Quando olhei para Harry, com o céu parcialmente iluminado, este momento parecia traduzir o que lhe disse naquela noite em que fizemos amor na minha casa. Sonhos só duram até acordarmos.
Ele era um sonho, e somente isso. Quando o dia raiasse e trouxesse a clareza, tudo se transformaria em realidade. O encanto se quebraria e eu me tornaria Lana Oliver, a estrela do cinema brasileiro e ele o que ele é. A grande estrela da música mundial. Eu era uma estrelinha perto do sol que era Harry, grandes distâncias nos separavam, ele me queimava embora não quisesse fazê-lo às vezes e por mais que fosse intencional, eu sempre tentava me convencer que era da boca pra fora quando eu sabia que era só a verdade sendo exposta quando a raiva lhe assolava.
Deslizei a mão por seu cabelo macio, e por seu rosto. O que eu estava fazendo aqui? Me martirizando mais? Tentando fingir que as coisas ficariam bem? Não. Eu estava aqui porque o amava. Só que aprendi a duras penas que o amor não faz tudo ficar em seu devido lugar, ele não traz os finais felizes dos filmes, ou sempre aqueles sorrisos de séries adolescentes. Ele também machuca e destrói. E antes que isso acontecesse, percebi que era pra esse rumo que estávamos viajando.
Levantei depressa. Pondo a roupa de qualquer jeito, calcei os sapatos e peguei minha mala. Queria escovar os dentes e dar um jeito nos cabelos, mas resolvi que o faria no aeroporto. Amarrei os cabelos em um coque e puxei uma menta da bolsa.
O analisei uma última vez. Durma bem, querido Harry. E quando acordar, lembre o quanto eu te amo, e tente não me odiar por coisas que não fiz, mesmo que isso seja difícil. Eu te amo, imbecil.
Parei no corredor dando uma olhada em seus quartos. Meus amigos, minha família. Espero que consigam entender que será melhor assim. Despedidas são para os fortes e definitivamente sou fraca, sempre fui.
E assim os deixei pela segunda vez. E doeu tanto quanto na primeira.🎬
Chamadas ignoradas.
Mensagens não respondidas.
Choro na madrugada.
Bebidas além da conta.
Assim se passaram meus dias, até a partida para Los Angeles.
- Dona Lana. As malas já estão prontas, e sua mãe ligou mais cedo, mas você disse que não queria ser acordada.
- Sim Julia. - cruzei os braços. - Não tenho dormido direito e meu celular está... Com problemas. - menti. - Eu preciso comprar um novo mas... - percebi que estava falando demais e fiz um sinal de deixa pra lá.
Julia me encarava com dó. Minha roupa não passava da camisa dele, aquela do Kiss e um casaco cinza grande de algodão. Meus cabelos eram um emaranhado e me olhei no espelho o suficiente para ver as olheiras profundas marcando meu rosto.
- O sr. Harry Styles ligou de novo. Eu sei que não devo lhe passar o telefone, mas queria dizer que ele liga todos os dias, mais de uma vez por dia às vezes e...
- Por favor. Pare de falar. - segurei a ponte do nariz entre os dedos. - Me traga uma dipirona e água, minha cabeça vai explodir.
- Sim senhora.
Rara havia ido passear com minha prima Mirella no calçadão. Uma despedida do Rio de Janeiro, acredito.
A porta fora aberta e Priscila apareceu com seu semblante murcho.
- Você poderia me levar. - reclamou.
- Estou indo para trabalhar. - suspirei.
- Você tá uma merda. - ela pegou uma maçã da fruteira e começou a comer.
- Obrigada. - lhe disse sem expressão. Nada mais que a verdade.
- Eu também ficaria se tivesse levado o pé na bunda do Harry.

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PARA SEMPRE
ФанфикMarissa Meyer, tinha apenas dois anos de idade quando teve de ir morar na Europa com a tia, que a adotou após a morte do pai e abandono da mãe. Aos quase dezessete anos retornou ao Brasil, após ser humilhada e injustiçada publicamente na escola em...