Nem sempre aquilo que sentimos faz sentido, e nem é necessário. Só devemos confiar e seguir nosso coração.
Eu não dormi muito bem aquela noite. Fiquei pensando no que Half me dissera. Eu prometi a mim mesma que ignoraria, mas era difícil mesmo assim, eu não conseguia ignorar nada que viesse do Half. Tudo nele me assustava. E agora eu tinha mais um motivo pra preocupações.
Respirei fundo várias vezes durante o dia tentando manter a calma, ameaçar todos com quem eu me importava era rotina pro Half, talvez eu não devesse levar a sério, mas isso não me impediu de ficar desligada durante toda a manhã na escola.
- Manu, o que você tem? - Isabel me perguntou pela milésima vez.
- Nada. - Eu respondi novamente.
Depois que a aula acabou fui direto pra casa, dessa vez sem medo ou preocupações já que minha estaria lá, cheguei e fui direto até a cozinha onde minha já começava com as preparações pro jantar.
- Oi mãe. - Sorri.
- Oi querida, chegou cedo.
- As aulas acabaram mais cedo hoje. - Expliqueim - Não esta cedo pra começar a cozinhar?
- Não querida, quero tudo perfeito. - Ela garantiu. - Temos que causar boa impressão.
- Claro. - Eu sorri.
Minha mãe passara a tarde ocupada preparando o jantar e eu a ajudei no que pude, não era muito boa cozinheira. Half não me atormentara durante todo dia e eu sorri pensando que amanhã ele não estaria em casa e eu estaria livre. Eram umas sete horas quando eu finalmente fui tomar um banho e me arrumar. Fiquei na duvida sobre o que deveria vestir afinal ainda tinhas várias marcas pelo corpo. No final das contas como estava calor, acabei pondo um vestido curto branco, com a manga caída que cobria uma parte do meu braço e uma sandália gladiadora preta. Um pouco de maquiagem e o creme bronzeador da minha mãe e as marcas estavam praticamente imperceptíveis. Soltei meu cabelo e finalmente estava pronta.
- Bonita. - Half disse, estava parado na porta me observando.
Eu o ignorei e continuei a por os meus brincos.
- Você não se arruma assim pra mim. - Ele comentou.
- E porque eu deveria me arrumar pra um porco nojento? - Disse irritada.
- Se você soubesse o que te espera não falaria assim. - Me provocou.
- Com licença. - Eu disse saindo do quarto, mas ele segurou meu braço.
- Depois não diga que eu não avisei. - Ameaçou.
- Você não vai estragar a minha noite Half. - Eu disse. - Não hoje.
Puxei meu braço e desci as escadas correndo. Eu estava morrendo de medo do que ele faria comigo, mas não o deixaria saber disso. Eu fingiria que não me importava, pelo menos por hoje. Quando cheguei lá em baixo as visitas já haviam chegado. Eu sorri quando vi o Gui cumprimentando minha mãe. E ele sorriu também quando me viu.
- Ah, essa é minha filha Manuella. - Minha mãe apresentou. - E esses são Marisa e Augustus.
- É um prazer. - Marisa apertou minha mão. - Gui não exagerou quando disse que você era linda.
- Obrigada. - Eu disse envergonhada, e percebi que ele também ficara.
Logo em seguida veio o Half. Era incrível como ele fingia bem, parecia ser tão simpático e amável. Às vezes eu imaginava se o problema dele não seria só comigo. Eu devo ter jogado pedra na cruz ou algo do tipo. Mas varri os pensamentos da minha cabeça, estava disposta a aproveitar minha noite, eu merecia um minuto de paz ao lado de gente civilizada.
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Hold My Hand ✅
Romanzi rosa / ChickLitQuem olhasse de fora diria que Manuella tinha tudo e que era a garota mais feliz do mundo. Rica, uma mãe que a ama mais que tudo, um padrasto carinhoso e muitos amigos. Mas nem tudo é o que parece. Por de trás da máscara da família perfeita existe...