Daddy

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- Acha que é alguma brincadeira, ou um engano?

Eleanor me passou meu celular, após ler a mensagem sem remetente.

- Brincadeira sim, engano não. É muita coincidência, tipo, eu acabei de chegar.

Recostei-me no sofá imaginando que motivos alguém teria para que eu não voltasse. O mais estranho era que eu estava na América do Norte não na Europa, se havia alguém que se incomodasse comigo, imagino que esta pessoa estivesse lá.

- Sim, mas... Coincidências existem Lana. Não pode descartar um erro...

- Não estou. São só essas... Esse sexto sentido que tenho.

Não precisava explanar muito sobre o assunto. Lea sempre soube que quando eu cismava com algo, tinha coisa.

- E o Harry Imbecil Styles? Ainda tô passada com ele, Lou também. Porra, pensamos que as coisas finalmente iriam se resolver. - ela cruzou os braços, irritadiça.

- Não é tão fácil quando ele não ajuda Lea. Ele continua o mesmo, atropela as coisas e tira suas conclusões sobre tudo. Hoje mandei meu advogado falar com o dele, vamos ver.

Desviei o olhar, querendo encerrar aquele assunto. Minha relação com Harry não era algo simples de ser entendido ou explicado.

- E o jantar? Ainda está de pé? - ela me olhava desconfiada. Pensando talvez em cancelar tudo.

- Sim. - afirmei.

- Então vou indo, tenho algumas laudas para digitar ainda.

- Te vejo mais tarde. - acenei.

Ela sorriu e deu uma piscadela antes de sair.

Rara veio correndo do quarto, carregando seus brinquedos. Hoje ela resolveu não dormir após o almoço, estava elétrica. Queria explicar que seu pai apareceu mas... Não sabia como, sinceramente.

- Mãe. Meus amigos novos da escoia, vão xer lhegais comigo?

- Mas é claro. Você é muito fofa, seja desse jeitinho e eles vão te adorar.

Sentei junto à ela e a ajudei a organizar a casa da Barbie quando a campainha tocou.
Levantei rápido e fui até a porta, como ninguém me ligou da portaria, imaginei que fosse um dos meninos ou a Lea.
Assim que abri me deparei com seus olhos claros, num semblante ameno. Harry fazia questão de demonstrar que não veio para guerra. Ainda assim mantive a porta meio fechada e não cedi passagem.

- Diga. - fui um pouco mais áspera do que o pretendido.

- Não me trate assim, por favor. - pediu baixinho.

- Assim como? - fechei a cara. Toda vez que o via tinha vontade de me jogar em seus braços e não sair mais. E tinha de camuflar isso de algum modo.

- Com essa frieza Lana. - ele bufou e fez cara de gato de botas.

- O que esperava Harry? - abrandei. Segurava a porta, enquanto ele vez ou outra olhava para minha mão fixa na madeira.

- Ajeitar tudo. - dessa vez usou seu tom de voz normal.

Era sempre assim. Ele achava que podia fazer e dizer tudo que bem entendesse e eu tinha simplesmente que deixar pra lá e fingir que nada aconteceu.

- Escuta, essa não é uma boa hora. Eu...

- Tiu Reuriiii! - Rara apareceu por entre minhas pernas, gritando toda animada. - ótimo, bufei. 

Harry sorriu genuinamente, com os olhos brilhando, um tanto úmidos. Sem nada mais a fazer e com um suspiro derrotado, abri espaço para que ele entrasse, mas qual minha surpresa quando Rara se jogou em suas pernas e ele a pegou no colo, olhando cada pormenor da pequena criaturinha. Reconhecendo seus traços, sorriso e jeito de falar.

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