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[ Merlia Sumers ]

Eu acordei com uma dor de cabeça horrível. Mas nenhuma dor física podia se comparar a dor emocional que eu sentia. Me levantei com dificuldade e tentei segurar em algo pra  não cair, tudo escureceu e parei pra poder me recompor. Quando as cores voltaram ao normal e tudo parou de girar eu caminhei lentamente até o banheiro, não tinha muita coisa lá, só o essencial daquilo que era agora um quarto de hospedes, já que eu recordei que levei simplesmente todas as minhas coisas para a casa do Harry sem deixar nada pra trás. Me olhei no espelho e me assustei com o que vi, minha maquiagem estava borrada, olheiras fundas, o cabelo desgrenhado e o rosto triste.  

Eu não podia ficar assim, eu precisava expulsar Harry da minha vida, o que ele fez comigo foi cruel. Eu não podia mais ficar aqui, eu não podia mais continuar nesse pais. Foi quando decidi ir embora. Eu vou voltar para os Estados Unidos e recomeçar. A loja do meu pai está  lá, eu posso começar do zero.

Lavei o rosto e desci, indo direto pra cozinha onde tia Ana estava.

- Bom dia meu amor. Como está? - ela perguntou.

- Péssima. - disse me sentando. 

- Tia eu vou embora.

- O que? Como assim Merlia? - ela estava assustada.

- Eu vou voltar pra Forks. - avisei. - Eu preciso recomeçar, longe do Harry, longe daqui.

- Pensa bem filha, eu estou aqui pra te apoiar em qualquer decisão. 

- Que decisão? - Harry entrou na cozinha perguntando. 

Isso não podia estar acontecendo.

- Não é da sua conta. - disse.

- Lia, temo que conversar.

- Não, não temos. - Disse saindo da cozinha e ele veio atrás.

- Por favor me de um minuto. - ele segurou meu braço me fazendo parar, soltei de uma vez e respirei fundo.

- Um minuto, começando agora. - disse olhando no relógio.

- Eu iria te contar, eu juro que ia contar, mas estávamos felizes de mais, e eu queria impedir que exatamente isso acontecesse. Sim no começo era tudo mentira, mas eu me apaixonei, eu vi em você a mulher da minha vida, a pessoa com que eu quero passar p resto dos meus dias.

- Você é muito falso mesmo. Seu minuto acabou, agora saia.

- Lia volta pra casa, lá  você vai pensar melhor, eu vou sair de lá, sua chave. - ele deu na minha mão. - daqui eu vou direto pra um hotel, pensa em nós, nos nossos momentos, e não me abandona.

Ele disse e logo saiu e eu fiquei pensando. Eu não iria voltar atrás, por nada. Eu não vou perdoá-lo, e minha vontade agora é voltar pra Forks e é isso que vou fazer. 

- Tia Ana, agende o voo pra Foks o mais cedo possível. Estou indo embora de verdade.m- disse enquanto ela apenas confirmou. 

- Onde vai Lia? - ela perguntou.

- Buscar minhas coisas.

Disse saindo e pegando um táxi direto pra casa do Harry. No caminho eu fui pensando no que fazer, no que dizer, eu queria uma amiga agora.

- Mari, aqui é a Lia, poderia vir aqui na casa do Harry?

- Claro que sim, precisamos conversar.

- ok, te espero.

Não demorou muito pra estarmos na frente da casa de Harry. Paguei o motorista e entrei na casa, fui direto pro meu quarto, ou melhor meu antigo quarto, que talvez nunca foi meu. Comecei a empacotar minhas coisas, e deixar tudo organizado, foi o tempo que Mari chegou.

- Vai mesmo embora? - ela perguntou.

- Sim, quem e contou?

- Sua tia. 

imaginei.

- Eu não posso mais ficar aqui. 

- Eu entendo. - ela disse me abraçou. - está pálida. Comeu alguma coisa hoje? - neguei com a cabeça. - Vou fazer algo pra você comer. - ela disse saindo me deixando sozinha.

Eu comecei a fitar o quarto e a cada canto ter uma lembrança minha e de Harry. Foi quando comecei a andar pela casa e lembrar de tudo. Passei por todos os cômodos até chegar no porão. Lugar que até então não tinha ido. Entrei devagar olhando pra cada parte do comodo empoeirado. Comecei a mexer em tudo até achar um antigo mural com um lençol por cima. Eu me lembrava dele.

 "Entramos no quarto dele e eu me surpreendi, era lindo, simples, mas lindo. Era branco, com uma cama no centro e logo atrás uma janela de vidro enorme o que fazia com que ficasse iluminado o ambiente. Mas algo me chamou atenção, tinha uma parede preta, com um quadro enorme, era como se fosse um mural, tinha várias fotos lindas, cheguei mais perto e observei, tinha várias fotos dele com duas mulheres, elas eram lindas, uma era loira, a outra era morena, e isso me deixou intrigada.

- Quem são? - perguntei ao apontar pra uma das fotos, me virei para o ser que estava parado na porta me observância.

- Minha mãe e minha irmã. - disse se aproximando.

Continuei vendo as fotos, eram lindas, tinha del com a mãe, dele com a irmã, e com os meninos.

- Isso é lindo. - disse olhando para o grande mural. - mas porque só tem fotos das mesma pessoas, você sua mãe, sua irmã e os meninos?

- Só coloco fotos das pessoas que realmente eu amo. Das pessoas que são importantes pra mim, pela qual eu faria qualquer coisa, daria minha vida por essas pessoas. Se um dia aparecer uma foto sua aí, não duvide da importância que pode ter pra mim."

Fitei com mais precisão o mural e não, não tinha nenhuma foto minha nele. O que mais uma vez provou minha teoria de que realmente foi tudo mentira. E mexendo pra por o mural no lugar acabei derrubando. revelando um quadro embaixo dele. Nele havia um lençol por cima, fastei o mural e tirei o lençol de cima do quadro, e me assustei. Não era um quadro, era outro mural, mas dessa vez um meu.

Só tinha fotos minhas, foto minha no parque, na piscina, na praia, em shows, comendo, dormindo, sorrindo, arrumando o cabelo, eram centenas delas, e todas minhas. As lagrimas começaram a cair, eu me perguntei porque ele teve que ser um idiota. Meu coração acelerou de tal forma, que eu vi tudo rodar, e minha ultima lembrança é de Mari tentando me socorrer.


Merlia; H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora