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Uma batida leve na porta me despertou. Ainda nem eram onze da noite, mas de tanto pensar adormeci.
Fui abrir a porta ainda meio zonza. Harry carregava Rara no colo, em um sono profundo. Não segurei o sorriso com a cena e lhe dei passagem.

- Ela se divertiu bastante. Fez amizade com todas as crianças do lugar, acho.

Harry a levou em uma pizzaria, na verdade ele queria nos levar, porém, resolvi que eles precisavam de um programa pai e filha.
Ele a pôs de roupa e tudo na cama, retirando somente os sapatos.

- Isso vai gerar tumulto na imprensa. - lembrei-o.

- Não importa. Amanhã uma nota oficial será lançada, é melhor acabar logo com as especulações.

- Se acha melhor, ok.

Já estava mais do que na hora de as pessoas saberem a verdade. Não por querer exatamente isso, mas para que Harry tivesse mais liberdade com Rara.

- Está concordando comigo? - ele expressou surpresa.

- Não se habitue. - dei as costas, fingindo desinteresse. Pude ouvir um riso baixo atrás de mim.

- Vamos passar algum tempo fora, então por favor, reativa tua conta do Skype.

- Já fiz. - parei ao lado da porta e o encarei com um riso superior.

- Ok. - me olhou com estranheza.

- É... Boa noite?

Eu não sabia muito bem como me despedir dele. As coisas ainda eram estranhas, e meu peito dava saltos adolescentes e minhas mãos suavam frio, um total constrangimento.

- Hum... Sim. Boa noite. - ele coçou a nuca, desconcertado. Um alívio saber que eu não era a única afetada.

Abri a porta para que ele passasse, onde ele parou um instante.

- Não importa o que aconteça, eu te amo, entendeu? - havia algum tom de alerta em sua voz.

A timidez que reinava antes de repente cedeu lugar a um tom sério e urgente. Havia alguma emoção em suas palavras, não era um simples eu te amo. Era como se isso fosse uma corda de salvação.

- Mas...

Antes que pudesse argumentar, sua boca cobriu a minha, quente e macia. Me apoiei em seus ombros e me derreti com o beijo, puxando-o para mais perto, embora fosse impossível. Seu corpo se encaixou no meu e suas mãos deslizaram por minha nuca, pressionando nossos labios com força, enquanto sua língua apreciava a minha.

- Nos vemos em breve. - ele disse. Sua respiração ofegante embatia em mim.

Ele não sorriu, e seus olhos estavam postos no chão. Seja lá o que fosse, não podia ser bom. Meus braços caíram ao lado do meu corpo quando ele se afastou. E permaneci parada, olhando o nada depois que ele sumiu corredor a fora.

🎬

Havia uma semana que Harry e sua trupe estavam na Oceania. De lá iriam para mais um continente, totalizando um mês de viagem mais ou menos.
E a bomba explodiu. Todos querendo saber sobre Rara, pois segundo a imprensa, a nota de Harry não fora esclarecedora o suficiente. Traduzindo, os malditos queriam cada pedaço de nós para preencher seus tablóides.
Evitei falar com qualquer um deles e disso histórias e mais histórias surgiram, inclusive que eu era uma prostituta brasileira na Inglaterra, em uma outra, eu era uma aventura, que em uma festa completamente bêbados, fizemos a pequena Rara Styles. Sim, Rara Styles.
Esse nome pairava em todos os cantos, sacudia as fãs do Brasil que enchiam o peito de orgulho patriota. As fãs em sua maioria eram boas em relação a minha menina, mas algumas chegavam ao cúmulo de desejos horríveis, como desejar sua morte.
Eu segui os conselhos do Paulo e da Scarlett e resolvi me focar em coisas importantes, portanto, estava sem acompanhar as notícias há alguns dias.
A campainha tocou e Júlia foi receber seja quem fosse.
O som de mulheres falando me intrigou, então caminhei em direção a sala.
Anne e Gemma estavam na entrada, falando com Júlia.

PARA SEMPREOnde histórias criam vida. Descubra agora