O encontro

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Quando estou saindo da cidade, voltando para casa, vejo que alguém está me seguindo, ando mais rápido, como se isso fosse ajudar. Começo a me desesperar e corro, meu vestido prende nos galhos baixos de uma arvore e na tentativa de me soltar sinto um vulto passando por mim, tão rápido que não vi o que era.

"E um vampiro" pensei "estou perdida". Quando olhei em volta procurando, ele estava parado, apoiado numa árvore como se já estivesse ali a muito tempo, rígido, com seus cabelos perfeitamente arrepiados para frente, os olhos um castanho tão claro e tão intenso, aquela boca pequena mas encantadora, os braços fortes cruzados como quem já estava cansado de esperar.

-- Precisa de ajuda? -- Perguntou sem se mover.

-- Não precisa obrigado. -- Falei um pouco irritada por ter levado um susto com ele e por ainda estar com medo.

-- Tem certeza? Pois parece que precisa. -- Ele agora estava vindo na minha direção.

Algo me falava para não confiar nele. Mas eu também não conseguia parar de

olhar para ele, parecia hipnotizada.

-- Tenho, não precisa me ajudar. -- agora eu já estava com um tom mais assustada.

Quando ele finalmente me alcançou eu já estava quase correndo, novamente me esquecendo até que meu vestido estava preso, mas eu não conseguia me mexer, estava paralisada.

Quando ele acabou de tirar meu vestido dos galhos da arvore, recompôs a postura e falou:

-- Meu nome e Vandu, Vandu Christian. -- Seu tom era calmo como que tentando me acalmar.

-- Soube que você andou me procurando. -- Falei gaguejando. -- Sou Eleonor.

-- Desculpe se te assustei, estava procurando Leila, mas parece que a casa dela sumiu, -- Dessa vez ele estava com um tom triste -- Fui na cidade à procura dela mas me disseram que ela havia morrido e a aprendiz dela é que morava na casa dela.

-- Sim, ainda moro na casa dela, mas a deixo escondida e sempre a mudo de lugar para que não haja perigo para mim, ainda não sei me proteger direito.

-- Com quantos anos você começou a treinar? E quantos anos você tem?

-- Você não quer entrar? -- Ele procurou um pouco ao redor mas assentiu -- Lá podemos conversar melhor.

Andamos um pouco sem falar, quando finalmente chegamos na casa parecia que ele estava se sentindo desconfortável.

Não precisou ninguém fechar a porta, bastou que eu olhasse para a porta se fechar e a casa descer pela terra.

-- Então é esse o seu feitiço? -- Disse ele.

-- Quer beber alguma coisa? Água, suco, sangue... -- Parei e observei a cara que ele fez.

-- Como você soube? -- Ele pareceu impressionado.

-- Você acha mesmo que, eu sendo aprendiz de quem fui, não saberia quem você é? -- Falei preparando algo para eu beber.

-- Se já sabia porquê me deixou entrar? -- Ele parecia um pouco confuso e curioso.

-- Sei que você precisa de respostas, por isso não me atacaria. -- Falei convencida.

-- Como pode saber de tanta coisa? -- Cada vez ele estava mais confuso. -- Está bem, deixa isso pra lá, você ainda não respondeu a pergunta que te fiz.

-- Hum... Quando eu tinha dez anos vim morar com a Leila e virei aprendiz dela. Nessa época eu já conhecia algumas coisas mas não muito, ela é que me ensinou o resto. -- Falei sem querer revelar mais detalhes. -- Ah! Tenho dezessete anos.

-- Você tem a minha idade. -- Falou ele um pouco alegre. -- Queria que me ajudasse em uma busca. Preciso saber de algumas coisas... ah... sobre minha família.

-- Como assim? -- dessa vez quem ficou confusa fui eu.

-- Descobri a pouco tempo que não sou quem eu achei que era, sou adotado e a única coisa que sei sobre a minha verdadeira família e que minha mãe é uma bruxa e meu pai um vampiro. -- Logo que ele começou a falar lembrei da biblioteca.

-- Venha! -- Levantei seria e fui para a biblioteca. -- Vamos ver o que eu acho.

-- Vamos aonde?

-- A biblioteca.

-- Estou com fome, preciso me alimentar.

-- Sei que você teve um aprendizado de bruxo, pode ir na cozinha, você terá tudo o que precisa para se alimentar.

-- Hospitalidade incrível a sua. -- Falou ironicamente.

-- Quer que eu procure o que você precisa ou que eu prepare algo para você? -- Dei um leve sorriso.

-- Tá bom, eu vou lá preparar algo para mim, vai querer algo? -- ele parecia até gentil.

-- Não, só quero que você não me atrapalhe. -- Eu precisava de concentração.

Comecei a meditar, os livros começaram, um a um, a sair da prateleira e girar.

Um barulho me atrapalha, fazendo todos os livros que já haviam saído das prateleiras caírem.

Ele tinha acabado de derrubar uma xícara no chão.

-- Eu falei para não me atrapalhar. -- Falei um pouco irritada.

-- Desculpa eu tropecei quando ia colocar a bandeja na mesa ainda bem que só quebrou uma xícara. -- falou desajeitado.

-- Tá, conserte isso e não me atrapalhe mais.

Voltei a me concentrar, e de novo cada livro, um a um, começou a girar em torno de mim, logo depois disso o restante dos livros saíram das prateleiras formando um furacão ao redor de mim, as coisas, assim como os livros, começaram a levantar dando um giro ao meu redor e depois voltando ao seu lugar, e os livros um a um a seu lugar.

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Olá gente que acompanha minha história, como prometido tentei não demorar a postar. Bem esse é nosso terceiro personagem, já que o segundo foi o híbrido que ainda não apareceu definitivamente. A foto de mais ou menos como eu o vejo. Não me julguem pelo desenho, fiz num aplicativo que achei pelo play store, mas como eu já disse a algumas pessoas tentarei desenha-los do jeito certo, algum dia (risos). O que acharam?

 O que acharam?

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A história de Eleonor, a bruxa.Onde histórias criam vida. Descubra agora