Capítulo 12 - Nossa sujeira

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Eren ficou encarando a porta de Levi. Ele não sabia por que, mas suas pernas e braços estavam falhando; o garoto estava tremendo de nervosismo. Não era virgem, mas mesmo assim nunca tinha feito nada do tipo com um homem, e realmente não queria decepcionar. Claro que, se dependesse de Levi, aquela noite seria bem intensao sofá que o diga —, só que Eren não queria deixar tudo nas mãos de Levi... Literalmente.

Eu não fiquei assim nem na minha primeira vez, repreendeu-se Eren. Pare de agir como uma menininha de 13 anos e toque a porcaria da campainha! Respirando fundo para acalmar os hormônios, Eren apertou o botão que fez um barulho engraçado, parecendo um alarme, ao invés do clássico "ding-dong". Não demorou muito para que Levi abrisse a porta; ele estava com um chinelo de pano acolchoado, calça moletom preta, camisa de malha cinza e uma toalha em volta do pescoço, para enxugar os cabelos molhados. Provavelmente, ele tinha acabado de sair do banho.

— Ah, você chegou — disse, sem surpresa alguma.

Devido à água, o cabelo de Levi ficou mais pesado, e parte da franja caía por cima de seus olhos. Aquele homem estava irresistível. Eren não conseguiu responder nada de início, ficando rubro e estático olhando para o pequeno homem à sua frente. Levi não pôde deixar de se sentir satisfeito; ninguém nunca reagira de forma tão linda e boba em relação a ele. Talvez esse pirralho não seja tão mal assim...

Levi se aproximou de Eren e puxou o seu queixo para dar-lhe um beijo quente e provocador. Eren não apresentou resistência alguma — na verdade, estava retribuindo muito bem —, o que o incentivou a prolongar o beijo mais um pouco.

— Bem-vindo de volta — sussurrou no ouvido do garoto assim que suas bocas se separaram em busca de ar.

O-obrigado... — murmurou Eren, quase não conseguindo falar.

Levi se virou e foi até a cozinha, deixando a passagem livre para Eren entrar. O garoto fechou a porta atrás de si e deixou seus sapatos ao lado da entrada, e ficou parado no hall da sala.

Vejo que você também tomou banho — disse Levi da cozinha, pois tinha notado que o cabelo do garoto estava úmido.

— Claro, né... — murmurou Eren bem baixinho.

Isso é bom — continuou Levi. E então, ele reapareceu na entrada da cozinha, apoiando-se no balcão, segurando dois copos de vidro com um líquido escuro arroxeado. — Detesto gente suja.

— Tenho a impressão de que você detesta sujeira no geral — comentou Eren, lembrando-se do dia em que ele o fez limpar quase todo o apartamento.

— Garoto esperto — elogiou Levi. — Por que ainda está parado aí?

— B-bem... — Eren passou a mão pela nuca. — Da última vez, você disse que eu deveria ficar apenas na sala, então...

Oh, então você é do tipo que obedece, constatou Levi com um brilho nos olhos. Gosto assim.

— Da última vez, você só era um garoto estranho — respondeu Levi.

Eren estava se mordendo para perguntar o que ele era agora, mas decidiu não falar nada. Ele apenas pareceria uma garotinha carente.

— Venha cá — chamou Levi, entrando para o corredor que ficava ao lado da entrada para a cozinha.

O garoto não hesitou em segui-lo. Para a surpresa de Eren, aquele era um apartamento de 3 quartos, e não de apenas um. Dois deles ficavam do lado esquerdo do corredor, ambos com a porta fechada, e o último ficava no final do corredor. Havia um banheiro do lado direito para visitas, o que fez Eren sorrir e se lembrar daquele grupo de policiais resmungando que não podiam entrar no apartamento — enquanto ele estava andando em direção ao seu quarto.

VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora