Imposições

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Como previ, ele não havia vestido a camisa. Deslizei minhas unhas por seu peito firme, muito melhor do que o de anos atrás. Lembro que Harry não era muito experiente, imaginar que ele já fora tocado diversas vezes por sabe Deus quem me dava náuseas. Empurrei o pensamento para o escuro, quando senti suas mãos adentrarem minha roupa de dormir. Seus dedos traçaram caminhos por minha barriga até meu seio. Os polegares pressionaram meus mamilos e perdi o fio da meada.

- Queria te ver assim todos os dias Lans. Tremendo por mim... Gemendo por mim...

Seus dentes arrastaram a pele do meu lábio, sugando devagar enquanto endurecia meus mamilos em suas mãos.
Não sei se suas palavras eram verdadeiras ou somente no calor do momento. Contudo, deixaria para descobrir somente depois.

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Um ruído me despertou pela manhã. Levantei ainda sonolenta, puxando as cobertas pois estava completamente nua. Joguei-as em Harry que dormia mostrando-se como veio ao mundo. Mordi o lábio com a imagem, relembrando nossos momentos ardentes durante algumas horas. Larguei as cobertas, para buscar uma roupa de dormir no guarda roupa, tomando cuidado para não acordá-lo. Peguei o celular, observando que haviam quatro chamadas não atendidas. Eram oito e meia da manhã, ou seja, não dormi nada, ocupada demais com um Harry insaciável.
Saí do quarto, aproveitando para retornar ao Sr. Howard, meu advogado. Tantas ligações só poderiam ter a ver com os trâmites da legalização da paternidade de Rara.

- Bom dia Sr. Howard.

- Senhorita Oliveira. Bem... Tenho algumas notícias.

- Pode dizer. - peguei uma maçã e voltei para a sala.

- Está quase tudo certo, mas... Temos uma exigência do Sr. Styles.

- O quê? Que exigência? - larguei a maçã no sofá e levantei, apreensiva.

- Ele pede que a senhorita e a filha se mudem para a Inglaterra, para que ele goze plenamente de seus direitos paternais.

- Não. - retorqui. - Não mesmo. Eu trabalho aqui, não posso largar tudo assim. - grunhi.

- Converse com ele. Não acho uma boa levar isso aos autos do tribunal se puder ser resolvido amigavelmente.

- Mais alguma coisa Sr. Howard?

- Por enquanto é tudo. A senhorita pode pedir um novo exame de DNA se quiser revogar...

- Não será preciso. Ele é o pai da criança. - afirmei com convicção. Soando mais dura do que pretendia devido a irritação.

- Tudo bem. Assim que tiver uma resposta me avise.

- Certo. Bom dia.

Só podia ser brincadeira. Então ele estava tentando deixar tudo numa boa para que a notícia não afetasse tanto. Harry não cansava de bagunçar minha vida. Só queria um pouco de paz. Queria que ele assumisse nossa filha, mas não que achasse que poderia chegar modificando nossas vidas dessa forma. Enquanto quebrava minha cabeça com a novidade, meu azucrinador apareceu na sala vestindo a roupa de ontem, com um sorriso calmo que foi se transformando em preocupação.

- Lans? Por que levantou tão cedo? Senti tua falta na cama. - confessou coçando a nuca em constrangimento.

Em outra ocasião isso me deixaria caidinha. Em outra ocasião.

- Quando pretendia me contar? - ladrei.

Primeiro ele se expressou de forma confusa, logo após a ficha caiu e ele deu um longo suspiro.

- Hoje. - admitiu em tom cansado.

- Por quê?

- Por isso. - apontou. - Para adiar teu ataque. - ele enfiou as mãos nos bolsos da calça. Sua fala era o oposto da minha. Calma e baixa.

PARA SEMPREOnde histórias criam vida. Descubra agora