Culpado!

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- Júlia, preciso do teu celular.

Pedi soando como ordem. Ela não iria atender minhas ligações nem nenhuma outra de número desconhecido. Mas a dela não seria negado.

- Mas... senhor...

Julia passou a mão no rosto e notei que parecia um pouco mais pálido. Jesus, que ela não desmaie mas preciso mesmo da droga do telefone.

- A Lana não me atende, mas atende à você, merda, por que não pensei nisso antes?

- Ma - mas... - ela gaguejou segurando o aparelho com tanta força que seus dedos estavam vermelhos.

- Sem mais. Se você torce pela felicidade da Rara e a ama de verdade, me passe esse telefone.

Estendi a mão sentindo a gravidade transparecendo em meu rosto. Não dava mais. Ou ela me daria por bem, ou por mal. Acabara de decidir tomar a força, algo nada usual para mim, quando ela falou.

- Tudo bem, meu Deus, espero que Dona Lana não me demita...

- Eu te recontrato fica tranquila.

Era uma promessa. Essa mulher adorava minha filha e nunca poderia deixar que fosse pra rua ainda mais por minha causa.

Ela atendeu no segundo toque.

- Oi Ju, algum problema?

Merda. A voz dela me arrastava pro abismo mais doce e profundo para que minha queda fosse mais forte e quase sem volta.

- Então está espairecendo com o Tom Parker não é Lana, quantas vezes já riram da minha cara de trouxa?

Esqueci seu efeito em mim e resolvi que essa seria a última vez que me fariam de palhaço.

*

Lana Oliver

- Não tenho tempo pra isso, não é o que parece ser. - droga, era o Harry e eu não queria brigar.

- Ah não? Todos os sites estão esfregando isso na minha cara. E eu pensando que... talvez... puta merda. Como posso ser tão otário, como...

Claro que ele tinha que pensar o pior de mim. Não seria ele se assim não fosse. Mas o momento não me permitia ficar magoada ou pensar nisso agora. Minha cabeça não estava funcionando para nada além de minha descoberta.

- Harry cala a boca. Para de pensar merda, no mais tardar amanhã estarei voltando ok? - o cortei. Não estrague as coisas ainda mais Styles.

- Isso, volta, e se prepara muito, vou lutar pela guarda da Rara, não vou deixá-la a mercê das tuas merdas. Aproveita aí com esse mané, ele deve ser muito importante pra ter te feito atravessar o Atlântico. 

- Harry... - tentei uma vez, mas eu já sabia que ele não me daria ouvidos. Só me restava a resignação de que amanhã isto teria um fim.

Ele desligou na minha cara. Maravilha.

- Ouvi os gritos do meu irmão daqui. - Gemma apertou os lábios, parecia preocupada. 

- Vou resolver uma coisa por vez, ele é cabeça dura, não adianta me bater com isso agora. - suspirei. Estava evitando pensar nele. Não sabia como ficaríamos depois de tudo.

- Ele não confia em você, nunca vai confiar. - Tom se pronunciou.

- Hey, ele teve motivos pra isso. - Gemma rebateu claramente ofendida pelo irmão. 

- Ela nunca fez nada. - Tom continuou, em um tom áspero que a fez fechar a cara.

- Acredito nisso, mas precisamos de provas. - Gemma respirou fundo como que para se acalmar.

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