Abriu os olhos com dificuldade, pois as pálpebras doiam o suficiente para ela desistir de abri-los de novo. Demorou um pouco para a sua visão normalizar. Antes tivesse continuado turva.Não havia nada alí, nada além de escuridão. O chão era quase invisível graças a névoa que brotava dele. Mal se via uma pedra aqui ou alí. Só as árvores mortas faziam vista. Não havia céu, nem estrelas alí, só a escuridão.
- Que bom que já acordou...
A voz familiar se fez presente, por entre as árvores decréptas.
- Q-Quem está aí?- Margoth perguntou, erguendo o corpo esguio do chão.
Uma gargalhada se fez audível, desdenhando do medo que exalava dela.
- Seu medo fede...
De quem era aquela voz? Ela já tinha ouvido em algum lugar.
- Pobre Jasminne... Ou será que devo dizer, Margoth?
Margoth enfim reconheceu a voz, sentindo o arrepio se tornar um calafrio escalando sua espinha.
- Jullianne...- Sussurrou, assustada com sua dedução.
- Bingo!
Ela apareceu na sua frente, com o mais horripilante dos sorrisos nos lábios rubros. O vestido negro que trajava era exótico. Com um grande decote muito generoso e rendas por toda parte. A maquiagem pesava aos olhos negros, que se tornavam mais assustadores a cada segundo.
- O que você quer?- Margoth perguntou, recuando. Não parecia muito altiva agora.- Me matar de novo?
- Tolinha...- Jullianne falou, fazendo um biquinho debochado.- Não teria muita graça te matar agora... A plateia ainda nem chegou.
Margoth se lançou para cima de sua gêmea, com um grito enfurecido. Mas, esbarrou em alguma coisa, que a jogou de volta ao lugar inicial. Olhou para cima e pode ver manchas negras ziguezagueando pelo que parecia ser uma cúpula.
Jasminne riu, como se ela fosse a mais tola entre as tolas.- Você achou mesmo que com seus poderes despertos, eu não tomaria minhas precauções?
- O que é isso?- Perguntou, levantando do chão, de novo.
- Uma pequena cúpula de sucção.- Ela explicou, olhando as unhas negras.- Vai manter seus poderes sobre controle. Não queremos machucar o corpo da sua irmã, queremos?
Margoth sentiu o coração esfriar. Engoliu à seco.- Do que está falando?
- Sua irmã, me invocou no ano 1692. Me pediu poder, e em troca, me ofereceu seu corpo como recipiente. Foi um acordo justo... Eu lhe dei o meu poder...- Ela sorriu, inebriada.- Só não dei o controle sobre ele!
- SOLTA ELA!- Margoth berrou, esmurrando a cúpula, espalhando manchas negras por todo lado.
- Eu não posso...- Jullianne respondeu, encostando o rosto na cúpula.- Primeiro, preciso que você me aceite...
- D-Do que está falando?- Perguntou, sem muito ânimo para saber a resposta.
- Antes eu te matava por achar que você impediria meus planos... Mas, agora, depois de ver a dimensão dos seus poderes, decidi que sua irmã já não é mais um recipiente tão bom quanto você...- Ela respondeu, olhando-a com afinco.
- O que é você?
Ela sorriu, macabra,e, inclinando o corpo para frente, sussurrou.
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Acorde!
ParanormalSeria mais um dia normal para Alexandder Watter.Até que, em uma noite fria de inverno, dirigindo pelas ruas de Hollines, ele atropela alguém. Alguém que poderia parecer com qualquer pessoa,mas,no entanto,é externamente idêntica a sua noiva,morta em...