Capítulo 6

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A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.

Entrei em casa nervosa... Preocupada com o que Half faria ou diria. Pensei em ir direto pro meu quarto e ignorá-lo, mas fui surpreendida quando ele me puxou com força pelo braço e me fez encará-lo. 

- O que você estava fazendo com aquele garoto? - Me perguntou seriamente.

- Conversando. - Respondi simplesmente.

- E porque esta toda suja de tinta? - Me encarou impaciente.

- Estava ajudando ele a pintar o quarto. - Dei de ombros. - Só isso.

- Você estava sozinha no quarto com ele? - Deu um sorriso cínico. 

- Ele precisou de ajuda com a pintura e eu o ajudei... Foi isso. - Disse irritada.

- Imagino a ajuda que você deu a ele. 

- O que você pensa que eu sou em? - Me sacudi tentando me soltar, mas ele me apertou com mais força. 

- Você é uma vadia. - Ele sussurrou com o rosto perto do meu. - Uma piranha oferecida... É isso que eu penso de você. 

- Desgraçado. - Sussurrei irritada, mas não ia deixar ele estragar meu dia. 

Ele me virou e me imprensou na parede, colou seu corpo ao meu e segurou meu rosto com força. 

- Não quero você andando com aquele garoto. - Ele disse. 

- Você não pode decidir com quem devo ou não andar. - Falei irritada.

- Ah eu posso sim, ou você obedece, ou vai se arrepender. - Me olhou feio. 

Ele colou seus lábios nos meus de forma agressiva, ainda apertando meu rosto e passou a mão na minha perna descoberta pelo short curto que eu usava. Depois me soltou rudemente.

- Agora vai lá pra cima vai. Some da minha vista. - Ordenou.

- Idiota. - Sussurrei bem baixo pra que ele não ouvisse.

- Descanse querida, amanhã teremos um dia cheio. - Sorriu maliciosamente. 

Eu não comentei nada, só subi por meu quarto calada. Só de pensar que teria de passar o dia com ele amanhã minha dava nojo, ânsia de vomito, pavor total. Então depois de tomar um banho, troquei de roupa e me deitei pra dormir mais cedo. Estava cansada pelo dia que tivera, mas pela primeira vez o meu dia tinha sido bom, e eu havia me divertido. Sem medo, sem dor, só boa companhia e alegria. Era uma pena que tinha acabado. 

No dia Seguinte

Quando acordei no dia seguinte quase taquei meu despertador na parede. Ele não devia tocar, afinal era feriado, mas ai me toquei porque o pus pra despertar. Porque de jeito nenhum eu ficaria a manhã inteira com Half, já teria que agüentar à tarde. Então me levantei, tomei banho, vesti uma bermuda, uma bata, pus um all star e peguei minha mochila...

Passaria na casa da Isabel, ela com certeza teria algo pra fazermos durante a manhã. Desci as escadas até a cozinha. Half estava tomando café da manhã sozinho. 

- Cadê a mamãe? - Perguntei.

- Foi trabalhar mais cedo hoje. - Ele respondeu.

- Hum. - Disse dando uma mordida na maça. 

Ficamos em silencio, ele estava me olhando de um jeito muito estranho, estava me dando arrepios. Então resolvi sair logo antes que ele começasse com suas gracinhas. Aproveitaria minha manhã livre, mas quando eu ia saindo.

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