no entanto outra ainda mais lenta e sensual a substitui logo em seguida.

Isso cheira a algo como Austin Fodido Lemmertz. Tenho certeza que tem dedo dele nessas mudanças de músicas. E eu ainda vou agradecê-lo. Pois, ele está fazendo uma boa ação destinada a uma carente e solitária garota.

— É aniversário do Austin, mas quem ganhou um ótimo presente fui eu. — Alexander sussurra com a boca colada na minha orelha.

Não digo nada. Não consigo. É intenso demais para alguém fraca como eu suportar. As mãos de Alex estão muito próxima, mais muito próxima da entrada do meu decote.

— Com licença. — Ele pede, e então, os seus lábios distribuem beijos por todo o meu pescoço. As suas mãos ainda estão lá. Seus dedos tocam a parte exposta dos meus seios.

Alexander novamente tirando a minha respiração. Outra vez fazendo a minha mente confirmar que ele será a causa da minha morte. Que ele é meu veneno. Minha droga. Meu vício.

Estou fora de mim. Eu estou completamente fora de mim.

— Florence você é um anjo. Você me trouxe de volta à vida, mesmo sem eu te conhecer. Mesmo sem você me conhecer... garota você é meu anjo.

Dito isso, ele me vira para encará-lo. E nossos olhares se cruzam. Seus globos oculares brilham; braças incendeiam a cor surpreendentemente verde. Consigo enxergar-me através de sua pupila, e eu não estou diferente dele. Eu também tenho desejo nos olhos.

Depois de alguns olhares fixos, ele toca a minha bochecha e aproxima os nossos rostos. E sorri ao rosnar: — Capetinha.

— Você vai ter que se decidir, ou eu sou bebê, anjo ou...

Não consigo completar. Os lábios de Alex me interrompem. E Deus, não há melhor interrupção que essa! Não perco tempo e nem a oportunidade: retribuo ao beijo. Aproximo o meu quadril e o sinto. Alexander me quer. Quer-me com intensidade.

Ele aperta a sua pélvis contra mim, fazendo-me ofegar e curvar por causa da ere·ção.

— É isso que você me fez e ainda faz, desde o dia que eu coloquei os meus olhos em você.

Uau. Declaração certa, na hora certa, mas para a pessoa errada. Você realmente quer me matar, Alex? Você quer. Eu sei que você quer, então o faça. Mata-me, mas antes de me matar de verdade, mata-me primeiro de prazer.

Deus, isso é apenas uma loucura. É um desejo delinquente; é um crime com intensão. Nós dois temos defeitos, Alexander pode até ter mais do que eu, mas isso não o torna um ser desprezível. Ele é apenas alguém muito mais experiente, pois deve ter errado e aprendido muito ao longo da vida.

Não sei nada sobre ele, não sei nada sobre o seu passado. Mas sei sobre o seu presente, porque estou nele.

Eu estou no seu hoje, e ele está no meu. O que há de errado em fazer os dias valerem a pena? O que há de errado em aproveitar o lado bom dessa situação embaraçosa? Talvez essas sejam as únicas exceções para nós dois estarmos nos beijando dessa forma: nós vivemos no mesmo agora e estamos aproveitando-o.

Eu quero, quero muito saber sobre o seu antes. Eu quero ter conhecimento dos seus segredos, entretanto ele já me disse que eu nunca irei saber. Prefiro deixar as coisas andarem devagar. Logo, logo, juntarei todas as pistas e saberei de tudo. Conhecerei Alexander Lemmertz de verdade, não importa quão ruim ele seja.

Paro de pensar, quando ele me beija mais duro e viaja a sua mão para a minha bunda. Aproveito o momento e toco na sua. E oh, Deus. A bunda dele é toda musculosa, toda grande, toda Alexander.

Sorrio entre o beijo, e ele faz a mesma coisa.

— Pensei que você não sorria — ironizo.

— Eu já sou lindo demais sem sorrir, imagina se eu sorrisse para qualquer uma? Não, eu não quero ninguém a não ser você com muito tesão por mim.
O meu rosto queima, entretanto não me importo. Sabia que ficaria vermelha de qualquer forma.

— Todas essas garotas já devem estar excitadas por sua causa. — Olho ao nosso redor.

— Foda-se. Adivinha por quem estou excitado? — E ele mesmo responde: — Por você, bebê.

Esse homem me deixa doida. Ele tira toda a minha sanidade mental. É uma droga mesmo.

“Você simplesmente saiu de um dos meus sonhos. Tão linda, você está me deixando sem ar. Você deve ter sido mandada do paraíso pra terra para me mudar. Você é como um anjo”

— Breathless (Shayne Ward)