Sequestro parte 2

16 2 3
                                    

Enzo

Peço licença aos meus pais e sigo para a mesa onde Elisa está sentada.

__ Cadê a Jeane? -- indago puxando uma cadeira.

__ Por que você não ligou? -- ela dispara acusativa.

Rolo os olhos, suspirando.

__ Até você?

Elisa se ajeita na cadeira, para me encarar melhor.

__ Tá traindo a minha amiga, Enzo? -- sua pergunta me pega de surpresa e eu quase derramo a taça com suco. O que contribui para a carranca dela aumentar. -- Porque se estiver, eu vou estragar a sua carinha de sonso!

Seguro as mãos dela, fazendo um "shiu" e olhando para os lados.

__ Não estou traindo a Jeane. Aliás, de onde surgiu esse absurdo? -- indago incrédulo.

__ Você devia saber. -- ela vira o rosto em outra direção e me ignora.

__ Ainda é sobre a ligação? -- jogo verde e Elisa dá de ombros, em um gesto de "não sei, descubra você". -- Isso é tão infantil. Olha, eu não estou traindo a Jeane.

__ Você jura pela sua mãe? -- desafia olhando dentro dos meus olhos.

__ É. -- dou de ombros.

Elisa bufa frustrada e levanta-se.

__ Cretino! -- ela xinga e sai de perto de mim.

Soco a mesa e vou atrás dela.

__ Onde ela está? -- indago tentando acompanhar o ritmo apressado de seus passos.

__ Está me incomodando, Enzo. -- ela pega um brigadeiro e volta a andar.

__ Me fala, que eu te deixo em paz. -- peço puxando o braço dela e fazendo com que me encare.

Elisa bufa e revira os olhos. No entanto, antes que fale alguma coisa, Ryan chega correndo e interrompe.

__ Eu tava lá... um carro... a Jeane... levaram. -- ele fala se apoiando no meu ombro, cansado.

__ Levaram quem? Fala com calma, amor. -- Elisa pede e ele respira fundo.

__ Raptaram a Jeane.

Arregalo os olhos e seguro ele pela gola da camisa.

__ Do que você está falando? -- indago com um nó na garganta.

__ Enzo, calma! -- Elisa tenta nos afastar.

__ Vai com calma, irmão. -- Ryan tira minhas mãos dele. -- Eu tava lá fora atendendo uma ligação, quando a Jeane saiu do clube. Ela ficou sentada em um banco e foi quando um mascarado apareceu. Tentei evitar, mas ele a dopou e saiu cantando pneu. Foi mal, cara. Eu não pude fazer nada. -- ele conta e aperta meu ombro, em apoio.

__ Eu vou matar o desgraçado!

• • •

Após prestar queixa na delegacia, meu pai me convence a ir para casa com eles. Como não estou em condições de ficar sozinho, aceito.

Assim que minha mãe abre a porta, subo a escada correndo e vou para o telhado. Eu costumava fazer isso na infância, quando James fazia algo e jogava a culpa em mim. A diferença é que agora dói em dobro e fazer birra não trará Jeane de volta.

__ Eu fiz chocolate quente. -- mamãe toca meu ombro e senta-se ao meu lado, dando-me uma xícara fumegante.

__ Obrigado. -- bebo um gole e encaro o céu. -- Como subiu aqui? -- brinco e ela sorri.

__ Não estou tão velha, Enzo. -- sorrio fraco e abaixo o olhar. -- Vai ficar tudo bem, querido. Tenha fé. -- ela diz, mexendo no meu cabelo.

__ Eu não consigo pensar em uma pessoa capaz de fazer algo tão cruel. -- comento amargurado.

__ Nem sempre as pessoas são o que aparentam, meu filho. Pode ter sido qualquer um. -- ela deita a cabeça no meu ombro, enquanto me perco em pensamentos.

Os faróis da Siena do James bate no meu rosto e isso me faz desviar o olhar em sua direção. Ele manobra para a garagem e volta carregando uma mala.

__ Ele voltou mais cedo. -- mamãe comenta e desce do telhado, para ir ao encontro de James.

Isso é muito estranho!

__ James, querido! Por que não avisou que viria? -- a voz de minha mãe ecoa pela sala.

__ Eu decidi de última hora. -- ele justifica.

Eles passam a conversar em um tom mais baixo e eu coloco os fones de ouvindo, deitando-me no telhado. Fecho meus olhos e volto no tempo, repassando tudo que vivi com a Jeane.

Cara, ela tem que estar bem. Eu ainda tenho que pedi-la em casamento.

× × ×

Jeane

Abro meus olhos, mas a luz forte do sol me cega por um instante, então ergo o braço para cobrir-los. Minha cabeça dói e uma tontura me toma de repente, fazendo-me tombar para o lado.

Passo a mão pelo chão, em busca de apoio para levantar. O barulho de água me confunde ainda mais. Eu não me lembro de nenhuma piscina na minha casa. O que está acontecendo?

Ergo-me, após muito custo e arregalo os olhos assustada, ao dar de cara com o mar. Viro-me em todas as direções e só vejo mato, água e mais mato e água. Como um flash, a noite do casamento volta à minha memória e a ficha cai. Eu fui raptada.

__ Onde eu estou? -- indago em pânico, sem parar de olhar para os lados. -- Ei! Tem alguém aí? SOCORRO! Alguém me ajuda! -- tomada pelo medo, começo a andar pela areia. Minha cabeça está pesada e eu tropeço várias vezes, na barra do meu vestido.

× × ×

Rafaela

Um sorriso satisfeito surge no meu rosto, ao ver Jeane em pânico andando pela praia. Tudo está saindo como eu planejei.

O som de um galho se quebrando, anuncia a chegada de duas pessoas. O mais alto toca meu ombro parecendo irritado com a situação da minha prima.

__ Ela deve estar com fome. -- ele pondera.

__ Problema dela. Eu quero vê-la sofrer muito, entendeu? -- vocifero tirando sua mão de mim. -- Não ouse ajudá-la antes da minha ordem. Vá atrás dela, mas não deixe que veja vocês. Eu vou almoçar e volto pra cidade, em seguida.

Tento caminhar para a cabana, mas ele segura meu braço.

__ Isso é covardia.

Puxo meu braço de volta e o empurro para longe de mim.

__ Não me toca! Faça o que eu mando, senão acabo com sua raça. E não me venha com sentimentalismo! Eu sei o que estou fazendo. -- me exaspero, saindo de seu campo de visão. -- Eu vou me vingar de todos eles, mamãe. -- aperto o colar em meu pescoço e esboço um sorriso perverso.

Heloooo

E aii gente!?

O que vocês estão achando da história?

A Rafa invejosa entrando em ação..

O que sera que vai acontecer com a Jê??

Segurem os forninhos..
Retas finais ):

Bjss até a próxima.

A Arte de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora