Cap. 74

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Por Kate
Voltei pra casa pensando na música que eu estava fazendo. Tinha um pouco de lógica no que eu estava escrevendo mas eu confesso que aumentei bem a história.

-Kate, como tá indo a música nova?

-Ta indo Naty.

-Você quer ajuda?

-Não preciso de ajuda.

Vi que ela ficou em silêncio e suspirou. Se eu conhecia ela saberia que ela estava pensando o que dizer. E lá vem discurso.

-Kate eu... Já percebeu como você mudou? Desde aquele dia no hospital você ta tão segura de si, não quer mais saber da gente, não conversa direito. Não acha que...

-Não o que Naty? Minha vida tá um inferno, desde que eu conheci os meninos! Ta me entendendo? E de novo eu não preciso da sua ajuda!

-Olha só porque você não consegue lidar com o fato de que dois gatos estão querendo você não tem que descontar em mim! Sempre fui uma boa amiga e nunca trai você, não mereço ser tratada assim!

-Não fui eu que pedi pra você ser minha amiga.

Sai andando a passos duros dali tentando não me irritar com a Naty. Eles é que estão um saco, não eu. O que eu posso fazer? Eu realmente não preciso de ajuda. Posso fazer tudo sozinha.

Peguei meus fones e me concentrei na música me distraindo do resto do mundo.

Tava numa boa viajando, esquecendo da existência das outras pessoas quando senti uma mão no meu braço me puxando e outra na minha boca me impedindo de falar.

Não conseguia nem respirar enquanto aquele ser estranho me puxava do meio das pessoas.

-Sentiu minha falta filhinha?

Olhei pro meu pai com uma cara de piedade, tentando implorar com os meus olhos pra que ele me soltasse e me deixasse ao menos respirar.

-É o seguinte Kate, vou falar bem devagar pra você me entender. Eu quero o dinheiro. E você vai me dar. Por bem ou por mal. Você escolhe.

Eu estava me contorcendo e tentando sair da posição terrivelmente desconfortável. Tentava puxar alguma coisa mas a única coisa que eu conseguia fazer que me dava o mínimo de conforto é chorar.

As lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto e eu tentava lembrar de todas as orações que a minha avó me ensinou quando eu era pequena. Eu não podia terminar assim.

Senti meu corpo ficando mole e eu não tinha força mais nem pra colocar minhas lágrimas pra fora. Senti minhas pernas virarem gelatina e eu caí sentada no chão com o meu pai ainda me asfixiando.

A quanto tempo estávamos ali? Eu não conseguia mais pensar.

Vi tudo ficar embaçado e escuro, mas não antes de escutar ele dizendo:

-É bom fazer tudo o que eu disser pra você fazer. Boa noite filha, papai te ama.

Eu Odeio Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora