Cap 4 : Enfim dezoito

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**** TRES ANOS DEPOIS ****


Se me perguntarem eu não me lembro ao certo como foi meu primeiro beijo com Gerard. Sei que foi bom, confortável e pareceu certo, como tudo que fazíamos juntos. Foi após meu décimo sétimo aniversário, matamos uma aula boba na faculdade, saímos para comer e dançar. Então entre uma musica e outra ele me beijou, leve e breve ,disse que me amava e que faltava um ano e meia para nos formarmos, que nos casaríamos na fazenda da família. Eu o abracei, forte e tudo pareceu tão certo.

Se meu coração perguntasse para a razão quando foi que parei de sonhar com Daniel e com seu beijo enlouquecedor, ou quando eu dormira sem reviver cada parte daquela atração louca que sentia por ele, ou mesmo quando eu consegui entrar numa piscina sem sentir o meio de minhas pernas esquentarem e ter que ir para um chuveiro próximo me aliviar sozinha lembrando da sensação de estar nos braços de Daniel, eu teria que dizer, nunca. Não teve um só dia que não senti sua falta, mesmo que ele nunca tenha sido presente em minha vida.

Após o incidente na festa da piscina quando entrei para a faculdade, eu não mais o vi. Naquela noite ele saiu de casa e só retornou para assumir seu lugar junto a empresa do pai quando eu já estava longe, no dia seguinte. Eu soube através de Ger, Daniel inventou uma desculpa qualquer e se despediu do irmão pelo telefone. Eu não o culpei. O que fizemos foi sujo e a atitude dele certa, eu era de Gerard, e isso era o futuro.

Mas nenhuma dessas certezas me faziam deseja-lo menos. Era impossível matá-lo dentro de mim. Ano após ano nas ultimas três férias inventei motivos para não ir a Minneápolis. Meus pais muito esporadicamente me visitavam ali e as vezes eu tomava chá com sr e sra Nark longe da mansão. Toda a minha resistência seria ficar longe dele. Eu evitava qualquer menção a ele e ouvir o seu nome me dava arrepios pelo corpo todo.

Gerard viajava o tempo todo, já a trabalho da empresa da família. Se moldando para assumir a parte burocrática dos negócios, ele já se especializara em fechar negócios e fazer inúmeras reuniões. portanto ele quase nunca estava no campus e raramente participava das aulas normais.

Havíamos nos distanciado até mesmo como amigos, Gerard mudara muito e eu sentia que ele escondia um grande segredo, mas calmamente me mantinha a margem disso, receosa em descobrir o tamanho do mistério de Ger e o tanto que isso podia me afetar.

Mas então era meu décimo oitavo aniversário, eu iria entrar na maioridade. E meus pais juntamente com os pais de Ger organizaram uma festa na fazenda da família. Eu não teria como fugir. Mas tudo bem, eu era uma adulta agora e saberia controlar e reconhecer minhas emoções. A adolescente cheia de hormônios ficara para trás e dera espaço a uma mulher fria e centrada.

****

Chegamos eu e Ger na fazenda, braços dados como um devido casal. Apesar de todo nosso distanciamento e das constante viagens dele, havíamos amadurecido e assumido um relacionamento de confiança e companheirismo. Nos beijávamos como um casal , mas parecia mais hábito do que desejo, aos dois. Os desejos que incendiaram meu corpo três anos atrás haviam desaparecido, eu era somente fria. Ainda não havíamos dormido juntos, ele mantinha sua promessa e eu não sentia a menor vontade. Não com este Nark pelo menos.

Todos na fazenda, desde os senhores Nark , aos irmãos de Gerard até mesmo meus pais e funcionários não cansavam de elogiar o casal lindo que fazíamos e já contavam detalhes do nosso casamento que se realizaria somente dali a dois anos. Tínhamos uma relação calma, segura e aquilo era certo.

Rezei com todas as minhas forças para não ver Daniel ,mesmo sabendo que seria inevitável. Mas quando adentramos o salão principal da fazenda, após cumprimentarmos Dann e Charles, que já estavam por ali,e eu o vi cavalgando ao fundo com ar sério e preocupado, e foi como se todo e qualquer ar fugisse de meus pulmões. Três anos desapareceram no ar deixando na minha alma o mesmo sentimento tumultuado de sempre. Meu coração falhava uma batida quando eu o via e neste momento eu percebi que seria assim a vida inteira. Senti uma compulsão em ir até ele e abraçá-lo e isso toldou minha visão. Deus, esse homem era minha perdição. Lindo como nunca, cabelos revoltos ao vento, mordendo o lábio carnudo em sinal de concentração.

- Venha querida, vamos cumprimentar Dani- gritou Ger animado e me puxando pela mão. Eu me sentia uma verdadeira vaca nestes momentos.

E então foi tudo muito, muito rápido. Num piscar de olhos eu estava frente a ele. E três anos de distancia não mudavam em nada aquela eletricidade louca entre nós. Era papável, a intensidade no olhar dele me falava de loucura, tudo que estava na minha cabeça, tomava a dele também. Eu soube disso naquela simples mas intensa troca de olhares. Não parecia ter se passado um minuto do momento em que eu estava nos braços dele, pressionada contra sua virilidade latente.Me forcei a respirar e tentei sorrir, parecendo mais uma careta.

-Dani, meu irmão. Receba em seus braços a pirralha - Ger parecia tão orgulhoso - A pirralha que agora é oficialmente minha noiva.

E naquele momento frente a Daniel , ele tirou um anel do bolso e colocou delicadamente no meu dedo anular. O sorriso dele irradiava por todo o rosto ,mas uma sombra de culpa e medo se prendia ao seu olhar de azul tão límpido. Eu sentia uma dor oculta nele e não sabia como ajudá-lo. Naquele momento ele estava oficializando uma ligação e nossas vidas sem me dar tempo ou espaço para pensar.

E eu simplesmente desmoronei, chorando descontroladamente como a covarde que eu era, perdida na minha própria confusão. Olhei suplicante para Daniel, sem saber o que fazer, para onde olhar ou mesmo como respirar. E ele tão conhecedor de minhas necessidades aproveitou o momento que era para ser de boas vindas e me abraçou.

- Você só precisa respirar - sussurrou aquela voz sexy soprando quente no meu ouvido, fazendo minha respiração falhar. - Ele a pediu em casamento - seu abraço firme , seu hálito em meu ouvido tudo me falava de saudade, sua voz era sussurrante -E você já aceitou desde os seus dez anos de idade. Então sorria, não é como se tivéssemos alguma escolha aqui.

Me forcei a respirar e senti o seu perfume másculo. Meu coração quebrou-se em mil pedaços ao constatar a veracidade de cada uma das palavras dele e ele me soltou, me guiando aos braços de Gerard dando um beijo no irmão e se afastando rapidamente. Eu sorri torto e tentei somente me manter viva.

Por sobre o ombro de Gerard vi Daniel guiando o cavalo até o estábulo e me olhando, de um jeito doce e triste. Meu coração murchou e eu só queria sumir.

O que acontecera com a minha vida e com todos os meus planos?


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Pessoal, opiniões?? Vamos lá, o que estão achando??

Bjus de luz *-*

Envolvida (Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora