Capítulo 2

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Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes.

Cinco minutos e eu estava em casa. Estava muito tentada a dar as costas e sair correndo, mas eu não podia fazer isso. Tinha que enfrentar como fazia todos os dias. Então respirei fundo e entrei em casa. Minha casa que agora mais parecia uma mansão do terror. Joguei minha mochila no sofá sem fazer muito barulho e fui até a cozinha, peguei uma garrafa de refrigerante e comecei a beber, torcendo secretamente pra que Half não estivesse em casa, mas sabendo que seria bom demais pra ser verdade. E todas minhas esperanças se foram quando senti uma mão subir por minha perna e apertar minha bunda por dentro da saia.

- Já chegou princesa? - Ele sussurrou com aquela voz nojenta em meu ouvido. - Achei que ia fazer como da ultima vez e me deixar esperando.

- Era o que eu devia fazer. - Falei irritada.

- Ainda bem que não fez. Que bom que aprendeu a lição. -Sorriu. - Sabe o que acontece se me desobedecer.

- É eu sei. - Respirei fundo.

É isso mesmo que estão pensando. Era por isso que eu odiava tanto meu querido padrasto, ele era um tarado imbecil. Há exatos dois anos, minha mãe arrumara um emprego em tempo integral e passara a trabalhar todos os dias de segunda a domingo. Passa quase todo o dia fora, sai de manhã bem cedo e volta à noite, foi quando Half botou as manguinhas de fora, trabalhando um dia sim e um dia não eu ficava sozinha com ele em casa o dia todo e ele passou a abusar de mim. Sim, a primeira vez que ele me estrupou eu tinha 16 anos.

Depois disso virou um hábito. E passou a acontecer sempre. Ele passa um dia sim e um dia não em casa e eu sou o brinquedinho favorito dele.

- Que bom que chegou cedo. - Ele sorriu, passando a mão na minha perna, por dentro da minha saia. - Assim podemos aproveitar mais.

- Eu devia matar você seu desgraçado. - Eu disse irritada, mas minha ameaças eram como piadas pra ele.

- Como se você pudesse. - Riu apertando minha bunda com força.

Deve estar se perguntando por que eu não conto isso a ninguém. Eu tentei contar a minha mãe da primeira vez que aconteceu. Tentei dizer que não gostava do Half, que ele não prestava... Mas ela não acreditou, não quis me ouvir. E quando ele descobriu que eu queria o dedurar me ameaçou. Uma outra coisa que minha mãe não sabia era que ele tinha uma arma em casa, que ele apontara na minha cara e dissera que estouraria os meus miolos e os da minha mãe se eu contasse a alguém. Eu não podia arriscar a vida da minha mãe assim.

- Porque não vamos lá pra cima? - Ele sugeriu. - Vamos começar logo.

- Não vou a lugar algum com você.

Eu me virei irritada o afastando de mim, mas ele segurou minhas mãos e me empurrou contra o balcão com força machucando minhas costas. Então pressionara seu corpo nojento contra o meu.

- Pensei que já tínhamos superado isso. - Ele disse irritado. - Porque você ainda insiste em tentar fugir?

- Porque eu tenho nojo de você. - Cuspi as palavras.

- Não seja assim. - Ele segurou meu rosto com força, apertando e machucando. - Eu sei que você gosta.

- Nunca, eu prefiro morrer. - Disse tentando me soltar, mas ele apertou meu rosto com mais força me fazendo gemer de dor.

- Não se faça de santa vadia. - Ele passou a outra mão no meio das minhas pernas e sorriu. - Já esqueceu das vezes que te fiz gemer de prazer?

- Era de repulsa seu nojento. - Tentei tirar as mãos deles do meu rosto.

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