Capitulo 7

547 46 2
                                    

"Eu acordei ouvindo alguém bater em vidro. Primeiro, pensei que fosse a janela, até perceber que o som vinha do espelho."

***
Noite passada tive que prestar depoimento para a polícia. Sim, Deric ainda não acreditava cem por cento na hipótese de estarmos sendo assombrados. O detetive não me pareceu surpreso quando contei tudo que havia acontecido nos últimos dias. Pelo contrário, o cara me deu um cartão e me deu liberdade para ligar sempre que preciso.

Na manhã de hoje me levantei e fui direto para a cozinha. Preparei um café da manhã e esperei Daric acordar.

_ Não vai trabalhar hoje?_ pergunto quando o vejo ainda de roupão.

_ Hoje não_ ele sorri e me dá um beijo.
Encaro-o.

_ O que foi?_ ele pergunta ainda sorrindo_ Eu tirei o dia de folga para ficar aqui com você_ ela alisa minhas mãos_ Eu não tenho sido muito presente, e tem essas coisas acontecendo, não quero deixá-la sozinha.

Sorrio.

Mas confesso que estou um pouco desconfiada. A última vez que Daric me fez um discurso desses foi quando me contou que havia me traído.

_ Não acredita nele_ uma voz falou baixinho em meu ouvido_ Vai continuar te traindo. Mate-o.

Levei um susto.

_ O que foi?_ Daric arregalou os olhos.

_ Não foi nada_ menti.

Agora com Daric em casa aproveitei para vasculhar algumas coisas. Revirei todos os armários da casa, mas não encontrei nada, nem um diário, nada que pudesse explicar o que de tão ruim tinha na casa.

Na manhã seguinte quando Deric saiu para trabalhar eu continuei dormindo. Acordei um tempo depois ouvindo alguém bater em vidro. Sentei na cama. Primeiro, pensei que fosse a janela, até perceber que o som vinha do espelho.
Levantei da cama já tremendo de medo, parei frente o espelho. Olhei para meu reflexo triste e cansado, meus cabelos louros estavam bagunçados, os olhos azuis vibrantes cansados a pele mais pálida que o normal. Bato com o dedo indicador no vidro. Não sei o que procuro, mas vasculho o espelho de cabo a rabo.

Fico de boca aberta quando vejo um reflexo de uma moça pelo espelho, ela estava atrás de mim, mas não era como a velha de todos os dias. A moça começou a andar apontando o indicador, a segui pelo corredor, descemos as escadas então ela parou na porta do porão e logo em seguida, sumiu . Lili está bem atrás de mim. Seguro a maçaneta da porta, mas não abro. Eu prometi a mim mesma que evitaria ao máximo entrar ali.
Finalmente crio coragem e abro a porta. Levo a mão no interruptor e ascendo a luz. Desço um degrau por vez, a imagem da moça a minha frente como se me guiasse. Olho para trás de cinco em cinco segundos, não quero ser surpreendida por nada sobrenatural.

Lá embaixo estava tudo estranhamente organizado.

Lili encara o fantasma da moça misteriosa, por incrível que parece ela não parece assustada. Começo a vasculhar tudo, abro algumas gavetas, e encontro uma pasta com vários papéis dentro, manchetes de jornal talvez. Coloco-a entre os braços junto a outro livro que achei.

Lá em cima ouço um barulho, Daric estava de volta em casa. Sentei-me em uma cadeira que estava ali e comecei a ler as manchetes.

Horror em Kansas City. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora