Quando...
Quando o amor e o desejo ficaram maiores que qualquer barreira social...
Quando a paixão me cegou a ponto de eu ser desleal...
Quando correr contra só nos trouxe cada vez mais perto...
Quando eu não vi saída a não ser ir contra as regras...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quinze dias escaparam entre meus dedos, passaram voando muito mais rápido que uma respiração lenta. Visitei Gerard somente duas vezes nestas duas semanas.Estava atarefada com toda as pendências a serem resolvidas e precisava evitar Daniel a todo custo, e ele era presença garantida e inabalável no quarto, sempre postado junto a cama do irmão, pronto a atender seu menor desejo.
Consegui trancar nosso ultimo semestre de faculdade, organizei minha casa, fiz minhas malas e estava somente a espera da alta de meu noivo.
Segundo os médicos, os exames mais detalhados mostram ruptura no quadril ,mas nenhum avanço pela coluna. Ele estava bastante debilitado, passara por uma cirurgia para colagem do osso, mas dali a dois meses teriam que refazê-la. Este procedimento seria feito por três vezes, para conseguirem colar o quadril de Ger sem precisar colocar pinos e prejudicar seus movimentos. Ele andaria , e bem, mas somente no cabo de no mínimo seis meses. A cada cirurgia,a internação que se seguiria seria de quinze dias. Então refiz nossas matrículas contando positivamente com um prazo de sete meses após o acidente. Graças a Deus ele ficaria bem e voltaria a andar.
Descobri também através de Roxette, que nos primeiros exames feitos antes da cirurgia, após a internação foi constatado um grande teor alcoólico no sangue de Gerard.Era inadmissível e contraditório para todos nós, mas ele havia consumido uma grande quantidade de Whisky antes do acidente. Claro que isso não mudava o fato de que ele não sabia cavalgar, mas se não tivesse bebido, seu equilíbrio seria maior e não se enrolaria todo na sela como havia feito. Ou melhor ainda, seu bom senso não o deixaria nem mesmo procurar um cavalo, algo que ele estando sóbrio, nunca sequer cogitaria. Ele nem mesmo gostava de animais.
Senti muita raiva dele no instante que soube da bebida, o grave estado em que ele estava e a quase noticia de não mais poder andar, havia sido motivado somente por ele. E pior,esta situação me prendera ao lado dele de uma forma definitiva pelo menos nos próximos meses. Senti muita, muita raiva de Ger naquele momento. Ele sempre gostara de uma bebida a mais, mas nada que prejudicasse sua vida ou a de outras pessoas. Ele sempre fora muito responsável, e eu simplesmente não entendia o que o fizera beber tanto naquela manha ou na noite anterior.
Me lembro de termos nos despedido após a festa e cada um rumou para o seu quarto.Claro que eu fiquei mais de duas horas no quarto do meu cunhado, mas , quando voltava ao meu quarto, num segundo de vergonha e arrependimento , eu o procurei em seu quarto e fiquei observando sua respiração enquanto dormia tentando me livrar da culpa por tê-lo traído. Era madrugada, e ele estava dormindo.Em que minuto depois daquela cena ele havia bebido tanto whisky a ponto de prejudicar seu julgamento?
Sacudindo a cabeça fortemente tentando espantar estes pensamentos eu estacionei meu pequeno Nissan March que ganhara de meus pais no meu aniversário a poucos dias. Era um carro maravilhoso, pequeno, compacto,último modela lançado e eu o amei.
Estacionei e concentrei meus pensamentos em saber que estavam todos reunidos no décimo terceiro andar, precisamente aguardando para ver Ger. Eu havia chegado fazia meia hora, mas como viera direto da faculdade, desci para tomar um café numa lanchonete próxima. A troca de acompanhante e liberação de visitas se daria em uma hora e a sala de espera estava cheia com visitantes agitados e saudosos. A família estava toda reunida, sorri lembrando. Dann havia sido o primeiro a chegar, paletó amassado, cabelos bagunçados, maleta de trabalho em baixo do braço. Pitter e Charles o precederam, com suas roupas bem alinhadas e sorrisos calmo. Até meus pais estavam presentes, num intervalo forçado entre suas viagens vieram visitar o genro e prestar apoio a família.Estavam todos ali aguardando o horário de visitas para ver Gerard e para se despedir de Daniel que embarcaria naquela mesma noite para sua reintegração no exército.
