"Let me take you
in my arms (...) 'til you
feel alright"Gavin Sladdox. Esse nome emana perigo exatamente como o nome de Alex. Porém ao contrário dos olhos do Lemmertz, eu não enxergo nenhuma ameaça nos olhos de Gavin. Sorrio e aceno quando o vejo.
Gavin corresponde ao meu gesto e os outros dois rapazes que estão com ele franzem a testa. De longe eu consigo identificar o tom dos olhos dos rapazes: é um azul intenso muito parecido com os de Gavin. Na realidade os dois são bem parecidos com ele, só parecem ser mais velhos. Questiono-me: Será que são parentes? Primos? Irmãos?
Sei que Gavin tem um irmão chamado Dexter e este tem olhos idênticos à cor do céu. Lembro-me dos olhos dele quando o vi lutar. E essa é a única feição que me faz acreditar que há algum laço entre esses homens e Gavin. Os olhos.
Continuo observando-os e sem quer lembro-me de Alexander devido às carrancas que os dois acompanhantes de Gavin mantém no rosto ao sentarem em uma mesa bem distante da minha.
Volto a me sentar, sem nem perceber que havia me levantado para cumprimentar Gavin. Soltando todo o ar do meu pulmão, olho para frente e encontro a cadeira onde Austin está vazia.
— Austin? — Droga! Onde está o irmão de Alex?
Viro meu rosto e fito cada canto da lanchonete e nada. Austin não está em nenhum lugar!
Algo dentro de mim se apavora. Apesar de ter o conhecido hoje, sinto que criei uma forte ligação com esse garoto por causa deste algo que está no meu interior. Talvez seja o sentimento que tenho de que de alguma maneira ele faça parte da minha família. Levanto-me de novo e então saio apressadamente do local.
— Hey, Florence! — Ah, não. Paro de me mover no instante que ouço Gavin me chamar.
Não sei o porquê, no entanto o algo que há dentro do meu corpo diz que não é uma boa ideia eu conversar com ele.
— Gavin — falo e me viro para encará-lo, unindo minhas sobrancelhas. — Oi?
Ele ergue um lado da boca, num sorriso.
— Que coisa não? A gente se encontrou dois dias seguidos em lugares totalmente diferentes.
— Sim, que coisa. — E agora? — Gavin me desculpe, mas eu preciso ir.
— Algum problema? — Ele pergunta de modo amigável. — Precisa de ajuda?
— Não. É que, sabe, preciso encontrar o rapaz que estava sentado comigo. Aliás, você o viu saindo?
Gavin nega balançando a cabeça.
— Você estava sentada com alguém? — Ele indaga, em dúvida. — Não vi ninguém ao seu lado.
Ai, Deus. A situação piorou!
— Gavin, eu... nossa. Eu preciso ir procurá-lo!
Gavin concorda, sorrindo.
— É, precisa mesmo.
Vou me afastando dele aos poucos e aceno um tchau. Respiro tentando obter calma, mas minha mente apenas me deixa mais nervosa. Preciso saber onde Austin se meteu. Preciso encontrá-lo. Ando por todos os corredores do shopping, olhando para todos os garotos. Mas nenhum é Austin. Nenhum é dono de olhos verdes como os dele. Nenhum sorri como ele. Nenhum possui a mesma beleza que a dele. Nenhum é Austin Lemmertz!
Quando noto que já havia passado mais de duas vezes no mesmo corredor, eu entro no elevador e desço para o estacionamento. Se Austin não estiver aqui, ele simplesmente sumiu do mapa. Não dou nem mais um passo e o encontro sentado no capô do seu carro olhando para o nada. Ele parece estar acabado.
— Austin... — sussurro, me aproximando.
— Me deixe sozinho, Florence. — Ele resmunga.
— O que aconteceu? — pergunto preocupada.
E o que eu menos esperava acontece. Austin se levanta e aponta o dedo indicador para mim com o rosto contorcido de fúria.
— Acontece que você conhece os Sladdox, caralho! Você conhece aqueles fodidos de merda.
— Austin. — Me afasto. — Acalme-se, por favor.
— Calma é a minha rola, Florence. — A voz dele falha e os seus olhos brilham. — Eles destruíram a porra da minha família inteira!
Algumas lágrimas solitárias e raivosas saem dos olhos de Austin e ele em seguida as limpas com a palma das mãos. Eu não aguento e o abraço. Ele é um garotinho assustado neste momento e eu sinto como se fosse a sua mãe. Eu sinto que devo acalmá-lo. Austin não retribui ao abraço instantaneamente, mas logo, ele me aperta bem forte.
Ele realmente está assustado. Seu coração bate a mil por hora e o seu corpo treme. Ele realmente precisa de alguém. Eu não consigo acreditar que aquele garoto que em poucas horas atrás gargalhava está assim agora.
— Vamos ir pra casa? — Eu pergunto baixinho, ainda o abraçando.
Austin balança o rosto em concordância e assim sendo nós andamos em direção ao seu carro. Após chegarmos em casa fomos direto para a cozinha. Nós dois estamos morrendo de fome uma vez que nem tocamos nos lanches.
Eu preparo rapidamente o nosso almoço e o Austin faz o suco em pó. E apesar de ser algo tão simples e fácil, ele consegue errar e fazer burrada. Rimos muito ao experimentar o suco de morango com gosto de tomate e água.
Nessa tarde, fiz de tudo para fazê-lo esquecer do ocorrido no shopping. Nós nadamos na piscina aquecida por um tempo, assistimos alguns seriados e quase incendiamos novamente a cozinha ao tentar fazer pipoca doce. Até que adormecemos no sofá, totalmente exaustos do nosso incrível domingo.
"Você tem esse olhar. Que posso dizer que teve sonhos ruins ontem a noite. Deixe-me te abraçar até você se sentir bem"
— Golden (Travie McCoy feat.
Sia)
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Desejo Delinquente
Chick-Lit"Alexander não é só um vício, uma droga; ele é um veneno, desses que mata com apenas uma gota. Alexander é um perigo, uma encrenca. Seus olhos dizem isso, confirma-o. Mas ele também é um imã. Quanto mais eu quero fugir dele, me afastar dele; mais eu...