Enzo
Peço licença aos meus pais e sigo para a mesa onde Elisa está sentada.
__ Cadê a Jeane? -- indago puxando uma cadeira.
__ Por que você não ligou? -- ela dispara acusativa.
Rolo os olhos, suspirando.
__ Até você?
Elisa se ajeita na cadeira, para me encarar melhor.
__ Tá traindo a minha amiga, Enzo? -- sua pergunta me pega de surpresa e eu quase derramo a taça com suco. O que contribui para a carranca dela aumentar. -- Porque se estiver, eu vou estragar a sua carinha de sonso!
Seguro as mãos dela, fazendo um "shiu" e olhando para os lados.
__ Não estou traindo a Jeane. Aliás, de onde surgiu esse absurdo? -- indago incrédulo.
__ Você devia saber. -- ela vira o rosto em outra direção e me ignora.
__ Ainda é sobre a ligação? -- jogo verde e Elisa dá de ombros, em um gesto de "não sei, descubra você". -- Isso é tão infantil. Olha, eu não estou traindo a Jeane.
__ Você jura pela sua mãe? -- desafia olhando dentro dos meus olhos.
__ É. -- dou de ombros.
Elisa bufa frustrada e levanta-se.
__ Cretino! -- ela xinga e sai de perto de mim.
Soco a mesa e vou atrás dela.
__ Onde ela está? -- indago tentando acompanhar o ritmo apressado de seus passos.
__ Está me incomodando, Enzo. -- ela pega um brigadeiro e volta a andar.
__ Me fala, que eu te deixo em paz. -- peço puxando o braço dela e fazendo com que me encare.
Elisa bufa e revira os olhos. No entanto, antes que fale alguma coisa, Ryan chega correndo e interrompe.
__ Eu tava lá... um carro... a Jeane... levaram. -- ele fala se apoiando no meu ombro, cansado.
__ Levaram quem? Fala com calma, amor. -- Elisa pede e ele respira fundo.
__ Raptaram a Jeane.
Arregalo os olhos e seguro ele pela gola da camisa.
__ Do que você está falando? -- indago com um nó na garganta.
__ Enzo, calma! -- Elisa tenta nos afastar.
__ Vai com calma, irmão. -- Ryan tira minhas mãos dele. -- Eu tava lá fora atendendo uma ligação, quando a Jeane saiu do clube. Ela ficou sentada em um banco e foi quando um mascarado apareceu. Tentei evitar, mas ele a dopou e saiu cantando pneu. Foi mal, cara. Eu não pude fazer nada. -- ele conta e aperta meu ombro, em apoio.
__ Eu vou matar o desgraçado!
• • •
Após prestar queixa na delegacia, meu pai me convence a ir para casa com eles. Como não estou em condições de ficar sozinho, aceito.
Assim que minha mãe abre a porta, subo a escada correndo e vou para o telhado. Eu costumava fazer isso na infância, quando James fazia algo e jogava a culpa em mim. A diferença é que agora dói em dobro e fazer birra não trará Jeane de volta.
__ Eu fiz chocolate quente. -- mamãe toca meu ombro e senta-se ao meu lado, dando-me uma xícara fumegante.
__ Obrigado. -- bebo um gole e encaro o céu. -- Como subiu aqui? -- brinco e ela sorri.
__ Não estou tão velha, Enzo. -- sorrio fraco e abaixo o olhar. -- Vai ficar tudo bem, querido. Tenha fé. -- ela diz, mexendo no meu cabelo.
__ Eu não consigo pensar em uma pessoa capaz de fazer algo tão cruel. -- comento amargurado.
__ Nem sempre as pessoas são o que aparentam, meu filho. Pode ter sido qualquer um. -- ela deita a cabeça no meu ombro, enquanto me perco em pensamentos.
Os faróis da Siena do James bate no meu rosto e isso me faz desviar o olhar em sua direção. Ele manobra para a garagem e volta carregando uma mala.
__ Ele voltou mais cedo. -- mamãe comenta e desce do telhado, para ir ao encontro de James.
Isso é muito estranho!
__ James, querido! Por que não avisou que viria? -- a voz de minha mãe ecoa pela sala.
__ Eu decidi de última hora. -- ele justifica.
Eles passam a conversar em um tom mais baixo e eu coloco os fones de ouvindo, deitando-me no telhado. Fecho meus olhos e volto no tempo, repassando tudo que vivi com a Jeane.
Cara, ela tem que estar bem. Eu ainda tenho que pedi-la em casamento.
× × ×
Jeane
Abro meus olhos, mas a luz forte do sol me cega por um instante, então ergo o braço para cobrir-los. Minha cabeça dói e uma tontura me toma de repente, fazendo-me tombar para o lado.
Passo a mão pelo chão, em busca de apoio para levantar. O barulho de água me confunde ainda mais. Eu não me lembro de nenhuma piscina na minha casa. O que está acontecendo?
Ergo-me, após muito custo e arregalo os olhos assustada, ao dar de cara com o mar. Viro-me em todas as direções e só vejo mato, água e mais mato e água. Como um flash, a noite do casamento volta à minha memória e a ficha cai. Eu fui raptada.
__ Onde eu estou? -- indago em pânico, sem parar de olhar para os lados. -- Ei! Tem alguém aí? SOCORRO! Alguém me ajuda! -- tomada pelo medo, começo a andar pela areia. Minha cabeça está pesada e eu tropeço várias vezes, na barra do meu vestido.
× × ×
Rafaela
Um sorriso satisfeito surge no meu rosto, ao ver Jeane em pânico andando pela praia. Tudo está saindo como eu planejei.
O som de um galho se quebrando, anuncia a chegada de duas pessoas. O mais alto toca meu ombro parecendo irritado com a situação da minha prima.
__ Ela deve estar com fome. -- ele pondera.
__ Problema dela. Eu quero vê-la sofrer muito, entendeu? -- vocifero tirando sua mão de mim. -- Não ouse ajudá-la antes da minha ordem. Vá atrás dela, mas não deixe que veja vocês. Eu vou almoçar e volto pra cidade, em seguida.
Tento caminhar para a cabana, mas ele segura meu braço.
__ Isso é covardia.
Puxo meu braço de volta e o empurro para longe de mim.
__ Não me toca! Faça o que eu mando, senão acabo com sua raça. E não me venha com sentimentalismo! Eu sei o que estou fazendo. -- me exaspero, saindo de seu campo de visão. -- Eu vou me vingar de todos eles, mamãe. -- aperto o colar em meu pescoço e esboço um sorriso perverso.
Heloooo
E aii gente!?
O que vocês estão achando da história?
A Rafa invejosa entrando em ação..
O que sera que vai acontecer com a Jê??
Segurem os forninhos..
Retas finais ):Bjss até a próxima.
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A Arte de Amar
Teen Fictionjeane é uma garota de objetivos. Tudo o que ela mais quer, é torna-se uma pintora. Ela não imagina que na busca por seus sonhos , iria se apaixonar.Porém ele não era o cara certo e estava apenas tentando esquecer a ex, ficando com jeane Agora magoad...