Capítulo 73 - Más notícias

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Sua cabeça latejava como se o sangue tentasse explodir seu crânio. Sentia-se um pouco enjoado também, mas essa parte era quase insignificante perante a tontura que sentia — até abrir os olhos era uma tarefa difícil, pois a luz o incomodava mais do que o normal. O cheiro de álcool, cigarro e perfume barato dominava o ar, invadindo seu nariz e fazendo-o sentir-se ainda mais nauseado.

"Onde diabos é esse lugar...?", pensou enquanto lutava com as próprias pálpebras, forçando-as para poder localizar-se melhor, mas falhando novamente.

Sentia a textura de algo felpudo e bastante empoeirado nas suas costas, o que o fez perceber que estava sem camisa e que suas costas doíam bastante. Relaxou mais um pouco quando percebeu que ainda estava com as calças, mas ainda assim... o que estava fazendo seminu em um lugar sujo?

— Uh, merda de dor de cabeça... — murmurou, pondo ambas as mãos sobre o rosto, sentindo os braços fatigados reclamarem do gesto. — Alguém apague a porcaria da luz...

— Mal acordou e já quer passar para essa etapa? — respondeu uma voz feminina e aveludada, pegando-o de surpresa. Sentiu o corpo tensionar, o que gerou mais uma onda de dores e náusea. — Não foi à toa que ganhou o nome Rivaille.

Não demorou muito para que as luzes fossem desligadas, deixando o ambiente no quase completo breu — havia ainda a pouca luz que passava pela entrada do local, cuja porta não atingia os limites nem do topo, nem do chão. Isso permitiu a Levi um pouco de visão, ajudando-o a localizar-se: estava deitado em um sofá velho, num quarto ligeiramente familiar. Estranhou estar no sofá, pois viu de canto de olho que havia uma cama de casal bem ao seu lado. Ah, sim... sabia onde estava, só não sabia como havia chegado lá.

Logo percebeu o corpo curvilíneo de uma mulher caminhando até si, sem poupar o quadril de rebolados sensuais a cada passo. Levi queria dizer algo para afastá-la, mas a moça era mais ágil; com propriedade, montou sobre o corpo do homem estirado no sofá, aparentando não se importar nem um pouco com o fato de que estava com um vestido curtíssimo e que, dessa forma, deixava toda a sua roupa íntima à mostra. Como resposta ao gesto, ela escutou um gemido contido vindo do corpo abaixo de si, mas preferiu interpretar como um gemido de prazer. Ainda mais instigada, a mulher se inclinou sobre o homem robusto e bem definido, sem conter as mãos, que passeavam pelo peitoral exposto.

— Aah, Rivaille... você me faz sentir como se eu fosse a mulher mais sortuda do mundo, sabia? — murmurou enquanto inclinava-se para beijar toda a extensão da mandíbula de Levi, aproveitando para colar todo o seu corpo com o dele, em especial os seios. — Ter você aqui só pra mim...

Levi pôs as mãos no quadril da mulher e segurou firme, tentando empurrá-la. Porém, descobriu que seu corpo estava muito mais debilitado do que pensava, já que sequer conseguia afastar aquela desconhecida. Esta que, por sinal, entendeu errado aquelas mãos em seu corpo, acreditando que Levi havia se animado com seus beijos. Animada, optou por algo mais ousado...

Levi estava prestes a mandar a mulher se afastar de uma vez por todas quando, subitamente, seus lábios foram tomados por uma boca volumosa e quente, que se movia rápido demais para que conseguisse processar o que estava acontecendo. Quando se deu conta, a mulher já havia invadido sua boca com a língua ousada, explorando o interior da sua sem se importar com a reciprocidade ausente no beijo.

Com isso, começou a rebolar o quadril em cima do homem, com a intenção de acender algumas faíscas a mais no contato. Porém, o que acabou provocando foi uma ânsia de vômito; não havia espaço para qualquer outra coisa na mente de Levi que não fosse a dor generalizada em seu corpo. Quando acreditou que realmente passaria mal, foi salvo por uma explosão ofuscante de luz — ou assim seu cérebro havia interpretado —, e então o soar de uma voz familiar e muito bem-vinda.

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