Horror em Kansas City. (COMPLETO)

Capitulo 29 Capitulo final

Na verdade nem tudo acabou como eu imaginava. Eu estava livre do demônio, mas eu ainda estava ligada a um homicídio e uma tentativa de assassinato.

Melissa conseguirá sobreviver e teve de prestar depoimento à polícia. Eles não deram muito assunto as maluquices que ela dizia e não demorou para cogitarem a ideia de que eu teria cometido a tentativa de assassinato por vingança. Quando foram revistar a casa em busca de provas sobre o caso da Melissa um dos detetives encontrou o corpo de Susan e logo me ligou a tudo.

Fui chamada a delegacia imediatamente, não tive tempo nem de me recuperar. Passei horas depondo e contando ao detetive toda minha história. No começo ele parecia acreditar em mim, mas depois começou a duvidar. Confesso que nem eu acreditaria em mim contando aquelas coisas. Quem sobrevive à tantas tentativas de assassinato? Eu tinha mais vidas que um gato budista. Taylor havia tentado me ver durante o interrogatório, mas os policiais não permitiram. Nem mesmo acreditavam na defesa dele, consideravam conflito de interesses.

_ Está me dizendo que você sobreviveu a uma queda de sete metros?_ o detetive parecia não acreditar em mim agora.

_ Já ouviu falar em milagre?

O detetive se levanta e para em pé na minha frente com as mãos atrás da nuca. Seu semblante agora parecia preocupado.

_ Eu ouvi você contar sua história atentamente Hanna, mas sobreviver a facadas e uma queda? Eu quero a verdade.

Dessa vez ele aponta o dedo no meu rosto em tom autoritário. Minha história parecia mesmo uma mentira deslavada, mas acreditem, foi difícil para mim acreditar que sobrevivi a tudo isso, mas foi real. Mas não pense que isso é sorte ou o destino conspira a meu favor, as coisas que aconteceram foram as piores possíveis. Talvez morrer tivesse sido mais fácil.

_ Eu não menti em nenhum momento._ digo firme,

Ele me olha por rabo de olho.

_ Você sabe que eu tenho acesso à documentos que você nem imagina? não sabe? Se existir um laudo, eu vou encontrar.

_ Faça isso, apesar de eu não achar necessário. A primeira vez em que cai a altura foi o suficiente para eu quebrar duas costelas e um braço._ paro relembrando dessa loucura_ Mas quando Susan me jogou, apesar de eu sobreviver, não pense que eu continuo intacta. Tive traumatismo craniano, e decorrente disso as sequelas foram as que restaram. Alterações na cognição e raciocínio, cefaleia pós traumática, talvez eu consiga ficar de pé por um dia inteiro antes que meu corpo desmaie. Sem falar nos milhares de ossos quebrados...

_ Onde você quer chegar com isso?_ ele me interrompe.

_ Você pediu a verdade. Acha que eu também não acho estranho sobreviver a uma queda dessas? Eu tive três órgãos perfurados. Eu não preciso que você me dia o quão estranho isso é, por que eu presenciei tudo isso.

_ E qual o sentido de tudo isso? Loucura de uma idosa que queria ter matar?

_ Eu não vou voltar à estaca zero, você ouviu tudo que eu tinha a dizer. Só depende de você acreditar.

_ Sim eu ouvi, e eu acreditava em você. Mas isso está indo longe demais, você sofrendo um ataque atrás do outro, e de forma "magica" sobrevivendo a cada um deles. Conta outra, isso parece coisa de novela.

Eu ri baixinho. Aquilo só podia ser brincadeira.

_ Você acha isso engraçado Hanna. Tem um corpo na sala ao lado, e suas digitais na arma do crime_ ele grita novamente_ Eu quero respostas.