Meus olhos estavam desinchando. Depois de três dias chorando, enfim passou.
Talvez as ligações da minha tia e da minha mãe tenham ajudado. Talvez o fato de eu ter passado no teste para o filme A Garota do Chalé, também. Evan Peters era o protagonista e também um amor de pessoa, nos demos bem e a equipe achou que tínhamos muita química.
Anne e Gemma vieram visitar Rara mais algumas vezes, onde eu acabei por as evitar. Gemma não estava hostil como a mãe, mas também não era a mesma. Realmente Harry deve ter sofrido bastante para que elas tenham se afastado assim, compreensível, porém, eu não fui menos infeliz.
O telefone tocou e tive de me recompor para atender. Era o Evan.- Oi Lana. Eu... Pensei que a gente poderia se encontrar hoje? Temos algum texto pra repassar.
- Ah... - não estava muito afim de sair, porém, ultimamente tudo que eu fazia era ficar socada no quarto.
- Eu pago o jantar. - insistiu fazendo graça.
- Agora sim. - rimos juntos. - Pode ser às nove?
- Ótimo.
- Até.
Bufei para o telefone. Tentando me lembrar que existia vida pós Harry.
🎬
A casa do Evan ficava há vinte minutos da minha. Era uma casa grande mas não tão luxuosa quanto as mansões do perímetro.
Nós repassamos os textos e depois pedimos comida japonesa. Estava atacando um temaki enquanto ouvia Oasis.- Eu sou fã deles. Eles eram os Beatles, mas revoltados. - ele sorriu com meu comentário.
A casa estava iluminada somente por abajures, dando um clima romântico constrangedor. Ao menos pra mim.
- Eu sou muito fã do Oasis também. Quase chorei quando acabou.
Live Forever soava com suas guitarras familiares. Evan sorriu, mostrando que também tinha malditas fucking covinhas. Reprimi um gemido frustrado.
- Eu fiquei tão depressiva que considerei virar gótica, mas agora Ok.
Aproveitei os Hot Roll que ainda estavam quentinhos. Evan era uma companhia muito agradável, sempre sorrindo e sempre puxando qualquer assunto.
- A música do Brasil, acho que nunca ouvi nada de lá, exceto o Jim Morrison dizendo que usou bossa nova nas composições dos Doors.
- Tem muita coisa boa, mas, a maioria delas não está tocando nas rádios infelizmente. Eles dão mais vazão pra músicas sem conteúdo. - afirmei. Mesmo que ultimamente estivesse meio por fora do que rolava no cenário de lá. Mas sempre era assim.
- Não que aqui esteja muito diferente.
- Mas aqui toca de tudo, é mais abrangente. - contra argumentei.
- Ok. - ele riu, fazendo sinal de rendido. - Em termos de atuação, vocês tem ótimos atores.
- Obrigada. - gracejei. - Não posso discordar disso.
- Disponha.
Terminamos nosso jantar e ele me acompanhou até a porta.
- Eu poderia mesmo te levar em casa. - ele coçou a nuca.
- Eu já disse que estou bem e eu gosto mesmo de dirigir.
Tivemos aquele momento sem saber o que dizer, ou onde pôr as mãos.
- Lana... Se eu estiver sendo muito atrevido, me pare por favor. - ele disse se aproximando.
Ele veio se aproximando, enquanto meu cérebro processava e meu coração vacilava. Eu não devia fidelidade à ninguém, porém, não era essa a sensação que eu tinha naquele momento.
Quando dei por mim, minhas costas bateram na parede, Evan encarava minha boca e eu os seus olhos negros. Não tinha vindo aqui para isso, nem estava com vontade real de ficar com ele mas deixei que ele me beijasse por uma vingança interna contra Harry e aquela magrela que nem sei o que faz da vida. Não era certo usar alguém para esses fins, Evan não merecia aquilo. E de repente o sabor doce da vingança me deixou perceber que ele beijava bem e que talvez eu devesse me divertir um pouco, eu também me devia isso.
Ele era delicado, um cavalheiro, me tocava como uma pluma, como se eu fosse uma princesa de vidro que poderia partir. Era novo e eu gostei e me permiti ter um momento livre de culpas e sentimentos pesados.🔜
Cap curtinho só pra não deixar sem att. ❤

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PARA SEMPRE
FanfictionMarissa Meyer, tinha apenas dois anos de idade quando teve de ir morar na Europa com a tia, que a adotou após a morte do pai e abandono da mãe. Aos quase dezessete anos retornou ao Brasil, após ser humilhada e injustiçada publicamente na escola em...