Epílogo

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Temos que aprender a lhe dar com as coisas. Superar os medos, se perdoar e nos livrar da culpa que nos impede de viver em paz. É mais simples do que parece.

Gui me obrigou a subir naquela coisa (lê-se moto), mas não quis me dizer aonde íamos. Só estranhei quando ele parou na porta do cemitério e desceu da moto. Eu olhei confusa enquanto ele me ajudava a descer.

- O que estamos fazendo aqui? - Perguntei confusa.

- Grace, não fique zangada comigo. - Ele pediu.

-Gui eu...

- Te trouxe aqui pra que você fosse ao tumulo do seu pai. - Ele explicou.

- Não posso fazer isso. - Sussurrei o olhando nos olhos.

- Manu - Segurou meu rosto entre as mãos. - Já esta na hora de você deixar toda essa culpa pra trás.

- Eu não sei se consigo. - Confessei agoniada.

- Eu vou com você. - Ele me garantiu. - Vou ficar do seu lado.

E ele segurou minha mão com força, me passando segurança e então caminhamos juntos até o tumulo do meu pai. Era a primeira vez que chegava tão perto e as lágrimas desceram pelo meu rosto. Uma dor diferente enchendo meu coração. Gui estendeu pra mim uma tulipa branca e deu alguns passos pra trás, pra dar privacidade. Eu pus a flor sobre o tumulo e me abaixei.

- Oi pai. - Falei me sentindo estúpida, mas faria bem pra mim. - Desculpe não ter vindo te visitar antes. Eu... Achei que seria melhor assim.

Peguei uma flor que estava ali no tumulo. Estava seca. Morta.

- Eu sinto muito pai. Sinto muito ter feito você sair de casa, por ser tão teimosa e estúpida. Eu sinto tanto a sua falta.

Agora eu chorava descontroladamente, sem conseguir me conter. Doía demais.

- Me perdoa? Sinto tanto sua falta pai... Me perdoa. - Implorei sabendo que ele não podia me responder. Era em vão.

Fechei os olhos com força, podia sentir os olhos de Gui em mim, me observando cautelosamente. Fiquei uns minutos assim, imaginando como seria se meu pai estivesse ali. Quase pude sentir seu abraço. Sua presença.

- Abra os olhos Ella.

Abri os olhos de repente assustada, aquela não era a voz de Gui. Olhei pra trás e vi que ele continuava em seu lugar, só que olhando na direção da rua distraidamente e não havia mais ninguém ali. Ninguém me chamava desse jeito....

- Pai - Sussurrei.

Foi só ai que percebi a flor em minha mão não estava mais morta. Estava viva e linda como nova e meu coração se aquietou estranhamente, uma sensação de alivio me invadindo. Era um sinal. Não sei como, mas era. Um sinal de que ele me perdoava, de que estava ali comigo e nunca me abandonaria.

Fui tomada por uma paz e uma alegria inexplicáveis. Era como se tivessem tirado um peso das minhas costas e eu consegui sorrir. Eu finalmente estava em paz.

- Obrigada pai. Eu te amo. - Disse colando a flor de volta em seu lugar.

Levantei-me limpando as lágrimas e fui até Gui. O abracei apertado por um longo tempo e ele não disse nada, só retribuiu meu abraço.

- Obrigada. - Sussurrei por fim. - Não sabe o peso que tirou das minhas costas.

- Sei sim. Eu te amo.

- Eu te amo.

E ele segurou minha mão, me guiando de volta a moto e agora sim tudo estava bem. Todos esses anos vivi uma mentira, um inferno e uma tortura sem fim e tudo porque eu não tinha coragem de enfrentar meus medos.

Agora eu sabia o por quê. Eu não podia fazer sozinha, só o que precisava era dele, do meu anjo. Deus havia colocado ele na minha vida por um motivo. Pra me dar forças e enfrentar meus problemas e era tudo eu queria. Alguém pra estar sempre ali e segurar minha mão toda vez que eu ameaçasse cair.

E eu sabia que poderia contar com ele. Pra sempre.

Guilherme não era apenas meu namorado perfeito. Era meu anjo da guarda e estaríamos juntos. Pra sempre.

Então se você apenas segurar minha mão

Baby eu prometo que farei tudo o que eu posso

As coisas vão melhorar se você apenas segurar minha mão

Nada poderá estar entre nós se você apenas segurar

Segurar, segurar minha, segurar, segurar minha mão.




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