Let Her Go

Desconhecido

-Dia 23/02

Querido Diário;

Era fim de semana, minha mãe deu uma ideia de me levar ao parque, fiquei feliz por que já fazia tempo que não saía de casa. Não por opção, mas eu e mamãe evitamos muito sair de casa, querem uma explicação. Okay.

Meu nome é May, acabei de completar 8 anos e sou médium (o difícil é saber o tipo que eu sou, ja que o problema é que eu apresento um pouco de tudo), meu pai morreu em um acidente de carro e eu previ... E não fiz nada. Minha mãe disse que eu não tinha culpa e que eu era muito pequena para entender isso, e ela também sabia sobre isso, por que minha mãe é sensitiva.

Então, se for pra conta tudo o que acontecer comigo nesse diário que foi meu presente, eu conto. Mas é melhor se acostumar, por que não são poucos.

Vamos ja começar pela menina.
Sim, uma menina.

-Dia 22/02

Caminhávamos pela rua devagar enquanto minha mãe assobiava uma música que não conhecia. Quando finalmente avistei o parquinho, sai correndo em direção aos balanços que se não me enganam tinham 4.

Balançava, subia e voltava, e foi se repetindo assim até minhas pernas ficarem cansadas, minha mãe havia sentado num banco de pedra enquanto lia um livro que parecia que era latim. Parei o balanço colocando os pés no chão e olhei para cima observando as folhas murchas das árvores caírem sobre nós.

Quando percebi que minhas pernas não estavam mais cansadas e poderia volta a balançar fui dando impulso até ver uma menina no balanço ao lado. Seu cabelo negro foi prendido em uma rabo de cavalo e usava um vestido cinza, era branca, muito branca e olhava diretamente para frente como se não percebesse que eu estava ali. Parei o balanço novamente e fiquei lado a lado com aquela menina, então a cutuquei.

- Está tudo bem? -Até perceber que seu olhar ia em direção da minha mãe, eu não fique com medo, por que se fosse oque eu acho que voces estão pensando minha mãe teria percebido... Não?

Ela então virou se para mim, seus olhos eram castanhos avermelhados e seu rosto não tinha expressão.

-Injusto.

- O que?

- Eu fiz de tudo. TUDO. E é assim que ela me agradece?

Ela se levantou, apertou meu pulso com força e começou a me arrastar para o meio das árvores.

Até que eu gritei, minha mãe então apareceu e me puxou.

- É assim então? - Falou a menina com os olhos vermelhos.

-Você não era assim.

-Claro, abri meus olhos - Ela olhou para mim - Espero que aproveite o tempo que ainda tem, por que eu juro que será curto.

Ela andou até o meio da floresta e desapareceu. Minha mãe se agachou e me abraçou com força.

-Quem é ela?

-Alguém que tinha que ter ido há muito tempo... -ela soltou um suspiro- Vamos para casa.

Andei na frente e parei quando eu vi que ela havia parado e olhado para trás.

-Por favor, não faça isso...