Capítulo 23

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- Vitor? - minha voz saiu quase num sussurro, será que eu estou sonhando? Me levantei e fui até ele, coloquei a mão na sua testa. - Por favor não diga que isso é um sonho...

- Sophie...? - só então a ficha caiu.

- Seu desgraçado! Tá louco? Ficar correndo daquele jeito na pista? - minha voz parecia mais autoritária que brava.

- O que... O que aconteceu??

Ele não lembrava?? Ah, deixa depois a gente vai explicar, fui chamar a  enfermeira. A Cely devia estar aqui, ela é a enfermeira que faz turnos de sábado à noite, então muitas noites nós ficamos conversando. Ela tem por volta de 50 anos, muito gentil, um pouco maior que eu, só que bem rechonchuda e cabelos curtinho, pintado de vermelho.

- Cely! Cely!

- O que foi minha filha? - ela responde docemente.

- Ele acordou!

- Que bom! - ela vai e direção ao quarto do Vitor e eu a acompanho, chegando na porta, entro e vejo ele... De olhos fechados?! Não, não pode ser!

Vou até o seu lado.

- Vitor?! - cutuco-o - Ei grandão, acorda. - começo a chacoalha-lo, já meio desesperada.

Só então eu olho pra baixo e e... Aquilo nos lábios dele é um sorriso?? Vagabundo. Paro de chamá-lo, cruzo os braços.

- Muito engraçado - faço minha melhor cara de brava, ele não consegue mais se segurar e explode em risos. - Você acabou de acordar e já está brincando! Você quase me matou agora!

Mas que saudade que eu tava daquele sorriso! Das suas brincadeirinhas sem graça...

- É, parece que você está bem acordado - passado a crise de riso da minha cara, sua face se torna preocupada.

- O que aconteceu? A quanto tempo estou aqui? E você, Sophie?

- Vitor, depois ela vai te responder tudo, agora, Sophie, você pode sair um pouco para eu fazer uns exames?

- Claro.

Vou até a sala de espera e ligo pra minha mãe, ela fica muito feliz com a notícia e fala para eu ligar pra mãe do Vitor. Eu ainda não engoli o que ela me disse aquele dia mas...

- Alô? - ela atende o telefone.

- Dona Marcela? É a Sophie.

- Ah, oi. O que aconteceu com meu filho?!

- Ele acordou!

- O que?! Estou indo para aí!

Ela desliga antes que eu possa responder alguma coisa.

Eu estava tão feliz. Talvez agora eu poderia acertar as coisas e identificar esse sentimento estranho que estava crescendo dentro de mim...

O garoto loiroOnde histórias criam vida. Descubra agora