Capítulo 18

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Parei onde eu estava me preparando para o que estava por vir.  Tomei coragem e continuei.  Quando eu estava no meio do caminho ela se levantou e entrou na minha sala.  Quando eu entrei,fechei a porta atrás de mim e me virei para encara-la.

-Pare de me olhar como se eu fosse te enforcar agora, Oliver. 

Ela falou de forma descontraída.  Meu corpo inteiro relaxou.  É...eu estava com medo do que ela ia dizer,  mas Becker parecia até normal.  Será que abduziram e colocara outra no lugar?

-Oi? Você não quer tipo, me matar? 

Perguntei me aproximando,  ela sorriu discretamente e revirou os olhos.

-Que péssima imagem tem de mim,  estou ofendida. 

Fingiu chateação. 

-Eu só queria pedir desculpas, agi sem pensar.  Me perdoe. 

Me adiantei a falar,  ela se atirou nos meus braços e me beijou.  Fui pego de surpresa,  mas logo meu corpo reagiu ao contato e eu a apertei nos meus braços.

-Eu quero que isso dê certo. Por isso eu não te disse nada na hora. Eu estava com raiva e achei melhor ficar quieta. 

Deus do céu.  Eu já amava a Becker brigona,  agora com esse seu novo lado,  mais calmo,  eu estou perdido,  de verdade.

-Agora está me olhando como um idiota. 

Ela sorriu da minha cara.  Eu a acompanhei. 

A uns tempos atrás eu estava rindo de meus primos por estarem apaixonados e cá estou eu. 

-Eu soube do bilhete.

Comentei. Ela me olhou por alguns segundos. 

-Como? 

Perguntou com a curiosidade contida.

-Eu liguei os pontos.  Você só estaria tão abalada por um motivo. Falei com Rodrigo e ele me disse que você recebeu o bilhete. 

Ela franziu a testa. 

-Quem é Rodrigo? 

Perguntou curiosa.

-O menino da portaria. 

Respondi. 

-Ah...Gilberto! 

Quem? Ah,  deixa pra lá. 

-Enfim...eu sinto muito por essas coisas estarem acontecendo.  Eu prometi que vou proteger vocês e vou fazer isso,  começando por proibir a entrada desses bilhetes na empresa.  Você não precisa se aborrecer mais com essas coisas. 

Prometi confiante.  Eu sabia que o cara não voltaria a perturbar e se vier,  vai ter que passar por cima de mim primeiro.

-Eu só fico com medo que ele faça algo com Emma, ou até com minha família.

  Ela se sentou na cadeira em frente a minha mesa,  e eu na minha atrás da mesa. 

-Ele não vai. Te garanto.

Ela não percebeu a confiança excessiva ao afirmar.

-Obrigado Oliver. Você sabe que não tem obrigação nenhuma né? 

-Claro que eu tenho. Trouxe você pra minha vida, é minha agora e ninguém vai te incomodar.

Becker sorriu de forma doce pra mim.  Eu sabia que era um assunto delicado pra ela,  confiança,  se entregar, por isso eu não esperava nenhuma reação maior que essa ainda por saber que ela está mapeando o terreno antes de correr por ele. 

Os Tons Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora