Quase não acreditava em seus olhos. Ela estava alí mesmo? Ele ainda não conseguia acreditar. Jullianne bailava no ar, olhando para ele de cima. Tantas lembranças lhe invadiram ao vê-la.- Diga alguma coisa. Parece até que viu um fantasma.- Falou, irônica, assim que o viu perder a cor.
- Eu... E-Eu vi você morrer!- Gaguejou, mais que nervoso.
- Tem certeza?- Ela desceu até o chão, fitando-o.
- Aaaaaaaargh!
Alec ouviu Margoth gritar mais uma vez.
- Solte ela!- Ele exigiu.
- Ela está assim por culpa sua...- Jullianne explicou, olhando para ele.- Você está abusando dela, neste exato momento.
- O quê!?- Ele exclamou, consternado.
- É o medo dela...- Ela o fitou, dando de ombros.- Você!
Alec olhou para Margoth, se debatendo. Aquilo era ele? Ela o temia tanto assim?
- Para! Para com isso! PARA!- Gritou, descontrolando à si mesmo.
- Não estou muito afim, e nem você pode fazer nada.- Jullianne estendeu a mão em direção ao corpo incontrolável de Margoth, e tornou, por um segundo, a cúpula visível.- Vê? É uma cúpula que, não se desfazerá, à menos que eu queira.
- O que você quer dela?!- Ele berrou, com tanto ódio que transbordava de seus olhos verdes.
- Por quê se importar agora?- Jullianne sorriu, felicíssima.- Os gritos dela são deliciosos, não acha?
- Como você pôde? Ela é sua irmã!- Alec esbravejou, enojando-a agora.
- Quem é você para julgar? Você sempre a entregou para mim!- Ela falou, fitando-o rapidamente.
Alec sentiu o coração perder uma batida. Sentiu-se sem equilíbrio. Ela não deixava de ter razão. Ele ouviu o seu grito. Aquilo era uma tortura. E era sua culpa!
- Eu vou resolver isso Margoth...- Ele sussurrou, segurando a vontade de chorar.
- O que você acha que pode fazer, humano?- Jullianne desdenhou, subindo aos céus.
- O suficiente...
E, antes que qualquer pensamento são rondasse sua cabeça, ele socou a cúpula, com toda a força que podia ter. Com toda a vontade de tê-la em seus braços, com todo o desejo de vê-la sorrir para ele mais uma vez, com todo o amor que ele tinha... Com todo amor que ela lhe dera nos últimos dias... Era por ela.
E a cúpula se espatifou. Se quebrou. Se despedaçou, e seus estilhaços caíram alí, na sua frente.- NÃO!- Jullianne gritou, incrédula, ao ver sua prisão se despedaçar diante de seus olhos.- C-Como?!
Ele nem mesmo a ouviu. Só correu. Correu para ela, e a pegou em seus braços, como se não precisasse de mais nada.
- Está tudo bem, agora! Sou eu! Sou eu!- Ele falou, segurando-a.
Margoth olhou ao redor, ofegante. Estava de volta à floresta morta. Já não era um pesadelo. Havia voltado ao ponto de partida.
- Alec...- Ela o chamou. Era ele mesmo? Não podia ser! Não alí. Estava presa em outro pesadelo?
- Sou eu!- Ele levou à mão pequena dela ao seu rosto. Precisava senti-la agora.- Desculpa...- Ele pediu, abraçado seu corpo esguio.- Desculpa ter te deixado só, eu nunca devia... Me perdoa! Eu devia ter te protegido, como prometi.
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Acorde!
ParanormalSeria mais um dia normal para Alexandder Watter.Até que, em uma noite fria de inverno, dirigindo pelas ruas de Hollines, ele atropela alguém. Alguém que poderia parecer com qualquer pessoa,mas,no entanto,é externamente idêntica a sua noiva,morta em...