Capítulo 19

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A confiança que temos em nós mesmos, reflete-se em grande parte, na confiança que temos nos outros.

Passei o resto da droga do meu dia me sentindo culpado pelo meu surto com Gui,mas eu não estava pronta pra me entregar à outra pessoa. Eu não podia assumir um compromisso tão serio assim com ele, seria demais. Half conseguiu aquilo que eu prometia que nunca o deixaria fazer. Manipular minha vida, me deixar amedrontada e insegura. Ficaria muito feliz se soubesse disso.

Fiquei um tempo admirando a tulipa que ele botara na minha cama enquanto eu dormia. Amor eterno. Se eu quisesse continuar com ele teria de dar um jeito na minha vida, mas como eu faria isso sem arriscar a todos? 

- Você me paga Half. - Sussurrei sozinha. - Vai me pagar por isso. Eu ainda vou fazer você se arrepender por destruir minha vida assim, vai se arrepender de ter nascido, de ter cruzado meu caminho. 

Ouvi um barulho nas escadas, devia ser ele que havia chegado. Pus a tulipa no jarro junto com as outras que ele me dera. E respirei fundo, esperando que Half não viesse até mim. E quando a porta se abriu eu sorri. Era minha mãe. 

- Boa noite filha. - Ela disse vindo até mim.

- Boa noite mãe. - Eu sorri. - Chegou cedo hoje. 

- É. Me liberaram mais cedo. - Disse alegremente. - O Half ainda não chegou?

- Não mãe, eu to sozinha. 

- Hum... Eu vou tomar um banho e descansar. 

- Está bem. - Concordei. 

Ela deu um beijo na minha testa e se levantou pra ir embora, mas eu precisava conversar com alguém, e se não fosse com ela, não seria com mais ninguém. 

- Mãe? - Chamei. - Posso conversar com a senhora um minuto?

- Claro querida, o que foi? - Ela se sentou de novo. 

- Lembra da conversa que tivemos? Que eu disse a senhora que estava gostando de um garoto?

- Lembro querida, o que tem?

- A gente está namorando. - Falei.

- E quando vou conhecê-lo? - Sorriu animada.

- Não sei mãe... Um dia. - Falei querendo terminar.

- Nossa. - Fez careta.

- É sério mãe.

- Desculpa. - Ela riu.

Eu respirei fundo pra tomar coragem de dizer. Tinha que conversar com ela, mas sem que ela desconfiasse de nada. Eu podia fazer isso, tinha aprendido a mentir melhor do que gostaria. 

- Então... A gente ta junto e... Eu gosto muito dele e ele de mim. - Expliquei.

- E?

- E ai que... A gente estava junto... Tipo, num momento intimo sabe? - Falei envergonhada.

- Você quer dizer transando? - Ergueu a sobrancelha e disse com a maior naturalidade possível.

- Quase. - Fiz careta. - Não rolou nada.

- Por quê? Não me diga que ele gay?

- Claro que não mãe... Não pira. - Revirei os olhos.

- Desculpa. - Ela riu de novo. - Não rolou por quê? 

- Por minha causa. - Confessei. - Porque fiquei com medo. 

- Ah querida, não sabia que você tinha problema com isso. Não tem porque ter medo. - Ela disse.

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