Capítulo 10

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Nem sempre aquilo que sentimos faz sentido, e nem é necessário. Só devemos confiar e seguir nosso coração.

Eu não dormi muito bem aquela noite. Fiquei pensando no que Half me dissera. Eu prometi a mim mesma que ignoraria, mas era difícil mesmo assim, eu não conseguia ignorar nada que viesse do Half. Tudo nele me assustava. E agora eu tinha mais um motivo pra preocupações.

Respirei fundo várias vezes durante o dia tentando manter a calma, ameaçar todos com quem eu me importava era rotina pro Half, talvez eu não devesse levar a sério, mas isso não me impediu de ficar desligada durante toda a manhã na escola. 

- Manu, o que você tem? - Isabel me perguntou pela milésima vez. 

- Nada. - Eu respondi novamente.

Depois que a aula acabou fui direto pra casa, dessa vez sem medo ou preocupações já que minha estaria lá, cheguei e fui direto até a cozinha onde minha já começava com as preparações pro jantar.

- Oi mãe. - Sorri.

- Oi querida, chegou cedo.

- As aulas acabaram mais cedo hoje. - Expliqueim - Não esta cedo pra começar a cozinhar?

- Não querida, quero tudo perfeito. - Ela garantiu. - Temos que causar boa impressão. 

- Claro. - Eu sorri. 

Minha mãe passara a tarde ocupada preparando o jantar e eu a ajudei no que pude, não era muito boa cozinheira. Half não me atormentara durante todo dia e eu sorri pensando que amanhã ele não estaria em casa e eu estaria livre. Eram umas sete horas quando eu finalmente fui tomar um banho e me arrumar. Fiquei na duvida sobre o que deveria vestir afinal ainda tinhas várias marcas pelo corpo. No final das contas como estava calor, acabei pondo um vestido curto branco, com a manga caída que cobria uma parte do meu braço e uma sandália gladiadora preta. Um pouco de maquiagem e o creme bronzeador da minha mãe e as marcas estavam praticamente imperceptíveis. Soltei meu cabelo e finalmente estava pronta. 

- Bonita. - Half disse, estava parado na porta me observando.

Eu o ignorei e continuei a por os meus brincos.

- Você não se arruma assim pra mim. - Ele comentou.

- E porque eu deveria me arrumar pra um porco nojento? - Disse irritada. 

- Se você soubesse o que te espera não falaria assim. - Me provocou.

- Com licença. - Eu disse saindo do quarto, mas ele segurou meu braço.

- Depois não diga que eu não avisei. - Ameaçou.

- Você não vai estragar a minha noite Half. - Eu disse. - Não hoje. 

Puxei meu braço e desci as escadas correndo. Eu estava morrendo de medo do que ele faria comigo, mas não o deixaria saber disso. Eu fingiria que não me importava, pelo menos por hoje. Quando cheguei lá em baixo as visitas já haviam chegado. Eu sorri quando vi o Gui cumprimentando minha mãe. E ele sorriu também quando me viu.

- Ah, essa é minha filha Manuella. - Minha mãe apresentou. - E esses são Marisa e Augustus. 

- É um prazer. - Marisa apertou minha mão. - Gui não exagerou quando disse que você era linda. 

- Obrigada. - Eu disse envergonhada, e percebi que ele também ficara. 

Logo em seguida veio o Half. Era incrível como ele fingia bem, parecia ser tão simpático e amável. Às vezes eu imaginava se o problema dele não seria só comigo. Eu devo ter jogado pedra na cruz ou algo do tipo. Mas varri os pensamentos da minha cabeça, estava disposta a aproveitar minha noite, eu merecia um minuto de paz ao lado de gente civilizada. 

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