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[ MERLIA ]

Somente duas semanas se passaram desde o ocorrido da premiação, e confesso que foram as duas semanas mais difíceis que já vivi.

Harry tem tentado falar comigo esses dias, mas eu apenas ignoro. No porão da minha casa está todas as flores que ele tem me mandado nos últimos dias, dos chocolates aos cartões. Várias mensagens no meu celular, dizendo que está arrependido.

Nessas últimas semanas eu tenho olhado mais pra mim. E João Victor tem feito parte disso.

Criamos um vínculo bem grande essas últimas semanas que não quero quebrar tão cedo.

Semana passada ele me levou pra tomar um sorvete, e conversamos bastante, descobri que ele tem grandes sonhos de voltar ao seu país nm novamente, e ver a mãe e a família que deixou lá, mas sabe que só depois que terminar a faculdade de medicina, que já está no oitavo período.

E com ele estou vendo faculdades e cursos de acordo com o meu gosto. Estava no computador olhando os esquemas de algumas faculdades quando senti meu celular vibrar. Nesses últimos dias ele só tem estado no silencioso por causa das mensagens e ligações de Harry à cada cinco minutos.

E claro que essa ligação não iria ser diferente, era ele. Pensei como todas as vezes que recebia as ligações, medi os prós e os contras e via que se quero esquece-lo eu não posso mais ter nenhum tipo de relação com ele. Mas dessa vez a saudade estava tão grande que eu iria atender, mas o celular parou de chamar. E mais um vez o meu orgulho não me levou a lugar algum.

Mas pra minha sorte, ou azar. Quando voltei a ver as faculdades no computador ele ligou novamente, e eu atendi.

- Merlia? - escutei a voz rouca de Harry, mas não estava como sempre. Estava cansada, como se ele estivesse exausto.

- Oi.

- Nossa! Ainda bem que me atendeu. - disse e eu permaneci em silêncio. - por favor me deixa explicar o que aconteceu.

- Não devia ter atendido. Tchau!

- Não Lia, não! Por favor. Me escuta.

- Harry, é melhor não. Eu já estava ficando bem sem você por perto.

- Por favor Lia. Eu não aguento mais. Eu preciso de você por perto. Eu tô arrependido Merlia, me perdoa por favor.

A declaração dele fez o meu coração gritar, e toda aquela força que eu tinha criado foi embora por apenas poucas palavras.

As lágrimas começaram a descer.

- Lamento Harry. Adeus!

Desliguei o celular.

Porque quando eu estou me reerguendo vem tudo de novo.

- Sai da minha cabeça Harry! - gritei.

Me joguei na cama, e as lágrima vieram. Eu não entendia o porquê de eu sentir coisas tão fortes por esse cara, frio e otário.

Não se passou muito tempo até a campainha tocar. Provavelmente Dona Célia atenderia como sempre. Mas tocou várias e várias vezes, então vi que ela não estava em casa. Desci pra atender. Quem quer que seja não vai ter nada mais de mim que não seja um "oi, não quero conversar."

Mas quando abri a porta e vi o rosto dele, não consegui controlar o turbilhão de sentimentos que habitavam em mim.

- Merlia por favor. Eu preciso de você.

- Vai embora Harry.

- Não! Eu não vou! Eu vou entrar, você já pode ir ligando pra policia. - ele foi entrando e eu apenas estava calada olhando sua postura de alguém desesperado. - enquanto a polícia não chega você vai ser obrigada a me escutar.

Fechei a porta, e andei na sua direção.

- Você tem dois minutos, nada mais, nada menos.

- Lia eu confesso que te magoei, eu sei que te machuquei e eu estou arrependido. Confesso que você tem me mudado, e eu estou perdidamente apaixonado por você. A Kendall no dia da premiação foi apenas um deslise.

- Um deslise? Vocês têm um caso Harry! Não chama isso de deslise.

- Merlia desculpa! Eu errei, confesso, mas eu não mereço uma segunda chance, talvez eu possa te fazer feliz. Talvez nós possamos ser felizes juntos, podemos cuidar um do outro.

- Não Harry, eu não quero mais, não é nem a primeira, e nem vai ser a última vez que você vai me magoar. Você é totalmente impulsivo, faz as coisas sem se importar com as consequências!

- E você é muito normal Merlia. - ele grita. - Você tem medo de viver, tem medo de se entregar. É totalmente entregue a porra padrões que essa merda de sociedade exige. Você não se entrega pra esse mundo tão lindo que existe lá fora. Foi a sua mãe que morreu Merlia, não foi você.

- Eu já disse pra não falar da minha mãe! - foi a minha vez de gritar. Provavelmente todos os vizinhos estão escutando nossa discussão.

- Eu falo sim Merlia, sabe porque? Porque todas as história que escutei fez eu gostar da sua mãe, ela era totalmente livre. Não tinha medo da vida! Eu adoraria ter a conhecido, pois ao contrário da filha, mesmo doente ela se sentia viva.

- Vai embora Harry!

- Agora quer que eu vá embora, não aguenta escutar a verdade.

Eu cheguei no meu limite. Corri pra cima de Harry, minha vontade era de lhe bater pra que ele parasse de falar àquilo, mas Harry era forte de mais, e me segurou, me botando de costas pra ele enquanto me prendia em seus braços.

Sua respiração ofegante tocava em meu pescoço, e isso me fazia arrepiar.

- Merlia, nós não tínhamos um relacionamento concreto. - ele disse mais dessa vez foi diferente, calmo e sereno. - mas dessa vez quero que seja diferente. Namora comigo Merlia?

Minha afeição foi de alguém extremamente surpresa. O última coisa que esperava é ser finalmente pedida em namoro.

Harry percebeu minha reação e me soltou de seus braços.

- Harry eu não sei.

- Por favor Lia.

- Me deixa pensar Harry, por favor.

- Tudo bem, só não me deixa. Preciso de você.

Ele me abraçou forte, e saiu. Permaneci alí, intacta, tentando absorver o que tinha acontecido.

Eu não entendia como esse sentimento, mesmo debaixo de dificuldades podia se tornar tão grande.

Eu te amo, Harry Styles.

Merlia; H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora