Elevador (3)

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*Primeiro Andar*

Ao 4.

2... 3... 4... - A porta se abre.

Volto ao 2.

4... 3... 2... - A porta se abre.

Ao 6.

3... 4... 5... 6... - (Barulhos) A porta se abre.

Volto ao 2.

6... 5... 4... 3... 2... -Se abre.

10...

3... 4... 5... 6... 7... 8... 9... 10... (Calafrio) Se abre.

-Preciso sair... - Estava entrando em pânico, mesmo assim virei a cabeça para o lado oposto à porta e apertei...

5...

10... 9... 8... 7... 6... 5...  A descida foi mais lenta...

Senti um sopro de ar e uma presença. Fecho os olhos e escuto Passos simplesmente ignoro.

-Boa Noite mocinha. - Era uma voz suave de uma moça que não teria mais que 20 anos, não olhei para ela, nem respondi, ela tentou falar comigo. Ignorei. Ela não tentou me tocar ou assustar.

Precionei o 1... Eu sabia que era importante não olhar para ela e nem responde-la. (O elevador não se mexeu) tentei várias vezes mas nada, fiquei tentada a outro andar, mas hesitei, isso seria desistir (mas nada, não se movia).

Essa é minha última chance de desistir... mas... Eu tenho...

Apertei novamente o 1 depois de alguns segundos ele se moveu. Olhei para a tela... não estava descendo, mas... subindo.

6... 7... 8... 9... 10...

Sai do elevador de olhos fechados e comecei a contar: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove... dez.

Leila não sabia ao certo o que estava fazendo... só a vaga lembranca de o por que deveria fazer isso. Ela não lembra de sua mãe, só por fotografias e histórias que seu pai lhe contava ou até lembranças cortadas e embaçadas em sua cabeça.

... Possessão... Essa palavra já martelou em sua cabeça por anos... Não... Eu não sou qualquer tipo de médium, sensitiva (igual minha mãe) ou... não, sou apenas uma menina normal que acredita que isso existe. E aqui estou eu, em outro mundo onde sou apenas eu e os espiritos.

Abro os olhos devagar, só há escuridão e silêncio. Um corredor no que parecia um depósito abandonado à 50 anos, havia uma lanterna em cima de uma pequena mesa e uma poltrona ao lado. Andei até ver uma mulher (Não, não era minha mãe) atrás de um vidro com os cabelos negros em frente de seu rosto.

-Onde está Zozo?

Então consegui ver sua feição por um segundo, seu rosto marcado por arranhões e carne viva. Ela apontou, mesmo com a lanterna não conseguia e enchergar.

- Vou te tirar daí.

Avistei na esquina de um corredor um pedaço de metal. Talvez de uma cadeira? Não pensei muito, fui até lá e o agarrei. Voltei e deixei a lanterna no chão.

-Se afasta!

Ela me obedeceu e com toda minha força, arrebente o vidro. Seus cacos voaram sobre mim e em diversas direcoes. Fiquei com alguns arranhões no braço. Mas, nada muito grave.

Ela se levantou com dificuldade, se arrastou até mim e fez um sinal com a cabeça em agradecimento.

-Por favor, me mostre onde está Zozo.

Ela me guiou entre milhões de quartos, Almas sofrendo em seu cativeiro pedindo desculpas ou implorando para serem soltas. Segui em frente. Até pararmos em frente a uma porta de madeira velha, acabada. Mostrei-a a direção do elevador.

-Pode ir, está livre.

Quando disse isso, sua verdadeira forma apareceu, uma mulher bonita, com os cabelos negros e olhos avelã. Pegou minha mão livre e perguntou.

-O que posso fazer para retribuir tamanho favor?

-N-não precisa.

-Por favor.

-Proteja... Proteja minha família.

Ela assentiu com a cabeça.

-Sera uma honra.

desapareceu e reapareceu agora no elevador. Acenou e as portas se fecharam. Estava sozinha, eu e a porta... e minha mãe.

Let Her GoOnde histórias criam vida. Descubra agora