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"Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte."
- Sigmund Freud

[ MERLIA ]

- Merlia, vai na festa do gato do Marcos Ferreira?- festa? Claro que não, pessoas suadas, dançando, ou ao menos tentando dançar, em uma aglomeração que fica impossível de andar, com muita gente bêbada, e uma banda que não canta nada. Não obrigada.

- Ele nem é tão "gato" assim Isa. E quando vai ser? - na verdade eu sabia quando iria ser, só estava me fazendo de desentendida, pra não precisar ir.

- Hoje a noite.

Isa estava bem animada com essa festa, mais eu não. Minha mãe ta doente eu prefiro ficar com ela hoje a noite, apesar de eu não sair de casa á um bom tempo.

- Foi mal Isa, prefiro o conforto da minha cama, e eu tenho que acompanhar minha mãe. Depois da ultima mamografia ela ta desanimada. Nem queria ta saindo e deixando ela sozinha em casa. - a uns meses atrás minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama, ta sendo uma época difícil pra minha familia.

- Eu entendo amiga. Mais relaxa que ela não ta sozinha sua tia Ana ta lá, e come logo esse sorvete que ta derretendo. - olhei para o meu sorvete que não tinha comido nada ainda, e á estava derretendo. Sorri, e continuamos conversando. O som do meu celular tocando preenche os meus ouvidos. Era tia Ana, meu coração acelerou, tomara que não tenha acontecido nada com a minha mãe.

- Oi tia. - disse rápido, fiquei nervosa por um segundo.

- Lia, vem rápido pro hospital, sua mãe não tá bem. - meu coração parou nessa hora, eu sabia que não devia ter saído de casa.

- Tudo bem, estou a caminho, me passa o endereço por mensagem. - minha voz saiu trêmula.

- Ta bom. - procurei consolo na voz dela, mais vi que estava mais nervosa que eu.

- Tchau tia. - desliguei a chamada, e logo vi uma Isa com olhar de preocupa.

- O que aconteceu lia? - seu tom de voz também estava de preocupação.

- Minha mãe tá no hospital.

- Sabe qual hospital é? - confirmei já que tia Ana já tinha enviado a mensagem. - então vamos.

Disse Isa correndo atrás de um táxi, até que aparece um e nós entramos. Demos o endereço pro motorista, que disse que demoraria mais ou menos umas meia hora.

Durante o percurso meus pensamentos viajavam lá onde minha mãe estava. A falta de notícias estava me matando. Isa apenas sussurrava de vez em quando um "vai dar tudo certo" ou "fica calma". E eu apenas assentia.

Quando chegamos em frente o hospital, corri o mais rápido possível. Depois eu devolvia o dinheiro pra Isa que ficou pagando o motorista. Entrei e fui direto na recepção.

- Bom dia, posso ajudar? - uma mulher ruiva com a roupa do hospital disse.

- Sim, poderia me dizer onde se encontra Marleane Teixeira Summers? - ela me deu um sorriso simpático, e se virou para o computador.

- Ah! Ela tá no quarto 26, é só pegar o corredor direto e sobra esquerda, logo vai ver. - sorri pra ela e disse um "muito obrigada" e corri, seguindo as instruções que a recepcionista me informou.

Merlia; H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora