Capitulo 22

257 29 0
                                    

Cheguei em casa atordoada com tudo que August me disse. Repassei tudo aquilo na minha mente me perguntando se era realmente possível.

_ Está tudo bem?_ o porteiro perguntou assim que me viu passar.

Repensei várias vezes em uma resposta. Eu poderia dizer que estava tudo ótimo, mas não, estava tudo indo mal.

_ Sim_ menti

Entrei no elevador e apertei o botão para o quinto andar. Ele parecia subir em câmera lenta permitindo que eu repassasse toda minha vida como um filme. Eu não podia estar grávida, não agora.

O elevador parou. Andei até o apartamento do Taylor. Enfiei a mão na bolsa, peguei as chaves e abri a porta deslizando para dentro.

Me joguei no sofá assim que entrei. Desejei ter minha mãe por perto para me ajudar em um momento como esse. E de pensar que tudo era culpa da minha suposta avó. Não consigo imaginar como uma pessoa é capaz de matar o próprio filho e usar a neta para obter riquezas. Susan era um lixo.

Peguei meu celular na bolsa e digitei uma mensagem para o Taylor:

Me diz que você está chegando.
Hanna

Esperei por alguns minutos até que a mensagem de resposta chegou.

Daqui trinta minutos.
Taylor

Guardei o celular na bolsa me levantei e fui até a cozinha preparar um café. Fui até o quarto trocar de roupa e quando voltei o fogão estava em chamas. Bati com um pano contra as chamas numa tentativa inútil de apagar, nada. O fogo se alastrou para o armário de madeira logo abaixo do balcão, fiquei apavorada.

Corri até meu celular para pedir ajuda quando algo me puxa pelos pés me impedindo de chegar até ele. Olhei para trás e não havia nada. Me debati contra aquilo, mas era mais forte do que eu. Fui parar novamente na cozinha onde as chamas já se alastravam para o resto do cômodo.

Gritei bem alto no intuito de alguém me ouvir, mas era como se minha garganta se fechasse impedindo que qualquer som saísse. Eu não queria morrer ali, não daquela forma, não esperando um filho.

Inalei fumaça suficiente para me deixar grogue, mas antes que toda aquela fumaça tomasse conta de meus pulmões senti dois braços fortes me arrastar para fora da cozinha.

_ Taylor?_ perguntei para a silhueta a minha frente. Minha visão estava embaçada.

Não ouve resposta. E antes que eu perguntasse mais alguma coisa meu salvador sumiu. Em seguida eu desmaiei.

Acordei no quarto do Taylor com uma dor de cabeça horrível. Sorri quando o vi sentado ao meu lado com os olhos arregalados de preocupação.

_ Está tudo bem?_ pergunta ele segurando em minhas mãos.

Fiz que sim com a cabeça.

_ O que aconteceu?

Fico calada por alguns segundos. Como eu poderia explicar o possível motivo daquele incidente sem citar o fato de eu possivelmente estar grávida? Não queria assusta-lo, estávamos juntos a apenas alguns meses, e eu era problemática demais para ser mãe de seus filhos.

_ Acho que estou grávida._ soltei a bomba de uma vez.

Taylor ficou boquiaberto.

_ Ok, isso não me parece motivo de incêndio.

Fico calada.

_ Está falando sério?

_ Sim.

_ Por que você acha isso?

_ Na verdade o August acha.

_ Quem é August?_ ele franziu o cenho

Expliquei para ele todo o acontecido de horas atrás. Tudo que havíamos descoberto e como isso piorava ainda mais minha atual situação.

_ Por que não me disse que se encontraria com ele?_ Taylor se levanta um pouco irritado.

_ Para que? Você ia tentar me impedir ou ir junto, eu precisava resolver isso sozinha.

_ Você não está sozinha!

_ Eu sei, me desculpe, agora é tarde. Já sabemos o que queríamos descobrir, agora só nos resta resolver esse problema. 

_ Tem certeza que está grávida?

Faço que não.

_ Quis esperar você primeiro.

Ele ri.

_ Tudo bem, vamos fazer isso.

Taylor correu até uma farmácia e me trouxe três testes de gravidez que era para ter total certeza. Bebi bastante água e corri para o banheiro para me livrar de vez daquela dúvida.

_ Pronto?_ Taylor pergunta do lado de fora do banheiro.

_ Não?

As coisas estavam um pouco difíceis.

_ E agora?_ ele pergunta mais uma vez me deixando irritada.

_ Eu não vou conseguir fazer isso com você me pressionando.

Depois de alguns minutos de impaciência saio do banheiro. Taylor me olha com uma cara assustada. Estendo a mão com o teste a ele que pega imediatamente.

_ O que essas duas listrinhas significam?

Não respondo. A única coisa que consigo pensar é em como as coisas conseguiam piorar tão facilmente. Ser mãe sempre foi meu sonho, desde adolescente, mas hoje, depois de ouvir August dizer do que aquele demônio se alimentava, o medo tomava conta do meu corpo. Como um calafrio que subia dos pés à cabeça e se alojava em seu corpo. Eu sentia o medo como se fosse parte de mim.

_ Hanna, por favor, eu não entendo essas coisas.

Taylor se senta na cama analisando o teste tentando entendê-lo. Me peguei imaginando como aquele filho seria, teria os meus traços ou os do Taylor? Ele conseguiria sobreviver?

_ Hanna?_ Taylor gritou me tirando se meus pensamentos.

_ Me desculpe_ sento na cama_ Positivo, deu positivo.

Ele me encara ainda com aquele olhar desesperado.

_ E o que isso significa?

_ Eu não sei.

Horror em Kansas City. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora