Banho

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Uma brisa me assustou, uma mão no ombro e, finalmente, a voz tão familiar.

-- Eleonor! -- Falou Vandu, abri os olhos olhando ao redor. -- Vamos!

Levantei, ainda olhando ao redor.

-- Suba! -- Ele virou de costas para mim.

-- Como assim? -- Perguntei meio constrangida.

-- Eu vou te carregar, suba logo. -- Ele devia estar maluco.

-- Não vou fazer isso, prefiro ir andando.

-- Mas assim é mais devagar.

-- Não me importo.

-- Então está bem! -- Ele chegou perto tão rápido que não deu tempo para uma reação.

Ele me pegou no colo, pressionando-me contra seu peito forte. em pouco tempo estávamos em minha casa, ele me colocou com delicadeza no chão.

-- Pronto, agora você pode ir andando. -- Falou irônico.

-- Idiota -- joguei-o contra o chão -- nunca mais faça isso -- virei e entrei em casa fechando a porta logo depois.

Ele abriu a porta com força.

-- Por que fez isso? -- perguntou parecendo estar com muita raiva.

Não respondi, apenas olhei para ele, sentei-me no chão e comecei a meditar, dessa vez foi só até a casa descer pela terra, levantei-me e o encarei.

-- Por que você fez isso Eleonor? -- Perguntou de novo -- sabia que isso dói? E sabia que eu poderia ter ficado ali perdido?

-- Sabia! Por isso, mesmo fechando a porta, esperei você entrar para poder descer a casa -- falei chegando mais perto dele -- e você sabe muito bem que eu não te deixaria para traz.

-- Sei, sei bem -- Falou com um tom irônico e olhando para mim -- agora acharia melhor você trocar essa roupa molhada.

Ele parecia estar incomodado com minha roupa, tudo bem que eu estava molhada e o vestido marcava bastante meu corpo.

-- Sim, também acho, mas tenho que tomar conta dele -- falei me referindo ao garoto.

-- Acho que... Está bem, vou preparar um banho quente para você. -- Falou tentando não brigar comigo.

-- Se precisar tem água na cozinha, como está chovendo deve estar cheio o reservatorio.

Fui para o quarto que, mesmo tendo dois, eu usava apenas um, que era o meu, pois o antigo de Laura eu não deixava ninguém entrar lá.

Ele, o garoto da floresta, estava deitado de barriga para baixo no colchão, a flecha ainda em suas costas impediam um pouco do sangramento mas mesmo assim os lençóis já estavam encharcados de sangue.

"É melhor eu fazer isso mais rápido" pensei.

Retirei o vestido, agora pesado por estar molhado, e o coloquei em uma cadeira de madeira que ficava perto da janela, abri uma porta dentro do quarto, uma porta simples, onde ficava um closet, pequeno mas que dava para guardar o pouco de roupa que tinha, peguei um vestido simples, mais parecido com uma camisola. Era de um tecido fino, quase transparente, da cor branca. Tirei o restante da roupa molhada que ainda tinha, mal reparando que o garoto que eu julgava estar dormindo me observava retira-las e colocar aquele fino vestido branco.

Abri a porta e fui para o banheiro achando que Vandu já havia acabado de preparar meu banho e saído de lá, mas estava errada, ele estava bem à porta parecendo estar a minha espera, abaixei a cabeça por estar um pouco envergonhada pelo meu traje.

-- Com licença -- Falei sem olha-lo.

-- Não fique assim -- Falou ele tentando não rir.

-- Assim como? -- Perguntei levantando um pouco o rosto.

-- Vá tomar o banho antes que esfrie para você não ficar doente.

Ele abriu passagem para o banheiro, entrei rápido e logo fechei a porta. Depois do banho vesti um vestido roxo com detalhes verdes. Sequei o cabelo com a toalha e fui ver o garoto ferido.

A flecha não estava muito funda, nem parecia ter pego em algum órgão, mas o ferimento feito por ela sangrava bastante.

Com a ajuda de Vandu cortei um pedaço da flecha, tirei a camisa dele para poder tirar o pedaço da flecha que ainda estava em seu corpo. Tirei o pedaço da flecha tentando não o machucar mais.

Demorei algum tempo para conseguir estancar o sangramento, finalmente fiz o curativo, Vandu me ajudou a colocar lençóis novos, mesmo eu sabendo que ele não queria fazer, mas como eu pedi ele me ajudou.

Depois do que pareceram horas, eu estava exausta, sentamos, eu e Vandu, na sala encostados na parede em baixo da janela, a cortina que ficava sobre a parte da janela em que ele estava, estava esticada, tampando aquela parte da janela.

A casa já havia voltado para o lugar de onde tínhamos saído e estava acima da terra. Ainda era noite, encostei a cabeça no ombro de Vandu e acabei adormecendo ali.

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Gente desculpem-me por ter demorado. eu já tinha passado pra cá só que por algum motivo esqueci de postar

A história de Eleonor, a bruxa.Onde histórias criam vida. Descubra agora