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"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."
- Luís Fernando Veríssimo

[ MERLIA ]

- VAMOS LIA, O TÁXI ESTÁ ESPERANDO TEMOS DE CHEGAR CEDO, SE NÃO PERDEMOS O VÔO! - grita minha tia do andar de baixo alto o bastante pra não só eu, mais a vizinhança toda escutar.

- SÓ UM MINUTO! - grito também, não tão alto como ela. Esterismo não é comigo, prefiro ficar na minha do que ser muito eufórica e acabar machucada, sempre fui assim, e agora com a perda da minha mãe prefiro me fechar.

- MERLIA, EU VOU TE BUSCAR PESSOALMENTE AI EM CIMA SE VOCÊ NÃO DESCER EM CINCO MINUTOS. - grita minha tia novamente, ela ta bem estressada.

- SE VOCÊ FOR UMA BOA MENINA E ESPERAR EU COLOCAR MEUS LIVROS DENTRO DA BOLSA EU TE DOU UM ABRAÇO QUANDO EU DESCER. - escuto as risadas dela, acho que ela não entendeu meu tom de ironia. Termino de organizar tudo e desço com as minhas malas.

- Pronto, já cheguei. - ela sorri e me olha com um olhar de alívio.

- Finalmente, obrigada Jesus! - ela diz levantando as mãos pro céu, como de estivessem em oração.

- Que drama. - digo e vou até o táxi.

- Posso ajudar? - pergunta o motorista do táxi, em relação as minhas malas que são pesadas, e eu estou com um pouquinho de dificuldade pra carregar.

- Claro. - digo e ele sorri, se ele tivesse uns 22 anos era muito, mas ele é maravilhoso de lindo. Loiro, com os olhos verdes, perfil de garoto que todas sonhamos em ter.

Assim que termina de por minhas malas e de minha tia no carro, ele dá um sorrisinho pra mim é eu retribuo. Logo entramos no carro e seguimos para o aeroporto.

- Como é seu nome? - pergunto para o garoto maravilhoso de lindo que está dirigindo esse táxi.

- Matheus. - ele sorri.

- Tem quantos anos Matheus, você parece novo pra ser motorista de táxi, não que precise de idade pra dirigir um táxi... é só que eu achei você novo, e normalmente não caras mais velhos que... esquece! - eu dou uma idiota completa.

Olho pra Matheus que está sorrindo, e minha tia que viu como ele me deixou desconfortável, e está caindo na gargalhada.

- Bom, tenho 21 anos, e eu não sou motorista de táxi, meu pai é. Ele está doente, e como vocês pediram pra companhia de táxi de Forks, ele tinha ficado responsável, mais não teve como vir, então estou aqui. - ele sorri.

- Ah. - sorrio sem graça. - legal! - não, eu não consegui falar mais nada, pois sabia que se falasse alguma coisa poderia acabar falando besteira.

Sou assim quando fico nervosa com alguma coisa.

Chegamos em frente ao aeroporto e eu saio de dentro do carro o mais rápido possível, essa situação só está ficando mais constrangedora - só não me pergunte porque - então sair dali foi minha única escolha.

Pegamos nossas malas e seguimos para dentro do aeroporto, minha tia fez questão de se responsabilizar por tudo, então deixei ela fazendo o check-in, essas coisas não são comigo.

Já viajei várias vezes pra fora dos EUA, principalmente para Londres quando iria visitar minha tia, era tudo maravilhoso, passar dois ou três dias lá, mais "morar" era uma experiência totalmente desconhecida por mim.

Fico sentada em uma daquelas cadeiras azuis que tem nos aeroportos enquanto observo as pessoas a minha volta.

Depois de mais alguns minutos minha tia aparace, e nós vamos para o portão de embarque onde tem uma mulher recebendo nossos bilhetes com nossas fotos, isso é mais para confirmar que somos nós mesmo que vamos embarcar.

Ela sorria e dizia: "Obrigada por viajar conosco, boa viajem".

Seguimos nossa rota até entrarmos no avião, tia Ana tinha dinheiro pra pagar uma primeira classe o que me deixava desconfortável, ter que depender dos outros, mesmo que seja sua tia que te viu nascer e é sua segunda mãe.

Sentamos uma do lado da outra, mais seriam longas horas de viajem. Selecione minhas músicas favoritas no meu celular, me aconcheguei na cadeira e dormi.

[...]

- Lia, chegamos! - minha tia diz me acordando, provavelmente do jeito que sou, dormi toda a viajem. Acordo com olheiras enormes, enquanto tia Ana sorri.

Saímos do avião, pegamos nossas malas.

- Finalmente! - tia Ana diz assim que vê um homem e vai sua direção. - Vamos Lia, ela diz, pegamos nossas bagagens e vamos até o homem.

- Oi, dona Ana. - diz o homem que me é familiar de algum lugar. - Oi menina Merlia.

Eu apenas sorrio.

- Lia, não lembra do Fred? - tia Ana me pergunta, e eu sorrio ainda mais, era o Fred, o motorista mais legal de todos os tempos, não o via desde a última vez que estive em Londres, quando eu tinha, sei lá uns 8 anos?

Abraço ele enquanto sorrio.

- Vamos então? - tia pergunta, assinto e Fred nos ajuda com as malas.

Após colocar tudo no carro seguimos até a casa de tia Ana. Olhando as ruas de Londres, tenho mais certeza que não conheço nada aqui. Durante o caminho, conversamos coisas aleatórias, sempre em relação a casa, ou a revista, percebi que Fred iria tocar no assunto sobre minha mãe, mais logo recuou, e eu o agradeço por isso.

Ao chegarmos na casa vejo que não mudou muito em relação ao pouco que me lembro. Entramos e tia Ana fez questão de me mostrar o quarto que prepararam pra mim quando decidi morar aqui.

Ele era lindo, totalmente o meu gosto, e cada vez mais eu era grata pela tia maravilhosa que Deus me deu.

- Lia, vamos já jantar, suas coisas já estão aqui, te esperamos lá embaixo. - sorrio e assinto, ela faz o mesmo mais logo se retira.

- Pois é, agora é vida nova. - digo a mim mesma.

Depois de organizar algumas coisas eu desço para jantar, minha tia já estava sentada na mesa.

- Oi. - digo e ela retribui outro "Oi".

- Ah! Merlia, vai querer ir amanhã comigo para a revista. Teremos uma seção de fotos com uma banda famosa se não estou enganada.

- Quero ir sim. - digo e ela sorri. - qua banda é?

- Aqueles garotos, da One Direction, se não estou enganada, tomada que a Beth não me tenha passado informações erradas.

- Ah, esses aí, pode ser. - digo com ânimo digamos em.. 23%.

- Não gosta deles?

- Na verdade, não é que eu não goste, só não sou fã maluca que algumas são. Escuto uma música ou outra, mais é raramente. - digo enquanto começo a comer.

- Ah! Tudo bem, então você vai lá e conhece nossa rotina, espero que goste. - sorrio pra ela.

Assim que termino de comer subo ao meu quarto, estou bem cansada e vejo que amanhã o dia vai ser bem cheio. Assim que deito na cama, não demoro muito pra cair no sono.

Talvez eu acabe gostando de morar em Londres.






Merlia; H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora