Capítulo 12

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Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom vibram juntas.

Passei toda a manhã na escola desligada, com o pensamento distante. Com o pensamento no maravilhoso dia que eu tivera com Gui pra ser mais exata. E Isabel pareceu perceber minha falta de atenção. 

- Manu. - Ela chamou quando estávamos juntas no refeitório. - No que esta pensando? 

- Nada importante. - Desconversei.

- Vamos Manu, eu sou sua amiga. Pode confiar em mim. - Ela sorriu. - Sabe que pode me dizer qualquer coisa e eu sou psicóloga, entendo das coisas.

- Você não é psicóloga. - Discordei. - Passa a maior parte das aulas dormindo.

- Tanto faz, me conta o que houve. - Exigiu.

- Só estou lembrando do meu final de semana. - Dei de ombros.

- E que houve no seu fim de semana? 

Eu estava divida, sem saber se deveria lhe contar ou não, mas acho que não teria nenhum problema, eu sabia que podia confiar na Isabel, pelo menos nesse aspecto. 

- Eu sai com o Gui. - Falei com naturalidade.

- AAAHHH!!!!! Não brinca! - Disse animada.

- Não grita Isabel! - Diz careta.

- Desculpa. - Pediu envergonhada. - E ai como foi? Foi tipo um encontro?

- Não foi um encontro. - Discordei. - Eu só fui mostrar a cidade a ele. 

- Ah, foi um encontro. - Ela comemorou. - E o que vocês fizeram? 

- Jogamos boliche, sinuca, fomos ao parque de diversões, almoçamos juntos. Andamos pelo parque. - Dei de ombros.

- E vocês se beijaram? - Perguntou com os olhinhos brilhantes. 

- O QUE?! - Arregalei os olhos. - Claro que não!

- Como assim "CLARO QUE NÃO?" - Disse irritada. - Vamos Manu, você gosta dele, ele de você. O que tem de mais? 

Havia muitas coisas que ela nunca entenderia. Suspirei encarando minha bandeja, eu queria que tivesse acontecido, eu desejei isso, mas agora estava agradecida por não ter rolado nada. Eu não podia deixar que isso acontecesse. Não podia me envolver com ele. Não podia colocá-lo em risco.

- É mais complicado do que você pensa. - Eu disse.

- Não, não é complicado. Você que complica pondo suas dificuldades. - Ela falou irritada. - Sei que você nunca se envolveu com ninguém, mas pra tudo tem que ter a primeira vez. Você tem que enfrentar seus medos, Manu.
Mais uma vez essa história de enfrentar meus medos. Se o problema fosse só esse.

- Se você quiser eu posso...

- Você não pode nada Isa. - Me apressei em dizer. - Deixa que me resolvo sozinha.

- Ta bem. - Me olhou torto. - Mas vou cobrar ta?

Eu sabia que cobraria mesmo. Pegaria no meu pé até que eu aparecesse e dissesse que aconteceu algo entre nós dois. Mas ela teria de esperar sentada.

Horas depois...

A aula acabou e eu fui pra casa, sem vontade nenhuma. Half estaria lá me esperando e estaria mais zangado que nunca, eu podia sentir. Assim que abri a porta da minha casa, ele me puxou com força, e me imprensou na parede.

- Bom dia princesa. - Ele disse com um sorriso nada amigável no rosto. - Como foi seu dia?

- Você ta me machucando. - Eu gemi sentindo dor.

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