Capítulo 50 (Extra) - Mais uma tarde tediosa no fliperama...

734 73 12
                                    

Aquele domingo estava um completo tédio para Adam Weiss. Sempre fora o filho perfeito de pais consideravelmente abastados, então sua diversão era algo limitado a coisas seguras e monótonas. Não foi à toa que entrou para os Titãs; queria fazer algo de inusitado de sua vida... algo perigoso. Porém, nem mesmo assim sentia que estava fazendo algo realmente interessante. A adrenalina só corria em suas veias quando tratavam de assuntos como o comércio de drogas para adolescentes idiotas e estúpidos... mas não era sempre que trabalhavam com isso.

Aquele domingo era um bom exemplo. Estava afundado em ócio, sentado em um dos bancos de jogos de carro de corrida em um fliperama qualquer. Não estava sozinho, Louis Fairland havia se juntado à "diversão". Na verdade, Louis parecia estar realmente se divertindo com uns outros garotos que também faziam parte dos Titãs, mas com atuação menos significativa. Eram só uns brutamontes inúteis. Adam os observava à distância, perguntando-se como Louis conseguia interagir com diferentes tipos de pessoas com tanta facilidade.

Começava a praguejar Reiner e Bertolt mentalmente por serem tão lentos. Começaram o grupo com a promessa de que "seriam algo grande", mas Adam não estava tão confiante daquilo. Óbvio, devido aos cuidados e precauções de Bertolt e a perseverança e eficiência de Reiner, os Titãs conseguiram conquistar a confiança de vários outros grupos maiores. Mas, ainda assim, por que passavam tanto tempo sem nada para fazer? Não tinha como saber, justamente porque os dois líderes tinham o péssimo hábito de esconder o jogo até o último minuto. Adam odiava aquilo.

Gemeu baixinho e pôs-se de pé. Foi até onde Louis e os outros garotos estavam para ver qual jogo os entretinham. Era mais um jogo estúpido de tiro que haviam aberto recentemente, e aparentemente os brutamontes gostavam muito dele. Ridículo.

Louis percebeu o tédio estampado no semblante do amigo e saiu discretamente de perto dos outros, o que fez com certa facilidade. Sua habilidade de passar despercebido era quase infalível.

— Ei, Adam — Louis o cumprimentou, pegando-o de surpresa —, está tudo bem?

— Depende, se você considerar que meu cérebro está atrofiando nesse lugar de merda — murmurou Adam, revirando os olhos. — Por que estamos aqui mesmo?

— Nossa, por que esse mau-humor todo? — brincou Louis, oferecendo um sorriso amigável. — Sabe que eu tenho que fingir que sou "um deles", não é?

— Mas eles são um de nós — resmungou Adam, gesticulando. — Eles também são Titãs, para que essa palhaçada?

— Bertolt-san disse que...

— Ah, Bertolt... — Adam revirou os olhos e virou-se em direção à rua, observando as pessoas que passavam pela calçada.

— Você morre de inveja dele, não é? — arriscou Louis, ainda com o sorriso gentil nos lábios, porém o observava com olhos travessos.

— Não é inveja, é receio — explicou Adam, cruzando os braços. — Eu confio neles, mas algo me diz que eles não são muito "abertos" com a gente.

— Se você tem receio, então não confia neles.

— Pode ser... —Adam espiou Louis pelo canto do olho e percebeu que ele o imitava; estava de frente para a calçada com cara de paisagem. — E você, confia neles?

Louis não o respondeu de imediato. Primeiro cruzou os olhos com Adam e só então suspirou para respondê-lo por fim.

— Eu apenas faço o que acho conveniente — admitiu Louis. — Você deveria saber disso melhor do que os outros.

Adam jogou a cabeça para trás enquanto soltava um gemido de frustração.

— Você é infinitamente pior do que aqueles dois...

VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora