Quando entramos em casa vi o garoto que eu estava cuidando estirado no chão da sala, como que tentando achar a saída e fugir, como se fosse conseguir ir muito longe naquele estado. Corri até ele para ver se estava bem, e o ferimento, que, na noite anterior eu tinha conseguido com tanta dificuldade fazer parar de sangrar, já encharcava o curativo, deixando-o vermelho.
-- Ajude-me a coloca-lo no quarto -- falei para Vandu.
Ele não respondeu, dava para perceber que ele não gostava muito da ideia de eu estar cuidando de um estranho, ainda mais na minha casa, e que ele só estava ali porquê não confiava naquele estranho.
-- Vandu!? -- Chamei-o novamente, -- se você não que me ajudar, tudo bem, eu faço isso sozinha.
Suspirei e tentei arrastar o corpo de volta para o quarto. Ouvi um riso em meio a um suspiro, olhei para Vandu e percebi que ele estava com um sorriso meio de lado me olhando como se estivesse se divertindo com meus esforços em mover o corpo.
-- Deixa -- Ele se abaixou para pegar o corpo estirado no chão, movido apenas alguns centímetros de onde estava quando abrimos a porta.
Vandu o pegou como na noite anterior, ajeitou-o na cama para que eu pudesse trocar os curativos. Depois de trocados enfeiticei o garoto para que ele não saísse da cama antes de ficar curado.
Em todo tempo em que fiquei tomando conta dele, esperando o ferimento cicatrizar, Vandu passava a maior parte do tempo na biblioteca, enquanto o resto do tempo passava indo a cidade, lendo na sala, ou me observando fazer coisas dentro e fora de casa. Eu estava começando a plantar alguns tipos variados de plantas, e dentro de casa eu fazia o que sempre fiz.
As vezes sentávamos, eu e Vandu, na sala para conversarmos. Mesmo entre tantas brigas e discussões nós éramos bons amigos. Acho que até um pouco mais que isso.
-- Serio Vandu, vai ficar me vigiando o dia todo? -- Nós estávamos sentados na frente da casa encostados na porta olhando para o céu noturno.
-- Não fico te vigiando, e muito menos o dia todo. -- Falou ele com o semblante tranquilo de sempre.
-- Até parece né!? -- Falei deitando no chão com a cabeça apoiada em minhas mãos.
-- Pior que não, -- falou deitando com a cabeça ao lado da minha, mas com as pernas para o outro lado. -- Fico lendo ou dormindo a maior parte do tempo, mas deveria ficar te vigiando, -- disse com um sorriso nos lábios, -- porem fico atento para se você gritar. Não fico te seguindo.
-- Sabia que você é muito sem graça? -- Falei olhando as estrelas que apareciam.
-- Eleonor! Você tem que lembrar que também sou um vampiro, não só bruxo. Não tenho senso de humor.
-- Está bem, não vou esquecer. -- Disse rindo.
Continuamos conversando até a lua estar alta no céu, escondida em meio a algumas nuvens. Adormeci ali, em cima daquela grama verde, vendo o céu com apenas algumas nuvens.--------------------------------------------------------------------------------
Esse Vandu realmente, mesmo dizendo que não, tem senso de humor rsrs
Espero que tenham gostado.
Comentem e deem estrelinhas, eu preciso de incentivos para continuar postando
Até o próximo capitulo
Bjss :*
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A história de Eleonor, a bruxa.
Mystery / ThrillerParo em uma lareira distante, fugindo!? Sim, dos meus problemas, não quero enfrenta-los, não agora, preciso primeiro saber se realmente quero isso. Para isso lembro-me de algumas coisas da minha infância tentando achar uma brecha para saber se em al...